Capítulo 15 - A fuga!

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O dia parecia maior, Elis esperou ansiosamente pelo anoitecer, cada prova e ajuste que fazia no vestido de noiva era como uma eternidade. O pior é ter que ficar repetindo aquilo por horas, pois no pensamento sabia exatamente que aquele tormento estava prestar acabar. Ao chegar à casa a jovem arrumou uma sacola média com algumas roupas. Enquanto Miguel combinava tudo com Arthur para nada sair errado. O sol se pôs só precisava esperar todos ocuparem-se para a moça sair da mansão sem ser vista.

O tão esperado horário chegou Miguel pulou o muro da mansão e escalou até a janela, ao entrar no quarto Elis o abraça, aquele seria o grande momento da sua liberdade depois de quatro meses. Como combinado o jovem de olhos azuis desceu com sacola e a moça só precisava encontra-lo fora da casa. Tudo saia bem não havia ninguém pelos cômodos permitindo Elis escapar.

— Consegui! Finalmente liberdade, mal posso esperar para chegar a Londres que saudade do meu curso. Exclamou Elis entusiasmada

No castelo Ulric Heitor recebeu uma carta estranha, pelo horário os entregadores não estão trabalhando. Então, o homem abre o envelope e nele está escrito: "a sua futura esposa encontra-se neste momento fugindo com o seu irmão Miguel, há uma carruagem os esperando próxima a floresta de Vastre, quer saber se está sendo feito de bobo? Vá à casa dos Zummach o mais rápido possível". O Suncerano saiu cavalgando com três homens a uma velocidade surpreendente, chegando à mansão entrou gritando e fazendo alvoroço. O que trouxe todos para o salão principal assustados, por isso, o senhor Vincent questionou:

— Está louco Heitor? Com que direito entra em minha casa assim.

— Com direito de que não está vigiando minha noiva. Recebi uma carta dizendo que a mesma fugiu com o pivete do meu irmão mais novo. Refutou Heitor furioso.

— Perdão, intrometer-me, mas vi a senhorita Elisa indo para o quarto faz algumas horas, não a avistei saindo de lá. Falou a governanta com uma camisa dobrada nas mãos.

— Tem certeza do que diz? Espere que símbolo é este na cola desta camisa? Perguntou Heitor alvoroçado.

— É da senhorita, achei em cima da sua cama hoje ela disse que é da época de Londres. Apesar de que a mesma estava deveras estranha, de manhã não me deixou fazer a cama e parecia que queria esconder algo. Falou a mulher assustando-se quando o Suncerano arrebatou a roupa das suas mãos.

— Espera! Isso não é de Elis. Indagou Heitor.

Ao notar as siglas S.U com letras cursivas em vermelho lembrou do presente cujo o pai havia dado a Miguel em seu aniversário de 17 anos. Já que o mesmo pediu algo que Salazar não podia dar. Após recordar disso o Suncerano tremeu de ódio tentando rasgar a camisa e subiu as escadas até o quarto de Elis como um relâmpago. O senhor Vincent correu atrás do mesmo temendo pela sua insanidade. Chegando ao quarto, Heitor abriu o roupeiro notando que faltava roupa.

— Não acredito! Elis fugiu, como ela saiu sem ser vista? Diz-me a minha noiva se bandeou com outro e você Vincent a deixou escapar. Esbravejou Heitor furioso.

— Sei exatamente para onde estão indo. Perdão minha filha quis tanto redimir-me com o meu pai que cabei me esquecendo dos seus sonhos e vontades. Heitor o noivado está rompido, aceite minha filha nunca te amou. Exclamou Vincent arrependido.

— Isso nunca aquele moleque sempre rouba tudo de mim, tirou o amor do meu pai e agora quer minha noiva. Eles estão na floresta de Vastre vou impedi-los nem que volte com a cabeça de Miguel. Esbravejou Heitor saindo velozmente.

— Heitor não faça isso. Tragam-me um cavalo preciso acompanha-lo, vá homem rápido. Afirmou Vincent temendo o pior.

No ponto de partida Miguel se despedia carinhosamente do irmão Arthur. Pegou a carruagem entrando na floresta, enquanto Elis acenava sorridente sonhando com um novo rumo em sua vida. Entretanto, mais distante vinha Heitor parecendo um foguete a uma velocidade assustadora. O jovem de olhos azuis assustou-se ao avistar o irmão fazendo os cavalos correrem, no entanto, corria bem menos, deixando o Suncerano acompanha-los.

Heitor estava completamente cego pelo ódio, utilizando a espada para cortar os arreios dos cavalos, Miguel gritava para que o mesmo parasse, pois ia mata-los. Porém, o homem continuou até soltar a carruagem derrubando o irmão que foi lançado alguns metros do lugar, por sorte caiu em baixo de uma árvore sobre as folhas. Elis machucou-se um pouco, mas nada sério, logo, saiu de onde estava indo a procura do seu amado, pois se encontrava desacordado.

— Meu amor, por favor, esteja bem. Acorde! Por mim, pelo nosso amor, por ontem. Não me deixe. Exclamou Elis desesperada.

— Sua vadia! Você dormiu com meu irmão sendo minha noiva, mas não importa vai casar comigo nem que arraste seu corpo morto pela igreja. Afirmou Heitor totalmente insano esbofeteando a pobre Elis.

— Pode me bater, mas nunca terá meu amor, nem o meu corpo já fui primeiro de Miguel. Refutou Elis de forma corajosa.

No momento que Heitor ia agredir Elis, e a mesma se preparou para o pior, uma voz fraca e repleta de dor pode ser ouvida afirmando:

— Você não vai toca-la, agrida a mim, se encostar a um fio de cabelo dela irei mata-lo.

— Aos frangalhos do jeito que está. Mal pode ficar de pé, ainda tem a presunção de ameaçar-me. Vou realizar seu desejo. Disse Heitor apontando a espada para o irmão.

— Não vai feri-lo, Miguel pegue a espada lembre-se do que aprendeu com nosso pai. Falou Arthur tentando ajudar.

O rapaz pegou a espada levantando devagar mostrando bastante dor, mas entrou em posição de ataque. O duelo começou as lâminas trincavam, no entanto, Miguel encontra-se fraco devido à queda sendo rapidamente desarmado. Então, fechou os olhos esperando o ataque que o levaria a morte.

Lágrimas da FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora