Lágrimas da Fera

Capítulo 16 - Fim!?

O som da espada perfurando algo pode ser ouvido, Miguel abriu os olhos e viu a sua amada com lâmina atravessada de um lado a outro pelo abdômen, quando Heitor puxou a espada de volta, a moça caiu sobre o jovem que gritou:

— Não! Meu amor, favor seja forte você vai ficar bem, vamos sair dessa. De que importa minha vida se não está nela, eu deveria morrer, porque fez isso? Exclamou Miguel desesperado já em lágrimas e coberto de sangue.

— Minha vida é sua, partirei feliz sabendo que estará bem. Eu te amo nunca se esqueça de mim e do nosso amor. Indagou Elis dando o último suspiro de vida.

Miguel entrou em desespero seus gritos de dor podiam ser ouvidos a grandes distâncias, abraçava o corpo da sua amada e sujava-se completamente pelo seu sangue. Heitor ficou imóvel, ainda em estado de choque tentando compreender o que havia feito. Arthur caiu de joelhos colocando as mãos no rosto dizendo:

— Não, não, não, não podia ter acontecido, mandei aquela carta que era apenas para Miguel matar Heitor, poderia ser Suncerano e meu irmãozinho ser feliz com a mulher que ama. Como tudo acabou assim?

O senhor Vincent chegou e viu o corpo da sua filha nos braços de Miguel que chorava sem parar. O homem correu em direção ao corpo de Elis perguntando o que havia acontecido, mas o jovem de cabelos ondulados não consegui falar nada. Agora, duas pessoas lamentavam o acontecido. Heitor derrubou a espada cheia de sangue e lágrimas começou a correr de seus olhos.

— O que eu fiz? Meu deus matei uma pessoa. Estava cego pela raiva e ódio de perder para meu irmão. Exclamou Heitor assustado.

— Miguel! Vamos você não está nada bem, aquela queda foi feia precisa ver examinado. Falou Arthur se aproximando.

— Não, largarei seu corpo, o que será de mim agora? Elis era minha alegria de viver. Disse Miguel pegando a espada no chão para matar-se.

Embora Miguel tentasse tirar sua vida, Arthur não permitiu acertando com suco forte o fazendo desmaiar na hora, o mesmo pegou o irmão colocou no cavalo e partiu pedindo desculpas a Vincent pela perda da filha. O Suncerano irritado desolado pela perda da filha deu uma série de socos em Heitor que nem se defendeu,  apenas caiu como se estivesse vazio.

O dia amanheceu o pobre Vincent estava em casa com o corpo da filha sem vida, a sua esposa chorava sem parar e o pai não conseguia falar nada. A morte de Elis já estava sendo comentada pelas ruas de Havor Land todos culpavam Heitor pelo ato horrível. Em uma casa no meio do nada, Miguel acordou com roupas limpas e pedaços de panos enrolados pelo corpo. Então, levantou gritando por Elis.

O que fez Arthur vim correndo em direção ao quarto e colocou as mãos sobre os ombros do irmão para acalma-lo.

— Miguel! Calma, está tudo bem agora. Exclamou Arthur tentando trazer o irmão de volta a si.

— Não está nada bem, se encontro-me machucado é porque tudo aquilo aconteceu. Ela se foi, e agora o que farei de minha vida. Desabafou Miguel chorando.

— Vai viver sim, será muito feliz. Como me arrependo por ter deixado minha ganância ser maior. Amo-te desde seu nascimento sou mais velho sete anos você é meu irmãozinho sempre vai ser. Tem os mesmos olhos da mamãe azuis e bondosos. Afirmou o Arthur abraçando o irmão na tentativa de consolá-lo.

— Você tem razão, primeiro a nossa mãe decidiu morrer para que eu vivesse agora a mulher que amo morreu para me proteger. Não vejo perspectiva vida alguma, sempre fui infeliz, porque o destino insiste em manter-me nesse mundo insano? É o fim.  Refutou o jovem de olhos azuis.

A cerimônia fúnebre está sendo preparada na mansão Zummach. Vincent vai até a prisão da cidade falar com o tenente. O Suncerano queria punição pela morte da sua filha, Heitor teria que ser preso pelo crime frio. Contudo, o oficial disse que não podia fazer nada aquele que tenta punir é a lei nesta cidade não teria como realizar tal pedido. O homem fica irritado, não acredita que tudo vai ficar assim, no momento de questionamento uma mulher chama sua atenção.

— Entendo o porquê de está assim, provavelmente perdeu alguém muito querido e agora está furioso. Exclamou a mulher acorrentada.

— Na verdade perdi minha filha! Enlouqueci estou falando com uma criminosa, deveria está na cela não aqui. Refutou Vincent.

— Estão fazendo limpeza! Eu sei como se sente, questiona-se todo o momento "foi minha culpa a coloquei naquela situação, se a tivesse ouvido nada disso tinha acontecido". Exclamou a presa de forma astuta.

— Espere! Como sabe de tudo isso. Mas, não está mentindo sinto-me verdadeiramente assim. Respondeu o Suncerano triste.

— Não deveria achar nada disso. Eles foram os culpados aqueles malditos Ulric. Todos devem pagar se Heitor não tivesse pedido sua filha em casamento, ou se Miguel não tivesse a trazido naquele dia que a esqueceu na aula, nada disso teria ocorrido. Posso vinga-la por você é só me soltar. Respaldou a mulher sabiamente.

O Suncerano ficou tentado com a proposta da mulher, sua vontade de vingar a morte da filha falava alto. Desse modo, Vincent cedeu às palavras que ouviu roubando uma chave da mesa do tenente e colocando na mão da prisioneira que sorriu de forma maléfica prometendo o pior castigo de todos a aqueles que tanto o fizeram mal. O que Vincent não se questionou foi o motivo dela saber tanto sobre sua vida, até os seus pensamentos.

— Estou de volta! Todos com o sobrenome Ulric pagaram pelos anos que passei presa nessa pocilga, Salazar seus filhos vão chorar lágrimas de sangue por não ter me matado logo naquela época. Disse a mulher segurando a chave forte.

A mulher abriu as correntes e saiu cuidadosamente da prisão, agora está livre para concretizar seus planos cruéis. Quando os oficiais notaram a fuga da mesma soaram sinos e espalharam por todos os lugares a notícia. "A bruxa escapou, todos tomem cuidado, caso a virem procure um oficial imediatamente", cartazes foram espalhados pela cidade com tal aviso.