Quando chegaram, Leonna entrou procurando por Ezu e Norah, queria dizer a eles sobre o que viu, mas não diria sobre a suspeita do seu passado, pois poderia ser ruim, caso estivesse errada. Estava feliz por ter conhecido um lugar maravilhoso como aquela biblioteca. E mais ainda com a lembrança que teve. Queria participá-los disso, talvez pudessem dar maiores detalhes de como era viver naquela época, sentia o quanto Ezu e Norah foram importantes para ela, mas preferia ir com calma, esperava simplesmente que eles falassem mais sobre Elenia, quem sabe isso fortalecesse suas suspeitas. Leonna entrou, viu Ezu e Norah conversando no escritório.
— Posso entrar?
— Claro, querida. – Disse Norah.
— Eu vi a biblioteca de Eridu.
— Gostou? – Perguntou Ezu.
— Sim, muito, tentei pesquisar coisas sobre Elenia, mas Miguel tinha pressa.
— O que você quer saber sobre ela? – Perguntou Norah.
— Já sei como ela morreu, mas queria saber mais sobre como ela viveu.
— Elenia era o que diríamos de um espírito livre, não seguia nada além do que achava certo. Ora se desentendia com Taranis, ora com Hix.
— Eu soube que os dois sempre estavam em lados opostos.
— Nem sempre, mas eram de opiniões diferentes quanto ao certo. Mas os dois concordavam num ponto, que ela seria a Nefilim certa para assumir o legado deles.
Ezu percebia que por trás do grande interesse estava uma suspeita que tinha sobre quem teria sido no passado; preferia agir com cuidado, já que ela estava perto demais de saber tudo.
— Ela se dedicava muito aos ensinamentos dos avôs, Hix e Taranis. Aprendeu ocultismo, ciências e a usar melhor seus dons psíquicos com perfeição, como Hix, e a guerrear com a mesma perfeição que Taranis. – Disse Ezu.
— E não era somente a eles que ela buscava para que lhe ensinassem. – Completou Norah. – Ela buscava também Mulack, Singas, Dumeck, Yhuaná e Egna, que a ensinaram muito. Todos eram Elohim, menos Dumeck.
Leonna soltou seus pensamentos nas palavras de Norah e viu um homem muito parecido com ela, coordenando alguns humanos no cultivo de uvas em um vinhedo; ele vestia roupas claras. Lembrou-se dele com ternura, sentiu que realmente eram muito amigos. Depois, esse mesmo homem ensinava outro grupo humano a caçar, mas de um modo limpo, onde se respeitava cada vida que era tirada; provavelmente foi por isso que se tornou um mestre. O sol batia e ele parecia resplandecer, era como ver um anjo ou o que os humanos definiram como anjos.
— Bem, eu vou tomar um banho e me deitar, quero descansar um pouco.
Leonna foi para casa. Enquanto isso, Miguel esperava que ela fosse se deitar para tentar bloquear suas lembranças. Ele sempre fortalecia esse bloqueio, agora sabia que estava sendo vencido pela força dela. Leonna entrou, preparou um banho, queria relaxar. Quando se deitou, o amado, que observava a tudo da sacada de sua casa, foi até ela.
— Leonna. – Dizia ele em voz baixa enquanto ela dormia. − Você precisa bloquear novamente seu passado, preciso que esqueça quem você foi, precisamos ficar juntos.
Ela estava dormindo, mas começou a interagir com Miguel, era exatamente isso que precisava para que seus planos dessem certo.
— Eu sempre amei você, Galaz, mas te perdoar por tudo, não sei se consigo.
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Nefilins Deuses
FantasyA vida na Terra não começou como imaginávamos. Nefilins seriam anjos ou demônios? Trata-se de uma raça intermediária entre humanos e seres considerados deuses, os Elohim. Após Leonna descobrir-se uma nefilim, descobre também vários segredos so...