Capítulo 12

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Ester e Bia esperavam por Leonna na praça. Ester estava nitidamente nervosa, andava de um lado para o outro, enquanto Bia tentava acalmá-la. Quando Ester viu Leonna chegando, foi até ela e Bia a seguiu.

— Leonna, preciso muito de sua ajuda.

— O que foi Ester?

— Ontem você ouviu Marcus dizer que havia encontrado alguém?

— Sim, ouvi e não entendi nada.

— Então, ele fez mais uma vítima, mas foi muito mais além do que você imagina.

— Como assim, Ester?

— Conheço o modo que ele age, aquela rosa era para mim.

— Que rosa, Ester, não estou entendendo nada.

— Eu vivia em uma aldeia aqui, antes mesmo que os europeus chegassem, quando Argos e Ângelo me encontraram. Eu estava indo ao encontro de Marcus, ele matou várias moças que viviam na minha aldeia, e só pararia se eu fosse até ele. Em cada uma delas, ele deixava uma rosa e escrevia nelas, Lix, com o sangue do corpo delas.

— O modo mais mórbido que somente um demônio como ele usaria para chamar a atenção.

— Ele as seduzia, possuía-as como mulheres, depois delas se encantarem com a beleza dele, dilacerava-as, sugando todo o mana, enquanto os índios ouviam os gritos ecoando pelas matas. Ele dizia que queria a filha do boto. Os outros, por um tempo tentaram me proteger, mas já não conseguiam mais.

— Mas agora é bem mais complicado, com certeza os humanos vão interferir também, vão procurar as respostas deles.

— Não, Marduk consegue encobrir tudo, para os humanos ela simplesmente sumiu, Marduk precisa de seus juízes, ele facilita todos os caprichos deles.

— Lenora escolheu a dedo seus comparsas, para ela não adiantava somente as habilidades, tinham que possuir algum sentimento obsessivo por qualquer um de nós. – Disse Bia.

— Por que ela ficou má?

— Inveja, talvez. Não se sabe. – Respondeu Bia.

— Vamos procurar os outros. – Disse Miguel.

Quando chegaram à casa de Ezu, Norah e Pedro tentavam segurar Ângelo, que estava exaltado. Argos e Miguel, que acabavam de chegar, se esforçavam para acalmá-lo. Ângelo queria, de qualquer forma, acertar as contas com Marcus.

— Não vou adiar mais. – Dizia ele.

— Tenha calma, Ângelo. – Pediu Miguel.

Ester abraçou Ângelo, ele a segurava nos braços, como se protegesse o maior bem que tinha. Leonna olhava aquilo, não suportava a dor da amiga, pois sabia agora da amizade milenar que tinham. Queria ajudar de algum modo. A lealdade que sentia por Lix e Kenix fazia-a lembrar que, de algum modo, era responsável por elas e pela situação que a amiga se encontrava.

Se eles tinham ligação telepática, quem sabe se ela chamasse por Marcus, em pensamento, conseguisse a frequência com ele, mas não sabia a que distância isso alcançaria. Escutou uma voz diferente em sua cabaça.

— Por que você me chama?

— Marcus!

Leonna ficou espantada, não sabia que realmente conseguiria, e muito menos que ele responderia. Argos, percebendo a reação de Leonna, captou a conversa dos dois. Ouviu que ela combinou de encontrá-lo durante o horário de aula, assim que Miguel a deixasse, não hesitaria em tentar fazer alguma coisa, pois Elenia jamais deixaria Lix em situação de perigo, não seria ela a deixar.

Nefilins DeusesOnde histórias criam vida. Descubra agora