Capítulo 2

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Sexta-feira, logo pela manhã, como de costume, foi correr por uma hora. Na volta, pegou o vestido na lavanderia. Hoje, por uma eventualidade, não iria à aula, não seria um dia que teria muita coisa a perder, pois estava muito adiantada.

Pegou uma caixa onde guardava seus esmaltes, escolheu um na cor bordô e fez as unhas, tinha muita habilidade e capricho em pintá-las. Depois de perceber que as unhas já haviam secado, foi tomar um banho e se arrumar, não queria se atrasar.

Passou um creme com cheiro de fruta pelo corpo. Leonna sempre foi muito vaidosa, gostava de estar sempre bem, tinha uma coleção de perfumes e uma variedade grande de maquiagem, mas seus cabelos eram a parte que mais gostava de cuidar, longos, ondulados e castanhos, gostava de deixá-los soltos, perdia um bom tempo arrumando-os. Colocou um vestido sem alças e escolheu um colar dourado e brincos pequenos, que valorizassem o busto. Fez a maquiagem com tons escuros nos olhos, colocou um perfume, seu preferido, e um salto alto preto. Quando pegou o sapato, teve uma sensação estranha. O telefone tocou; era Ester dizendo que ela e Bianca já estavam na frente do prédio, esperando por ela. Leonna já tinha terminado de dar os últimos retoques.

Quando viu Leonna, Ester comentou o quanto ela estava bonita. Aquele elogio a deixou realmente feliz. As três estavam de vestido, como se tivessem combinado ou percebido a oportunidade que o calor daquela noite possibilitava a esta peça de roupa, já que a cidade em que moravam não era muito quente. Ester usava um tubinho preto, e Bianca, um vestido de renda branco. As duas disseram que os outros já estavam esperando no local da festa. Quando chegaram à porta do barzinho, pararam o carro e Ester chamou Ângelo.

— Onde vocês estacionaram?

— Deixa que estaciono para você.

Quando se aproximou dos outros, Leonna sentiu o cheiro do perfume de Miguel. Era um cheiro muito familiar, tentava se lembrar de onde havia sentido, percebeu que era o mesmo que sentia no quarto.

— Esse perfume, eu acho que o conheço, mas lá do meu quarto.

— É o meu preferido. – Disse Miguel sorrindo, desconcertado.

Ele sabia que reconheceria o perfume, mas não poderia contar o ocorrido da noite anterior, ou ele certamente teria uma reação ruim. E outro motivo pelo qual manteria segredo era o fato de os outros ali não saberem que ele andava visitando Leonna todas as noites.

Havia um motivo pelo qual optaram para agirem com calma e cuidado com ela, mas Miguel não aguentava tanta espera, seus sentimentos eram mais fortes, por isso a visitava todas as noites. Foi quando Bianca perguntou:

— Será que achamos alguma mesa ainda?

— Não esquenta, Bianca, eu consegui reserva. – Disse Argos.

— Leonna, Argos é nosso guardião, ele sempre se antecipa em tudo.

Ângelo voltava do estacionamento rapidamente, queria entrar logo, estava ansioso para ver a banda que tocaria.

Miguel segurou Leonna pela mão e a puxou para dentro do bar. Ela ficou envergonhada, já ele não tinha nenhuma timidez e agia naturalmente. Todos se acomodaram em uma mesa no mezanino. Miguel sentou-se com Leonna, Argos ao lado dele, já Pedro, Bianca, Ângelo e Ester sentaram-se do outro lado da mesa. Miguel não conseguia tirar os olhos de Leonna, até que Argos chamou sua atenção, falando em voz baixa:

— Vá com calma, você a está deixando constrangida.

E realmente estava, mas também muito curiosa com o modo dele. Talvez ele fosse bem mais interessante do que ela imaginava. O bar era todo trabalhado em madeira e tinha muitos quadros temáticos nas paredes. E, tentando mudar um pouco o foco da situação, Leonna comenta.

Nefilins DeusesOnde histórias criam vida. Descubra agora