Capítulo 8

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Leonna e Miguel foram ver o que Argos queria, quando chegaram à porta, viram que ele estava na companhia de Ezu, os dois estavam com uma aparência alegre e conversam sobre o treino que Argos aplicou hoje. Leonna conseguiu escutar Ezu comentando sobre estar orgulhoso dela, e ficou satisfeita ao ouvir, pois achava que estava conseguindo atingir seus objetivos em aprender rapidamente, para ser útil no que tanto precisavam.

— Estou orgulhoso do que você fez hoje, minha querida. – Disse Ezu.

— Estou feliz por ter me saído bem, só espero que Bia não esteja brava comigo.

— Com certeza não está, somos Nefilins, gostamos de jogos e esportes que envolvam grandes habilidades mentais e físicas, com certeza, ela deve ter se divertido muito.

— Por isso que os gregos antigos gostavam tanto de esportes?

— Sim, tanto os humanos quanto nós, herdamos esse gosto dos Elohim.

— Queremos que você vá conosco conhecer algumas pessoas. – Disse Argos.

Leonna segurou a mão de Miguel, queria encontrar segurança, pois não sabia o que a aguardava.

— Ele pode ir comigo?

— Claro, será até bom que ele vá. – Respondeu Argos.

Quando chegaram à sala da casa de Ezu, havia dois homens trajando ternos caros e um deles com uma valise preta nas mãos. Ezu cumprimentou os dois e os apresentou à Leonna.

— Querida, esses são Baltazar e Nicolau.

Leonna os cumprimentou e olhou os broches no terno deles. Era o mesmo símbolo que todos usavam. Lembrou-se de um fato de sua infância, quando um homem muito parecido com Baltazar visitava seus pais, ele ia acompanhado de uma mulher muito bonita de aparência asiática, e eram muito amigos de seus genitores. Leonna não resistiu e comentou o fato com Miguel.

Baltazar era alto, negro, forte, cabelo raspado, já Nicolau era um pouco mais baixo, mas também era forte e tinha cabelos grisalhos, os dois já eram senhores. Leonna imaginava que os Nefilins fossem, no máximo, com a idade de Norah e Ezu visivelmente mais novos que eles. Baltazar se manifestou, dizendo:

— Existem Nefilins até idosos, cada um escolhe a idade que deseja permanecer. Seus pensamentos são fortes, ainda não consegue escondê-los?

— Nem sei se isso é possível!

— Vejo que se lembrou de mim, quando eu e minha esposa, Ali, íamos ver como você estava crescendo.

— Você era amigo de meu pai?

— Ainda sou. Temos aqui umas coisas para entregar a você.

Baltazar colocou a valise em cima da mesa de centro, abriu-a e tirou de lá dois sacos de camurça roxos e dois embrulhos em papel muito antigo. Empurrou-os em direção à Leonna e disse:

— Há muito tempo guardamos isso para você, querida. Temos algo para você também, Miguel, íamos chamá-lo depois, mas já que estão juntos, aqui está.

Tirou um saquinho pequeno azul índigo e o deu a Miguel. Miguel abriu e dentro tinham duas pedras de diamantes.

— Miguel, essa era a última coisa que faltava te entregar. Esses dois diamantes que um dia foi Galaz.

Leonna olhou aquilo com espanto, pois Galaz era o irmão de Argos. Qual o sentido, então, de Miguel ganhar algo que pertenceu a ele? Seria esse, então, o passado de Miguel? Ele era Galaz. O dela, com certeza, estaria entre aquelas coisas, pensava. Começou a olhar tudo sem abrir nada, mas procurava encontrar alguma coisa escrita que pudesse trazer alguma resposta, de repente, deixou tudo novamente em cima da mesa de centro.

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