Capítulo 17

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Pela manhã, Leonna acordou, arrumou-se e colocou óculos escuros, dormiu muito pouco, mas foi ao encontro de Ezu para irem ao trabalho.

— Sinto que alguém andou mexendo com minha cabeça ontem à noite. – Disse Ezu, suspeitando de Leonna.

Leonna sabia que ele suspeitaria, mas não descobriria, pois, a forma como fez, foi perfeita.

— Sinto a mesma coisa, e o pior é que sonhei com Lenora a noite toda, não sei se foi por hoje ser segunda-feira e faltar somente mais um dia. – Disse Leonna.

Leonna queria mudar de assunto, enganar Ezu sobre o que aconteceu e desviar sua atenção para outro foco.

— Você está pronta, só não sabe disso ainda.

Quando chegaram à associação, Tamiz comentou com Ezu que também sentiu algo estranho durante a noite, despertou por volta das quatro da manhã, sem entender o motivo.

— Eu já senti essa energia antes, Ezu, mas não lembro quando.

— Por onde começamos? – Perguntou Leonna, ela queria que eles conversassem o mínimo possível sobre esse assunto. Quanto mais eles trocassem informações, mais rapidamente descobririam.

— Você vai se encarregar das crianças hoje, tente ganhar a confiança delas, não vai ser simples, mas você consegue, pois tem muito carisma.

Leonna seguiu com Tamiz para uma sala grande, onde havia vários brinquedos, algumas mesinhas, livrinhos, tudo que deixava as crianças mais relaxadas.

— Olá, pequenos. Essa moça aqui ficará com vocês, hoje.

Leonna se aproximou deles, e Tamiz a deixou sozinha com eles. Naquele momento, ela sentiu medo, como ganharia a atenção deles? Eram introspectivos, cada um ficava em um brinquedo sem se comunicar entre eles.

Leonna sentou-se em uma cadeirinha ali perto e começou a observá-los, decidiu que, se fosse preciso, faria isso todos os dias em silêncio, até que o primeiro resolvesse procurá-la. Em um canto, sem nenhum brinquedo, estava um menino. Aquilo despertou sua curiosidade. Por que ele estava daquele modo?

— Leonna! – Chamou Tamiz, abrindo a porta.

Leonna levantou, olhou os pequeninos ali, o menino no canto a olhava com muita atenção. Ela foi em direção à Tamiz, com calma para não causar estranheza.

— Oi.

— Preciso que venha comigo.

Tamiz estava um pouco apreensiva, Leonna sequer podia imaginar o que se passava. Quando chegou à recepção, viu Simbias, Ezu e mais um homem tão alto quanto eles. Tinha o corpo muito forte, como de um gladiador, os cabelos eram curtos e loiros, que parecia até não os ter, também tinha uma cicatriz em cima da sobrancelha esquerda.

Quando Leonna se aproximou, o homem se ajoelhou diante dela. Em suas mãos havia uma caixa de madeira com fecho dourado e o símbolo Nefilim entalhado.

— Princesa!

— Não sou princesa, levante-se, não precisa prestar reverência a mim.

— Trouxe um presente para você; depois que escutei seu chamado, decidi mostrar minha lealdade.

— O que é?

— O coração de um Draconiano.

Leonna se assustou por um momento, mas aceitou o presente. Tamiz pegou uma das mãos de Leonna.

Nefilins DeusesOnde histórias criam vida. Descubra agora