Acontecimentos Inesperados

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Meus olhos se arregalaram e eu senti minha garganta ficar seca

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Meus olhos se arregalaram e eu senti minha garganta ficar seca. Cambaleei para trás e caí por cima dos caixotes. Eu estava desorientada e minha cabeça simplesmente havia parado de funcionar, assim como o meu corpo.

Algo estava errado, aquela não podia ser a Sara!

— Canário Negro? – ouvi a voz de Oliver, mas só podia ser um sonho. Então me concentrei em enxergar a realidade, mas quando abri meu olhos de fato, enxerguei Sara caída na minha frente e me dei conta de que estava delirando novamente. – Laurel? – Oliver me chamou mais uma vez e eu balancei a cabeça tentando afastar aquelas alucinações. – Laurel? Por favor!

Agora eu estava de pé, só não sabia se alguém tinha me puxado ou meu corpo havia levantando sozinho. Senti uma tontura e por mais que tentasse me manter parada, todos as ondas sonoras dos barulhos da rua pareciam se chocar contra mim com força o suficiente para me derrubar. Minha alucinação do Oliver disse mais alguma coisa e o som da sua voz fez um zunido no meu ouvido.

Senti meu corpo me puxar para baixo, minha mente estava nublada e logo fechei os olhos e não vi mais nada.

***

Fazia muito tempo que eu não sonhava. Que eu não sonhava algo otimista. Mas dessa vez eu sonhei com minha vida se Oliver não tivesse embarcado naquele barco com Sara.

Estávamos todos na Mansão Queen. Eu estava sorridente ao lado dele, enquanto recebíamos os convidados para o jantar na noite anterior à que seria nosso casamento. Todos estavam lá: Oliver, Thea, Tommy, Moira, Robert, meu pai, Sara. Todos sorridentes e felizes.

Oliver me olhou com sorriso sincero que foi retribuído por mim. Nós conversávamos animadamente sobre os planos para depois do casamento com os tios dele.

Depois o sonho mudou para Sara me ajudando a colocar o vestido de noiva. Ela me elogiava e dizia o quanto eu estava linda enquanto eu me olhava e analisava cada detalhe do vestido branco.

Logo eu estava entrando no grande salão de braço com meu pai. Ele sorriu e disse que estava orgulhoso de mim. Então quando eu olhei para frente e vi Oliver me esperando no altar, vi que tinha tudo o que eu sempre quis.

Mas tinha um problema: Eu não era livre.

Eu amava Oliver. No entanto senti que não era ali onde eu deveria estar. Eu não era parte daquele lugar. Então logo o cenário foi se quebrando aos poucos à medida que eu estava acordando.

Pisquei várias vezes até abrir os olhos e dar de cara com um teto escuro.

— Onde... Onde estou?

— Laurel, você acordou! – senti um abraço apertado.

— Oliver? – ele estava trajado de Arqueiro Verde, com um olhar preocupado sob a máscara.

— Você está bem? Está respirando? Como se sente? – segurou meus ombros.

— Eu acho que estou bem. – fiquei de pé enquanto ele me segurava – Pode me soltar. – assim que eu disse ele o fez, mas permaneceu ao meu lado. Dando uma rápida olhada em volta, percebi que estávamos no esconderijo do Arqueiro. – Como eu vim parar aqui?

— Você não lembra do que aconteceu antes de vir aqui?

— Minha cabeça está confusa. Não sei até que ponto foi realidade e até que ponto foi sonho. – Oliver respirou fundo.

— Tenho algo para te mostrar, mas não sei se agora é a melhor hora. Você precisa estar totalmente recuperada primeiro. – um calafrio percorreu meu corpo, temendo que alguma parte da minha alucinação fosse verdade.

— Me mostra agora. Eu estou bem.

— Tem certeza? – assenti – Por aqui então. – caminhamos pelo esconderijo até uma porta com uma janela de vidro no meio dela. – Antes de ver o que tem aí dentro, saiba que eu não faço ideia do que aconteceu, eu apenas... Só... Só veja você mesma.

— Do que você está falando? – o encarei e depois me aproximei da porta para observar pela janela. Lá dentro estava uma mulher de branco sentada em cima dos destroços que faziam parte do prédio abandonado. Quando ela me viu e veio até mim senti minhas pernas fraquejarem.

— Laurel! – ela bateu no vidro. – Me solta! Me deixa falar com a minha irmã! – Oliver me segurou e eu permaneci encarando a mulher batendo no vidro.

Aquela não era a Sara.

Não podia ser ela.

— Sinceramente não sei o que pensar. – falei e o encarei. Oliver parecia tão confuso quanto eu.

— Ela... Ela tinha morrido.

— Eu sobrevivi. – a loira disse – Me deixa sair que eu conto tudo. Por favor Laurel, acredita em mim! – ela parou de bater e me encarou. Naquele momento todas as emoções que senti quando soube que ela fugiu com Oliver vieram à tona.

— O que quer fazer? Eu acho que antes de qualquer coisa devemos pedir pro Henry fazer um exame de DNA e... – me soltei de Oliver e destranquei a porta. – Laurel!

— Ah! Graças à De... – Sara veio na minha direção com os braços abertos, mas ao invés de abraçá-la como esperado, a soquei com toda força no rosto. Oliver correu e me segurou, enquanto ela ficava de pé. – Porque fez isso?

— Porque eu fiz isso? – respirava fundo mesmo depois de ter perdido a calma – Você me traiu e fugiu de barco com meu namorado! Acha mesmo que eu estaria pronta para te dar um abraço depois de tudo isso? Depois de toda a dor que me causou?

— Mas eu sinto muito. Laurel, eu sou sua irmã. – à essa altura lágrimas caiam pelos meus olhos e um turbilhão de sentimentos invadia meu corpo.

— Exatamente! Porque fez aquilo comigo então? A única coisa pior do que sofrer pela morte da irmã e do noivo, é sofrer pela morte deles e ainda saber que eles não estavam nem aí pra droga do seu coração! – Oliver ainda me segurava, enquanto eu tentava me soltar.

— Laurel... – Oliver murmurou.

Minha vontade era de carregar meu punho com toda dor e sofrimento – que não eram poucos – e acertar bem no meio do rosto dos dois.

— Mas eu mudei.

— E graças à Deus eu também. – por fim me soltei, mas ao invés de partir para cima dela, virei as costas e saí. – Sendo a Sara ou não, se quiser a deixar trancada nesse buraco, pra mim não faz diferença.

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