GAEL
Depois de deixar tudo preparado, voltei ao quarto e encontrei Íris no parapeito da varanda admirando a vista.
- Gostando do que vê? - eu perguntei me aproximando dela e a abraçando por trás.
- Sim. A paisagem aqui é realmente deslumbrante, a casa toda é, na verdade. - ela disse aceitando o meu abraço, o que me deixou extremamente feliz.
- Bom, melhor se acostumar, afinal isso é tudo seu, amor. - eu disse, enquanto me aproveitava um pouco da abertura que me foi dada para aconchegar meu rosto em seu pescoço e sentir um pouco do seu cheiro.
- Para com isso Gael! O futuro ainda está muito longe. Vamos primeiro nos preocupar com o agora, o resto veremos depois. - ela falou voltando seus olhos para o horizonte, mas ainda em meus braços.
Ficamos ali por um tempo, abraçados e admirando o horizonte, e por mais que eu achasse tudo isso ótimo, notei que algo não estava certo, Íris parecia perdida em seus pensamentos, e eu sabia que isso não era nada bom, e não podia deixá-la pensar demais, e eu sabia exatamente o que fazer a respeito. Coloco meus lábios em seu pescoço mais uma vez e começo a beijá-la. Sinto um pouco da sua resistência se esvaindo, sei que ela me quer tanto quanto eu a quero, eu só preciso vencer a barreira que seus medos criaram. Intensifico meus beijos e vou em direção a sua orelha e a mordo levemente, antes de virá-la para mim. Por um breve segundo nossos olhos se encontram e eu sinto que a mesma chama que queima dentro de mim a esta consumindo, e essa é toda a permissão de que preciso. Eu ataco sua boca com força e fome, ao mesmo tempo em que a pressiono contra o meu corpo numa tentativa de derrubar seus muros definitivamente. E enquanto nós beijamos e eu começo a percorrer seu corpo com minhas mãos, sinto sua resistência deixá-la, e seus tijolos de proteção começam a cair um a um. Quando passo os dedos pela borda de sua camisa e começo a subi-la, ela levanta os braços para facilitar a minha investida. Nesse momento sinto que nada mais nos separa, sei que ela é totalmente minha outra vez, talvez, de uma forma que ela nunca tenha sido.
Puxo suas coxas para abraçar minha cintura e a levo pra cama. Assim que a deito carinhosamente no centro, me afasto e retiro a minha própria camisa, e vejo seu olhar faminto em mim, o que consegue me encher ainda mais de desejo por ela, se é que isso é possível. Instantaneamente estamos novamente enroscados na cama, seu sutiã se foi, e eu nem ao menos me lembro como aconteceu, beijo seus seios e a sinto gemer meu nome, nesse momento eu perco a consciência de tudo a nossa volta. Isso é o que sempre acontece quando se trata de Íris, eu não consigo mais ver nada que não seja ela, é como se o mundo simplesmente sumisse e nos deixasse em paz. É quase como morrer, se você considerar que ela é o meu céu, como eu claramente considero.
Começo a retirar seu short e novamente ela se levanta um pouco da cama para me ajudar, quando ouço algumas batidas altas. Eu ignoro, com certeza são as batidas do meu coração, não pode ser outra coisa. Deus não permita que seja outra coisa!
Mas como sempre eu não tenho essa sorte. As batidas continuam, e por mais que eu ainda esteja fingindo que fiquei temporariamente surdo, Íris se senta na cama e se afasta um pouco de mim ao mesmo tempo que ouvimos uma voz vinda da porta.
- Gael, Íris! A janta está pronta, só estamos esperando vocês!!! - diz Iam, meu ex melhor amigo, nesse momento, que eu mataria agora se não fosse pelo fato de que ele vai ser pai. - Não demorem, meu bebê precisa comer!
Olhamos um para o outro, e Íris começa a rir descaradamente, com certeza da minha cara de desolação completa, eu simplesmente não consigo acreditar na minha completa falta de sorte.
- Alguma chance de você topar fingir que ficou surda como eu? - eu pergunto com uma pequenina pontada de esperança.
- Não mesmo. - ela responde e ri ainda mais do provável bico que devo ter feito. - Anda Gael, vamos lá! Você ouviu o Iam, o bebê precisa comer!
- Ele pode comer sozinho! Nem nasceu ainda e já está empatando o tio! - eu digo certamente fazendo mais beicinho, sei que devo parecer patético, mas realmente não me importo.
- Eles estão esperando por nós, e hoje nós precisamos comemorar a chegada desse bebezinho! Ainda teremos muito tempo pra nós dois depois! - Ela diz saindo da cama e me puxando junto.
- Você promete Íris? - eu digo olhando intensamente em seus olhos enquanto a puxo pros meus braços mais uma vez. - Promete de verdade que vamos continuar de onde paramos? Promete que vai ficar comigo, que vai ser minha?
Ela não me responde imediatamente, apenas fica me encarando, e eu consigo ver o dilema em seus olhos, consigo ver os muros tentando abrir caminho e se reerguerem a sua volta. Estou a ponto de ignorar tudo e todos e jogá-la outra vez na nossa cama, derrubar esses malditos medos a qualquer custo, quando ela finalmente fala.
- Eu prometo Gael! Eu sou sua, sempre fui! - E então ela ataca minha boca como antes eu havia atacado a dela.
Dessa vez nós paramos antes de não conseguirmos e nos aprontamos para descer. Eu consigo me controlar apesar de ser difícil, pois tenho apenas uma certeza, vou fazê-la cumprir sua promessa!!
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Mal D'amore #Wattys 2017
RomanceÍris e Gael se conhecem desde sempre. Cresceram na mesma cidade ridiculamente pequena, estudaram na mesma escola, na mesma classe com os mesmos professores, suas vidas corriam tão próximas que até os seus amigos eram os mesmos. Estiveram ligados des...