Capítulo 24- Fim de festa

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GAEL

Eu estava completamente preso aos olhos dela. Ela não tinha admitido com palavras, mas seus olhos eram transparentes, e ela me queria tanto quanto eu a queria, entretanto ainda tinha medo de deixar seus sentimentos saírem, tentava controlá-los, mas eu sabia que não daria certo, então eu viraria esse jogo.

Estávamos tão focados um no outro que me levou um momento pra entender porque o Iam gritava feito um doido, mas então eu entendi, ele ia ser pai. Porra, ele ia ser pai!!! Isso era perfeito! Senti um pouco de inveja dele por um momento, eu queria ser pai, queria muito de verdade, mas fiquei mais do que feliz pelo meu melhor amigo, e então me dei conta de que ia ser tio! Eu ia ser o tio mais babão do planeta, isso era uma certeza.

- Porra, eu vou ser tio!!!! - eu gritei tal como meu melhor amigo e corri para abraçá-lo. - Parabéns cara! Vocês vão ter um bebê! Isso é perfeito!!!! - eu falei me virando também pra Júlia que sorria e chorava enquanto era abraçada por Íris.

- Eu vou ter um bebê, ou quem sabe dois!!! - Iam falava com um sorriso tão enorme que quase não cabia em seu rosto.- Eu queria que ele já fosse nascer agora! Como eu vou aguentar nove meses pra ver meu meninão?!

- Para com isso! -Júlia falou dando um tapa leve em seu ombro. - Pode ser uma menina também!

- Com certeza cara! E nós vamos brigar com todos os caras que quiserem chegar perto dela! É melhor a gente se manter em forma! - eu conclui sorrindo e olhando para o Iam.

- Ou comprar uma arma! - ele disse enquanto se dobrava de tanto rir.

- Parem com isso os dois!- a Íris falou tentando parecer seria, mas sem sucesso. - O bebê nem nasceu e vocês já estão assustando ele ou ela. - completou olhando pra Júlia.

Nós todos nos dobramos de rir, e rimos muito por um bom tempo.

- Iam, me desculpa cara, mas eu preciso por as mãos na barriga da sua mulher! - eu disse olhando pro meu amigo e esperando sua aprovação.

Iam assentiu levemente então eu me ajoelhei em frente a Júlia e pus as mãos em sua barriga que agora parecia mais arredondada pra mim, não sei se estava mesmo ou se eu só achava isso porque sabia que havia um bebê ali.

- Oi bebêzinho! - eu falei pra barriga dela em um tom baixo para não assustar o bebê, não sabia se ele poderia me ouvir, mas eu esperava que sim. - Aqui é o seu titio Gael, só queria dizer que estou muito feliz com a sua chegada, que nós aqui fora vamos te amar muito, e que se depender de mim você vai ser a criança mais mimada do planeta! Titio vai fazer todas as suas vontades!

- Gael!! - Júlia me repreendeu ainda chorando. - Ele nem nasceu e você já está tentando estragar o bebê!

- Não se mete mamãe! O papo aqui é com o bebê!- eu falei rindo. - Desculpa bebê, quando a sua mãe disser não vai ser não, mas eu prometo que vou insistir! - eu dei um beijo de leve na barriga dela e depois me levantei e dei um beijo na bochecha da Júlia. - Parabéns mamãe! Vocês vão ser pais maravilhosos. E eu estarei aqui para qualquer coisa que vocês precisarem. Ouviu?! - eu olhei em seus olhos e continuei. - Qualquer coisa! Nem pensem em me deixar de fora! O que vocês precisarem a qualquer hora, eu quero que me liguem, que eu vou resolver.

Júlia me abraçou com força, e logo em seguida Iam se juntou a nós. Eu sabia que ela estava preocupada com a situação deles, dava pra ver na sua cara, e eu queria de verdade que ela não se preocupasse com nada. Eu falei sério, eu ia ajudar com tudo que fosse preciso.

- Obrigado irmão! - Iam me disse enquanto saiamos do nosso abraço.

Foi então que notei Íris quieta, me encarando disfarçadamente, ela me olhava com um misto de admiração e desejo, e rapidamente o desejo dela despertou o meu. Eu precisava estar sozinho com ela, nós tínhamos muito que conversar.

- Eu preciso resolver uma coisa e já volto. - eu falei a todos e me dirigi para a piscina.

Encontrei Dante, meu caseiro que cuidava da churrasqueira e das bebidas ao lado da piscina como eu havia pedido.

- Dante, eu vou trancar a casa e vou estar lá dentro, se alguém perguntar por mim, diga que me senti mal e fui deitar. Não vou falar com ninguém!

- Ok Gael. O que eu faço com as pessoas? - ele me perguntou já antecipando a minha vontade.

- Então, eu não convidei muitas pessoas.- era verdade, já que a razão da festa era trazer a Íris aqui, eu não precisava de muita gente. - espere mais uma hora ou duas e comece a mandar o pessoal embora, pode usara desculpa de que estou indisposto.

- Pode deixar que eu resolvo isso então.- ele garantiu.

- Obrigado Dante. E depois pode tirar sua folga como combinamos ok? Amanhã vem uma equipe de limpeza, arrumar a bagunça da festa, então não se preocupe com nada. E se quiser aproveitar pra passear com sua esposa pode pegar um dos carros, amanhã eu não vou precisar de você. Aproveite o dia de folga!

- Obrigado Gael!

Eu me despeço dele e volto para dentro. Íris está abraçada com Júlia, e os três conversam animadamente sobre o bebê.

- Tudo resolvido! - Eu digo chamando a atenção dos três. - Vocês vão passar o fim de semana aqui comigo pra podermos comemorar!- Iam você pode subir com a Júlia, o quarto de vocês já está pronto. - eu digo e vejo Iam soltar uma risadinha, ele sabia que isso sempre fez parte do plano.- eu sei que vocês tem muito que conversar e comemorar!

Sem perder tempo Iam pegou Júlia em seus braços e começou a levá-la para as escadas.

- Vocês dois se comportem! - Júlia gritou para nós por cima do ombro do Iam. - Nos vemos no jantar!

- Eu não vou ficar Gael. Eu vou voltar pra festa e ver se alguém pode me dar uma carona pra casa da Júlia. - Íris disse assim que nossos amigos estavam fora de vista.

- Negativo! - eu falei sem dar espaço para a discussão. - A festa já acabou, meu caseiro está pondo todos pra fora. E nós também temos muito que conversar.

- Como assim a festa acabou? - ela falou nervosa.- Nós não temos nada pra conversar.

- Temos sim, e você sabe. Pode deixar que eu não vou te atacar. Pelo menos não por enquanto. - eu disse a ela, sem deixar dúvidas de que eu não a deixaria ir embora.

- Eu não vou ficar Gael.- ela começou a disser, mas não deixei nem que terminasse a frase, a joguei em meus ombros e fui para as escadas, enquanto ela gritava e me socava.

- Me põem no chão Gael!- ela gritou socando minhas costas.

- Nem pensar Íris! Pode bater a vontade! Eu só vou te por no chão quando chegarmos ao nosso quarto.

- Como assim nosso quarto?- ela pergunta assustada.

- Você já vai ver. - eu disse soltando uma risada.

Mal D'amore #Wattys 2017Onde histórias criam vida. Descubra agora