Snow || Ezria

Eu preciso de você (Narrador)

─ Isso seria perfeito. ─ Aria respondeu e se afastou de Ezra. Pelo silêncio dava para escutar o barulho familiar da neve.

─ Vai passar o natal comigo? ─ Ezra perguntou com esperança. Ele nunca havia passado um natal com companhia. Seu irmão nunca teve tempo para pegar um vôo de Toronto para Pensilvânia, já que ambos foram separados desde a infância.

─ Eu vou encontrar com meus pais na Filadélfia. Apenas dormi aqui porquê você pediu. ─ Ele assentiu com a cabeça, e Aria o beijou na testa. Ela demorou um pouco em sua frente, mirando-o com ternura e com um leve sorriso, e então ele os selou rapidamente. Queria tanto aquilo que não aguentava mais o sentimento pesado dentro de seu peito. Aria passou o braço pelo pescoço dele e o trouxe para mais perto. Seus lábios roçam lentamente. Colados como dois corpos. Um beijo vigoroso e calmo. Tempo não era o que importava.

─ Você toma algum remédio? ─ Perguntou-o ao se afastarem. Ele confuso com aquilo concordou desesperadamente com a cabeça. Ela não havia gostado do beijo?

─ Qual?

─ Neuleptil.

─ A quanto tempo não toma?

─ Desde que... ─ Ele se cambaleou para trás confuso entre os próprios pensamentos. ─ Minhas crises pararam.

─ Onde estão? ─ Aria desesperadamente correu aos armários e começou a revirar tudo. Um vento úmido soprava-os vindo da porta aberta da cozinha, então ele ligou o aquecedor, mesmo sendo inutil. Enormes nuvens cinzentas corriam pelo céu, indicando a eterna nevasca. Há um dia atrás ela achava que precisaria de um psicólogo para se explicar. Explicar tudo sobre Will. Mas Ezra consegue a distrair tanto, que a única coisa que ela quer e deseja é cuidar dele. Aria achou uma cartela do remédio e o entregou. Assim que os olhos azulados de Ezra alcançaram os dela, a firmeza de seu corpo se perdeu. Suas mãos encontraram o rosto do rapaz e o beijou rapidamente. Um selinho demorado, onde ele apenas fechou os olhos. Se sentia seguro aos braços dela, como nunca antes.

─ Tome. Usa na moderação certa. ─ O remédio tomou a mão grande e grossa de Ezra, ele fechou e apertou com força a cartela contra sua palma.

─ Por que acha que eu preciso tomar?

─ Porquê eu quero te ver bem, Ez. E chorar no meu ombro, acordar assustado, escutar pessoas dizendo que você me matou, não é. ─ Ela encostou a cabeça ao peito do menino e ele a apertou num abraço.

─ Nos conhecemos a tão pouco tempo. ─ Disse Ezra esfregando a mão  nas costas dela, no balbuço de a tranquilizar.

─ Eu sei.

─ Mas eu quero que saiba que eu gosto muito de você e que não precisa cuidar de mim.

─ Claro que eu preciso, Fitz!

─ Claro que não! Eu preciso de você e não de cuidados. ─ Afundou o rosto ao peitoral de Ezra. Os braços do garoto a apertando sobre seu corpo o fazia parecer protetor. Era difícil saber quem queria ser mais protegido.

(N/A: Se dividir certinho da pros dois serem a mãe da relação.)