Amor por Acaso

Prólogo

Anna Bennett

4 anos atrás...

Minha vida nunca foi perfeita, desde criança sempre ví meus pais brigarem, e não era qualquer briga de casal. Meu pai bebia muito, e minha mãe odiava isso.

Até que um dia eles decidiram se separar. Não vou mentir, eu não fiquei mal por isso. E por que ficaria?

Sempre tive receio dessas brigas, receio de que algo pior pudesse acontecer. Eu tinha medo, e preferia eles separados e felizes do que ao contrário.

Minha irmã presenciou pouca das brigas deles. Mas ainda assim, ela como eu, odiava toda aquela situação.

Quando eles se separaram, meu pai simplesmente nos esqueceu, não nos visitou por vários meses. Minha mãe continuou com a vida dela, até que ela conheceu alguém, Roberto. Um homem que logo colocou pra dentro de casa, nunca fui com a cara dele, eu sabia que ele traía minha mãe, mas ela parecia não enxergar isso.

De repente, meu pai reaparece, pedindo desculpa, dizendo que precisava de um tempo para ele. Enquanto isso minha mãe continuava "casada" com Roberto. Ele largou ela, e fiquei sem ver qualquer sorriso em seu rosto.

Ela e meu pai decidiram sair para conversar, um jantar para esclarecer tudo.

Era sexta feira 23hrs, e eu estava no sofá assistindo à um filme com minha irmã.

Agatha era uma menina muito gentil, com seus 11 anos ela era bastante calada, gostava mais de observar do que de falar. Aos poucos que ela foi perdendo essa timidez.

Uma menina carinhosa, que como toda outra irmã gostava de pegar minhas coisas, mas isso tudo eu perdoava.

Quando termino de assistir ao filme, vejo que Agatha estava dormindo, ela nunca conseguia acompanhar um filme todo a noite. Acordo ela para ir dormir em seu quarto, mesmo resmungando ela se levanta e sai.

Nossa casa não era grande, tinha uma sala média, do lado a cozinha, e nos fundos um corredor com meu quarto, o da Anna, o dos meus pais e um quarto de hóspedes.

Meu pai sempre nos prometeu uma casa maior e mais aconchegante quando resolvesse os problemas.

Ele não gostava de falar muito desse assunto.

Volto da cozinha até que ouço o telefone tocar.

- Alô? - digo.

- Anna?!

- Vó? Sou eu, o que foi? - pergunto.

- Que bom que atendeu, eu tenho uma notícia ruim querida... - ela estava com voz de choro. Meu Deus oque será que aconteceu.

- Está me deixando preocupada, por favor me fala. - sinto minha mão começar a tremer.

- São os seus pais...eles sofrerão um acidente...

Já teve a sensação de que um buraco grande e obscuro está se formando embaixo de seus pés?

Estou sentindo isso agora.

Em um momento, eles estavam aqui, bem na minha frente conversando como um casal que se amava.

Depois, estavam saindo para esse jantar. E agora, fico sabendo que eles sofrerão um acidente...

- Anna, fala comigo querida. - Ouço novamente a voz da minha avó.

- O..onde você está? - minha boca está trêmula. Sinto as gotas de lágrimas pelo meu rosto.

- Está tarde e...

- Vó, por favor. Eu preciso ver eles, são meus pais.

Ela me passa o endereço e eu vou para o quarto, visto rapidamente uma calça preta e pego meu casaco. Pego a chave de casa e vou em direção a porta até que ouço passos.

- Anna, aonde você vai? - Agatha está descalça logo atrás de mim.

- Agatha, eu preciso te contar uma coisa.

Conto para ela exatamente tudo que minha vó me disse. Ela me abraça apertado e começa a chorar.

(...)

Chego no hospital e ouço uma mulher chorando, não consigo ver quem é.

Pergunto para a moça sobre meus pais, enquanto Agatha está inquieta do meu lado.

Ela insistiu para que eu a trouxesse, e eu não iria priva-lá de ver nossos pais.

- Anna!!

Olho para o corredor ao lado e vejo minha vó chorando desesperadamente.

Eu e Agatha vamos até ela e a abraçamos.

- Me desculpa querida.. Me perdoa...

Eles não resistiram...

É a última coisa que ouço...

Continua...