Anna narrando:
Dias atuais...
Estou diante do espelho, estou horrível. Essa não sou eu, nunca fiquei desse jeito antes, tudo que vem acontecendo nesses últimos anos...
Nunca fui mais a mesma, trabalho na Cafeteria Gran Café, não paga tão bem mas é a única coisa que me sustenta no momento.
Pagando as dívidas de casa e minha faculdade já está de bom tamanho.
Sim, diante dessa tragédia toda que a minha vida se transformou, continuei com a minha faculdade, artes cênicas sempre foi meu sonho. Continuei por mim, e por meus pais, que sempre me disseram que não importa o que acontecesse, eles gostariam de me ver formada. E é isso que eu faço. Pena que eles não estão aqui para ver...
Afasto esses pensamentos e enxáguo o rosto, daqui a pouco preciso levar minha irmã na rodoviária. Como ela entrou de férias, ela quis ficar uns dias com nossa avó, Maria.
Tomei um banho, saí e fui para meu quarto me vestir. Coloquei uma jaqueta, calça preta e uma bota de cano curto marrom.
Terminei de me arrumar e fui até a cozinha, abri um dos armários e vi que tinha poucas coisas. Precisava fazer compras.
Pego uma maça e vou até o quarto de Agatha. Abro a porta e vejo ela terminando de arrumar sua mala.
- Vamos? - pergunto.
- Só um minuto. - fecho a porta e pego minha bolsa, esperando Agatha do lado de fora.
Ela aparece, e é bem perceptivo a maquiagem dela. Tranco a porta do apartamento e vamos até o elevador.
Depois da morte dos meus pais, não quis continuar naquela mesma casa, por isso aluguei um apartamento bem perto do meu serviço. Ele é quase igual a casa que tínhamos antes, com os mesmos cômodos, só que um pouco menor.
- Pra que toda essa maquiagem?
- Pra ficar bonita né. - Ela faz uma cara como se fosse óbvio. - Não dá pra você vir comigo?
- Agatha eu queria muito, mas eu preciso pagar as contas, não posso deixar meu emprego de lado. Você sabe como hoje em dia é difícil pra achar um emprego bom.
- Tudo bem. - beijo o topo de sua cabeça e esperamos o elevador.
(...)
Chego na rodoviária uma hora depois, o trânsito hoje estava um caos. Vejo várias famílias se despedindo, puxo Agatha e a abraço, ela retribui.
- Toma cuidado tá? - digo.
- Pode deixar, você também.
- Vou sentir saudades. - largo ela e vejo o ônibus saindo, ela corre até ele e olha pra mim na fila.
- Eu te amo muito... - ela entra e vejo o ônibus partir.
Continua... ♥
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Amor por Acaso
RomanceAnna Bennett tem 21 anos e tem somente como família sua irmã Agatha e sua avó, Maria. Cria sua irmã sozinha desde que sofreu uma grande perda em sua vida. Além disso, ela precisa lidar com um assunto delicado relacionado ao seu chefe. Entretanto, su...