Noite

2.8K 308 35
                                    

*Jimin*

Eu não sabia mais o que falar. Apesar do que eu disse ele apenas ficou ali me encarando como se estivesse esperando a certeza de que eu tinha terminado. Não sei se isso o afetou ou se não faz diferença, só sei que quero acreditar nele assim como me pediu. Dar uma segunda chance não é fácil, por isso quero que a use bem.

Ele abaixa a cabeça e pega em minha mão. Sinto como se meu coração fosse pular do peito só com seu simples gesto. Mais uma prova de que estou gostando dele de verdade.

- Jimin... - Respira fundo - você acreditou em mim, preferiu pensar em minha inocência do que me julgar. Antes de tudo isso, vou te dizer uma coisa que por favor, por mais que coisas ruins aconteçam, que podem até nos separar, acredite sempre nessas palavras: Eu te amo.

Sinto lágrimas escorrendo pelos meus olhos e sua mão limpando meu rosto. Ninguém nunca se declarou para mim, ninguém nunca disse que me amava, ninguém além de Taehyung se preocupou comigo, ninguém a não ser Jungkook.

- Kook eu... - Sou interrompido por seu dedo em minha boca.

- Por favor, não fala nada, não agora.

Tira seu dedo e fico quieto esperando ele continuar.

- Vou te contar uma história, minha história. Por isso quero que preste muita atenção. - Fixo meus olhos nos dele na garantia de me concentrar em cada palavra que me diz. Ele olha para baixo e segura a minha outra mão apertando as duas como se quisesse que com esse gesto lhe passasse confiança para começar a falar.

-  Quando era mais novo, sempre ficava sozinho. Na escola eu era o típico menino isolado da turma. Passava meus dias em casa sem ninguém já que meus pais viviam no trabalho... - deu uma pequena pausa e pude perceber que seu rosto corar de leve-  e isso também incluía meus cios. Fiquei muito tempo sendo ignorado por todos, nem meus pais se mais importavam comigo. Me davam
qualquer medicação e apenas me trancavam no meu quarto até que passasse. Isso se repetiu por um bom tempo até que conheci Yungyeon. Ele me ajudou quando precisei de alguém, quando estava abandonado pelo resto da sociedade ele ficou lá e me estendeu a mão.

Parou um pouco de falar e olhou para mim, acho que como se quisesse perguntar se pode continuar.

- Bem, como já percebeu ele foi meu primeiro namorado, naquele tempo eu não fazia idéia da minha opção. Só o via como um amigo, diferente dele. Ele me ajudou sim com meu cio, mas logo depois descobri que aquilo tudo fazia parte de uma aposta para ver quem ficava primeiro com o esquisitão da sala. É aí que você me pergunta porque não me afastei dele depois que descobri? Lembra quando eu disse da medicação?

Balanço a cabeça em sinal de sim.

- Pois é, meus pais de davam muitos comprimidos já que não tinha parceiro e quanto mais o tempo passava, mais difícil ficava de me conter, e mais eles aumentavam minha dosagem. Depois do meu primeiro cio, comecei a ter alguns efeitos colaterais já que não usava remédios o que atrapalhou os meus hormônios de alfa. Então digamos que quando estou perto do cio eu meio que fico excitado de mais e posso passar dos limites entende?

- Sim. - Agora sei porque me atacou na primeira vez em que fui a sua casa. - Mas o que isso tem a ver com ele?

- Pois é, eu realmente não sei bem como te dizer. Não quero que se assuste ou pense mal de mim. Mas eu tenho uma confissão a fazer.

Razão ou coração? 》jikook - ReescrevendoOnde histórias criam vida. Descubra agora