Good Morning, Daddy

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Remus estava feliz. Peter fora preso, e Sirius era um homem livre agora. Ele voltaria a lecionar, em Estudo dos Trouxas, em Hogwarts junto do melhor amigo, que assumiria a matéria de Transfiguração, deixando Minerva apenas para auxiliar Dumbledore e ser diretora da Grifinoria, dando a ela o devido descanso. E mesmo a proximidade da Lua Cheia não poderia abalar seu humor.

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Severus Prince Snape não era conhecido por ser um homem caridoso, e Alvo já estava habituado em vê-lo mais carrancudo na semana que antecedia a lua cheia. Mas algo estava diferente. Era a terceira semana de aulas, e Severus parecia bastante sereno, nenhum pouco estressado. Dumbledore se arriscaria afirmar que o pocionista estava feliz demais por aqueles dias.

Naquela manhã, Alvo, Minerva, Remus, Sirius, Quim e Nymphadora seguiram para a sala de convivência das masmorras, parte dos aposentos do Mestre de Poções. Não que o Diretor houvesse informado ao Pocionista que haveria uma breve reunião ali naquele sábado.

Minerva bateu na porta delicadamente, tendo a entrada cedida pelo pocionista. Havia um suave perfume de amêndoas pelo local, e Remus identificou algumas notas de Acônito. Por que Severus estaria misturando Mata-Cão com amêndoas?

O pocionista estava sentado em sua poltrona favorita, com um exemplar sobre poções exóticas da África, e não se dignou a deixar de ler para ver quem estava adentrando seu espaço. Algo não tão típico dele. Sua postura parecia relaxada.

-Curioso como não me avisam sobre possíveis invasões em meu espaço pessoal.-Comentou, antes de alçar mão de um marcapagina que parecia ter sido feito a mão. Era o rosto de um lobo, desenhado em alternâncias de uma pena finíssima e um traçado mais grosseiro, quase como um galho de madeira macia.-Bom dia, Alvo. Já pediu algo aos elfos?

-Já, Severus. Em poucos minutos, creio eu, estaremos saborea...-Um curto estampido o interrompeu, e a mesa de centro foi posta com esmero, mas havia algo curioso: um prato azul foi colocado no canto, junto de uma xícara com um chá vermelho extremamente concentrado. No prato, haviam diversas fatias cortadas finas, metade de carne vermelha, sem sangue escorrendo, e metade eram peixes e outros frutos do mar, como lula e mexilhões.-Oh, curioso... Se não me falha a memória... Só existe uma ocasião em que Winney prepara este prato.

-Ocasião.-Severus praticamente chamou a palavra, como se referindo a alguém, ou alguma coisa.-Levante, está fazendo preguiça há duas horas.

-Eu não estava fazendo preguiça, papai!

Os marotos, Quim e Nymphadora arregalaram os olhos, por motivos diversos, mas a mesma expressão de espanto. Uma moça, de pouco mais de 18 anos, surgiu de um lugar mais reservado da sala. Usava um short curto e confortável de moletom, que praticamente sumia no blusão de frio que usava. As mangas estavam puxadas até a altura dos cotovelos, e se viam algumas tatuagens nos antebraços e nas pernas. Os cabelos castanho-aloirados estavam molhados e soltos. Um óculos de sol lhes impedia de definir a cor dos olhos, e ela estava descalça.

-Claro que não, filha.-A mocinha se aproximou, beijando a bochecha do pocionista com todo o carinho do mundo, e Remus podia jurar que Severus sorriu para a menina.-Mas sabe que precisa comer, não é?

-Sim, senhor.-A menina coçou o olho esquerdo, sem retirar os óculos, antes de se sentar no chão ao lado de Snape, pegando o prato com cuidado, e um par de hashis.-Bom dia, vovô. Bom dia, Tia Minnie. Bom dia, pessoal.

-Bom dia, querida.-A diretora dos leões respondeu entusiasmada.-Conte sobre a África. Como foi sua viagem?

-Muito divertida. Papai ficou zangado porque fiz o favor de me esfolar na moto umas seis vezes... Nada muito grave, se levarmos em conta que eu fui brincar de trilha no Grand Canion depois de tirar a carteira.

Dear Wolf DaughterOnde histórias criam vida. Descubra agora