Good Morning, Daddy

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Havia quatro anos que Severus e Remus haviam enterrado Alice. Havia um jardim mágico ao redor do túmulo, cheio de flores azuis. Ele era lindo o ano inteiro, independente do clima. Fruto do resquício de magia da jovem loba.

Finalmente era Março de 1998. Potter havia entrado em sua Hogwarts.

Severus havia, abertamente, traído Voldemort há algumas semanas, e todos os seguidores dele que parecoam habitat o Castelo eram ilusões controladas pelo pocionista.

Remus era o único na Ordem que sabia o que realmente havia acontecido com Dumbledore. E ajudou os outros a se infiltrarem no Castelo. Não permitiu a fúria de Minerva contra Severus, chocando a todos quando se dirigiu ao pocionista, que apenas mirava pela grande janela.

Draco olhava, estupefato, para seu padrinho. O rapaz estava livre da Marca, graças a Dumbledore. E apenas naquela fatídica tarde, pouco antes da aparição de Potter, ele havia descoberto a verdade por trás do sumisso de sua irmã por consideração.

O loiro se permitira chorar até a convocação ao Salão Principal. Não contou a ninguém o que havia acontecido, e pegou na Sala Precisa, enquanto chorava, o diadema de Rowenna.

Hermione ficou surpresa quando o Sonserino veio ao seu lado. Havia um pano azul em suas mãos. Logo o colega lhe mostrou a joia, fazendo-a arregalar os olhos, assim como todos os outros, exceto Ginevra Weasley.

-Ginny me contou sobre sua suspeita. Luna conversou com a Dama Cinzenta e me disse onde poderia estar escondida. Não sei destruir essa coisa, mas imagino que o membro mais inteligente da Ordem saiba o que fazer com ele.

-Obrigada, Draco...

Ainda chocada, a menina pegou o objeto, e se foi junto de Ron para destrui-lo na Câmara Secreta.

-Você parece calmo, Sev.-Murmurou o lobisomem, enquanto os demais montavam o plano de ação daquela noite.-Está tudo bem?

-Melhor do que nunca esteve nos últimos quatro anos.

•~♡~•

Severus ouviu Voldemort vociferar em sua mente. Mas a dor na Marca Negra não fez cócegas ao rígido homem.

Sem saber que Potter também ouvira o chamado, Snape simplesmente se retirou da enfermaria, onde ajudou Poppy a cuidar dos feridos vivos. O pocionista não temia o qur o aguardava. Severus nunca foi um homem temeroso.

Os degraus até o Porto do Lago negro logo rangiam sob seus pés.

▪ Lily Evans, 1981. Morta. Atingida pela maldição da morte, lançada por Voldemort.

▪Alvo Dumbledore, 1997. Morto. Atingido por uma maldição da morte, vinda Severus Snape.

▪ Charles Lancaster, 1998. Morto. Assassinado gratuitamente por Fenrir Grayback, em uma lua cheia azul, onde estava de luto pelo aniversário da morte de sua afiliada.

▪ Remus Lupin, 1998. Morto. Atingido por uma maldição da morte lançada por Theodorus Mulciber. Teve o intuito de proteger a jovem Nymphadora Tonks, sua amiga.

▪ Alice Lunnye Prince Lupin, 1994. Morta. Vítima de uma violência invisível e silenciosa prolongada por anos a fio. Suicídio por arma de fogo.

Severus parou na porta da casinha no deck. Por um minuto, se deixou pensar no túmulo de sua filha. Alice Sempre amou azul. E as flores azuis eram suas favoritas.

A cor favorita de Severus era azul. A cor dos olhos de seu companheiro. A cor do olho esquerdo de sua filha. A cor das memórias que havia entregue a Potter. Com um último pedido: que o enterrasse ao lado de seus tesouros.

•~♡~•

Harry queria salvar aquele homem tão injustiçado. E tão forte.

Mas quando viu Severus olhar para a própria mão, onde havia um narciso azul, entendeu que o pocionista já estava salvo.

O levou de volta ao Castelo, deitando-o ao lado de Remus Lupin, que já tinha o corpo pronto para o enterro. E Minerva foi cuidar pessoalmente do corpo de seu colega, a quem julgara tão erroneamente.

A guerra teve fim. Voldemort estava jogado no meio do Salão Principal. Os mortos já estavam recolhidos, e todos choravam e riam de alívio.

Exceto Charles Weasley.

O ruivo estava apenas ali, vegetando. Ele havia perdido sua companheira. E agora havia perdido seu irmão.

Foi com surpresa, que sentiu uma mão delicada tocar seu rosto. Não era o toque em si, mas havia um calor no local onde a mão o tocava. Ajoelhada á sua frente havia uma menininha. Sua Alice, vinda da primeira lembrança concreta que tinha do momento em que começou a ama-la.

-Eu estou aqui, Charles. Eu cuido de você agora.-O homem não tinha palavras. A menina encostou a testa na sua, um claro ato de puro carinho.- Mais que tudo no mundo.

-Mais que tudo no mundo...

Ela lhe presenteou com aquele sorriso tortinho, deslocado. Antes se virar para onde estavam os corpo dos mortos. Todos haviam parado para olhar menininha feita de luz.

-Papai? Pai? Vamos? As panquecas estão na mesa.

Os doia homens, com cerca de seus 20 anos, surgiram. Eles estavam de mãos dadas, e sorriam para sua garotinha.

Remus foi quem se abaixou e a pegou no colo, ganhando um longo beijo na bochecha. Severus beijou a bochecha da filha da mesma forma, prendendo sua rebelde franja cacheada atrás da pequena orelha.

-Bom dia, querida.

-Bom dia papai.

E assim como o som das vozes, a imagem foi levada por uma suave brisa, que cheirava a algo como algodão doce. E o sol se ergueu, majestoso, no horizonte.

Hogwarts estava a salvo, no fim de tudo.

E a família Snape-Lupin estava unida, em seu recanto de paz. Em algum lugar muito além do imaginário humano. Um lugar de luz.

Dear Wolf DaughterOnde histórias criam vida. Descubra agora