4 - Maps

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Respirei fundo.

Lily não parava de falar da "beleza" do príncipe Yuri.

- Ele é tão lindo, quieto, romântico! Os pais dele são uns docinhos comigo! Você viu o cabelo dele? Ele é loiro! - ela falou perdidamete apaixonada

- Na verdade, Lily, você é loira, é linda, fofa, amigável e romântica. E tem olhos azuis, ele só é loiro. - falei

- Você não foi com a cara dele? - ela perguntou tristonha

- Não... é que ele não é tão bonito quanto você. Lily, você com certeza é mais bonita que ele, e possivelmente mais inteligente e esforçada.

Lily me olhou surpresa.

- Lilian, isso é algum truque estranho para falar que eu não mereço ficar com ele, com quem eu quero?

Ela pôs as duas delicadas mãos no caração, e depois sorriu para mim.

- Desculpa, Lily. Acho que fiquei com ciúmes dele. Sei lá, você dizer que quer ficar com ele a vida toda, deu uma pontada no meu coração de irmã super protetora! - falei

- E quem disse que ele é pra vida toda? Relaxa, mana. Se eu desistir dele agora, não tem nada, mas eu preciso ver se ele é o homem ideal pra mim primeiro antes de despejá-lo na primeira tentativa.

Olhei para ela envergonhada, Lily sabia que julgar de primeira era uma das minhas piores características.

- Mas... este também não é um bom momento para mim. - falei - Vou ficar obrigada com esse principezinho.

- Porque quando você era jovem, não tentava entendê-los antes de julgá-los e os mandar embora. Agora está sofrendo as consequências.

Lily sabia como me fazer sentir mal.

Ela sabia fazer com que tudo o que ela denfendia parecesse certo, e tudo o que ela fazia também parecia certo.

Se eu não conhecesse Lily desde criança, acharia ela uma garota mimada e perfeitinha demais, mas agora eu sei que ela está certa, e manipula os outros com facilidade, conseguindo sempre o que quer, tipo um biscoito ou carinho.

Olho para ela um pouco desapontada, não com Lily, mas comigo mesma.

Como eu fui burra por não pensar como ela. Eu nunca vou ter a inteligência de Lily, nunca.

- Lilian, não se culpe - disse Lily, como se lesse a minha mente

- Então como você explica o fato de ser mais bonita e mais inteligente que eu?

Ela me olhou incrédula.

- Você pensa assim?

Eu balancei a cabeça um pouco envergonhada, em sinal de afirmação.

Lily me abraça forte, tentando não chorar.

- Lilian, no começo, eu pensava como você, mas a vovó percebeu que se me deixasse livremente como você fez, para despejar quem quisesse, cometeria mais um erro.

Eu olhei para Lily confusa, a vovó estava metida nessa inteligência repentina de Lily?

- Na verdade, eu pensava até pior, mas a vó deu um jeito para que eu amadurecesse mais rápido.

- Como?

- Ela me explicou o que eles estavam fazendo, me explicou até dando exemplos de você.

Eu franzi a testa confusa.

- O que ela te disse sobre mim?

- Que se eu não ligasse para escolher o homem ideal para a minha vida, acabaria como você, mal educada, com cérebro de criança de cinco anos, e ainda por cima com casamento obrigatório, sem escolher com quem casar, e sem amá-lo de verdade.

- Primeiro: Eu não tenho cérebro de criança, segundo, mal educada é ela, que me ensinou o que é o palavrão. E terceiro: nem sempre o casamento obrigratório é uma ameaça a humaninade, não é impossível se apaixonar nele, assim, de verdade.

- Não? - ela falou animada

- Não. Mas nem tenta fazer como eu, que isso é plágio, e plágio é crime.

- Quem disse que plágio de ideias amorosas é crime?

- Eu. Eu sou uma princesa e eu ponho as regras aqui.

- Depois eu sou a criança mimada, não é, Lilian?

- Vai te fu***, Lily.

- Fu o que? Acho melhor eu parar de te deixar com a vó.

- Né. Agora ela anda me ensinando uma maneira educada e fina de xingar os outros de uma forma bizarra de se falar.

- Dá um exmplo.

- Em vez de tomar no cú, ela me fez dizer experimente no ânus.

- Inacreditável. - Lily falou inconformada, no fundo, ela queria ser eu, por mais que eu dissesse que era uma ideia idiota ela me achava muito engraçada e bem humorada, ela queria ser assim, ela queria como eu, falar palavrão, mas não conhecia muitos.

- Hey, Lilian - ela falou mudando de assunto - se amores verdadeiros em casamentos forçados sempre acontecem...

- Eu disse que pode acontecer, mas é raro, não impossível - falei corrigindo-a.

- Ah - disse Lily soltando um breve suspiro e abaixando a cabeça - esquece.

- Me fala, Lily! O que você queria falar?

- Queria dizer que você ainda tem uma chance de concertar os seus erros sobre os príncipes.

- Como?

- Você falou que não é impossível amor verdadeiro em casamento forçado, e se o Kim fosse seu amor verdadeiro?

As palavras da Lily me acordaram.

Será que eu gostava de Kim? Estava perdidamente apaixonada por esse príncipe idiota?

Imediatamente descartei essa ideia e levantei ambos os meus ombros, em sinal de que eu não sabia se estava ou não apaixonada.

- Entendi - ela falou dando um sorriso - A Lilian tá apaixonada pelo futuro marido dela! Eles vão se casar e vão ter 3 filhos! - falou ela cantarolando uma musiquinha irritante.

Rapidamete, tapei a boca da Lily e a mandei parar com essa idiotice.

- Ué, isso não é o que sempre acontece, Lilian? - ela falou jogando um travesseiro na minha cara - a menina que odeia o cara acaba apaixonada por ele? Que clichê, ein. Mas eu ainda shippo esse parzinho com todas as minhas forças. - disse ela cruzando dois dedinhos

- Isso se estivéssemos em um conto de fadas.

- Isso de estivéssimos... - ela falou fazendo voz de chata - Pera aí. Somos princesas, moramos em um castelo e temos uma história inacreditável com nossa família, tipo, eles morreram afogados em um navio, não foi? Então isso nos faz... Frozen no mundo real?

Ela surtou animada, como se fosse mesmo parecida com a Anna, e eu, com a Elsa.

Finalmente, ela parou pensativa.

- A Anna não é loira e tem sardas - ela pegou no próprio cabelo e olhou para mim - E a Elsa tem poder de gelo e é loira...

- Você escondeu para mim todos estes anos que tem poder de gelo? - ela me perguntou desconfiada

- Claro que não - respondi

- Uh, você não parece mentir.

- Mas é claro que não, acorda, Lily! - eu disse a chacoalhando - nós não somos de um conto de fadas em que a tal de Elsa loira faz um boneco de neve vivo chamado Olaf!

- Ok, senhorita Lilian, você me convenceu, vamos para o salão real?

- Vamos lá.

Lilian Cook Ayuzawa

Enquanto as Estrelas BrilharemOnde histórias criam vida. Descubra agora