Capítulo 19 - Sorry

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- Mas... É a Rainha!

- Não adianta, Romeo, você vem ou não vem?

Jack e eu somos melhores amigos. E bom... meu nome é Romeo. Nós somos apenas camponeses.

Como deve estar vendo, estamos discutindo sobre um assunto muito sério, relacionado a Rainha, mas não somente a ela, e sim ao Reino inteiro.

- Tem certeza de que quer incendiar o castelo? - perguntei

Somos de famílias muito pobres, esquecidas do resto da população, inclusive do Reino, e neste momento, Jack planeja atacar o Reino com ajuda de outros camponeses revoltados, além de guardas que se uniram aos camponeses, para se vingarem de suas famílias, também de origens camponesas.

- Mas é claro, Romeo! Já está tudo combinado! Você sabe que a nossa família espera há anos por uma vingança contra esse Reino, que nos fez sofrer nas mãos dos outros Reinos, sem nada fazer!

- Você nem sabe...

- Eu vi isso com os meus próprios olhos. Romeo, eu só te chamei porque você é meu melhor amigo! Eu sei que você tem um coração mole e gosta de florzinhas fofas e animais que dançam! Mas nós vivemos até hoje por isso, para isso.

Respirei fundo. No fim, eu nunca quis vingança, só de ouvir isso, sinto que meu coração vá parar.

Não consigo entender o porquê de tantas guerras, por que o nosso povo pretende agir de uma forma tão dolorosa, tão apressada e louca assim?

Agir contra o Castelo, nosso próprio Reino, é como mostrar para os outros que somos o motivo de nossas próprias guerras, de nossa própria fome e de nossas mortes.

Sei que tenho um coração mole, além disso, nunca matei uma formiga, então, eu nunca teria a mínima coragem de me vingar, de matar, de gritar contra mim mesmo, contra meu Reino e meu povo, como se fosse um louco, como se estivesse mergulhado em meus próprios devaneios.

Da mesma forma, não quero matar a Rainha, ela é tão jovem, tem um rosto tão respeitável, poderia ser motivo de alegria do nosso povo, motivo de uma segunda chance.

Mas nem mesmo meu povo liga para o que eu digo, no fim, eu só sou uma formiguinha, e eles poderiam pisar em mim a qualquer momento.

- Eu não sei! Jack, não quero guerras, mas quanto mais eu falo, parece que as guerras e as mortes pioram!

Eu estava muito agitado, muito nervoso, minhas mãos tremiam e eu não sabia o que fazer, no que pensar.

- Então pare de falar baboseiras e se renda de uma vez às vontades do povo! Você tem que aceitar! Essa é a nossa guerra! Vivemos para isso!

- Jack... eu não quero! Eu não vou, está bem? Pode ir. Mais uma coisa. Você e nem ninguém podem definir o que eu vou ser, ou que eu quero. Posso ter pedras como amigos, e você não pode dizer nada se eu começar a chamá-la de Srta. Pedra ou casar com ela!

- Claro que eu posso dizer... seu maluco.

Ele bateu a porta forte, mas deu um sorriso antes de sair. No final, Jack era meu melhor amigo, ele sabia que eu tinha um coração mole, uma vontade de defender o que acho certo, e nunca o deixaria só em uma guerra.

- Jack, seu idiota manipulador!

Abri a porta para chamá-lo de volta, mesmo sabendo que já não era mais preciso, quando a abri, vi apenas a escuridão da rua, sendo iluminada por milhares de tochas.

- No fim você veio? - perguntou Jack dando um sorriso

- Você sabia... seu idiota.

- Se me xinga tanto, é porque não gosta de mim, mas então, por que decidiu?

Enquanto as Estrelas BrilharemOnde histórias criam vida. Descubra agora