I Don't Even Know Your Name - Part 2

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Shawn

-Merda! - xinguei jogando o caderno na parede
-Nossa cara, o que aconteceu? - Brian apareceu na porta, pegou meu caderno no chão e me entregou
-Não consigo compor, não consigo tirar a voz daquela menina da minha cabeça, tenho uma porrada de coisas pra resolver....Eu vou explodir!
-Relaxa! Vamos sair daqui, bora lá no centro respirar ar puro e esquecer isso tudo. - Brian me empurrou da cadeira até a minha mochila no canto da sala. Guardei minha guitarra e saímos.

Brian é meu amigo de infância e meu vizinho. Já aguentou muitas crises e bloqueios criativos. Saímos da escola e fomos para o estacionamento buscar meu carro.

-Você ainda não a encontrou? A garota da voz? - Brian perguntou enquanto saíamos da escola.
-Ainda não. Você descobriu alguma coisa?
-Aparentemente ninguém sabe sobre ela, ninguém nunca ouviu. Nem o pessoal da banda.
-As vezes eu acho que fiquei louco e que aquela música, aquela voz... Foi tudo coisa da minha cabeça. Mas sei lá, foi tão real!

Flashback – 2 semanas atrás.

-Eu já to indo, mãe. Esqueci meu caderno na sala de música, voltei pra pegar. Tá, tchau – desliguei o celular e uma voz doce, suave e tão linda ecoava pelo corredor vazio do departamento de música. Eu simplesmente congelei, só conseguia prestar atenção naquele canto e na música linda.

But sometimes, I just want somebody to hold
Someone to give me their jacket when it's cold
Got that young love even when we're old
Yeah sometimes, I want someone to grab my hand
Pick me up, pull me close, be my man
I will love you till the end

So if you're out there I swear to be good to you
But I'm done lookin', for my future someone
Cause when the time is right
You'll be here, but for now
Dear no one, this is your love song

Do nada a música parou e o silêncio voltou a reinar na escola inteira. Corri até o final do corredor e abri a porta da sala de música a tempo de ver a porta lateral, que tem saída pelo estacionamento, semiaberta mas não tinha nada, ninguém. Nem sinal de carro, bicicleta... Nada. Como ela podia ter sumido tão rápido? Um barulho de moto chamou minha atenção.

Passando pelos portões da escola, distante demais para conseguir distinguir quem era, uma moto deixava o estacionamento. Eu sabia que aquele mistério iria me atormentar até descobrir quem estava na sala de música essa tarde.

-Mais que merda! - meu telefone tocou – Já to indo mãe.


Flashback.

Brian e eu demos umas voltas na cidade, encontramos alguns amigos em um café no centro e ficamos por lá batendo papo.

-Brian, eu to indo. Tenho muita lição pra fazer. - peguei meu casaco na cadeira e me despedi do pessoal
-Vou também. - saímos do café e fomos até o carro, parrado na esquina. -Não sei porque você tá se preocupando com lições – Brian começou, assim que entramos no carro—Você vai ser um puta cantor famoso, seus covers estão fazendo sucesso não estão? - concordei com a cabeça—Então! Você devia se preocupar com as gatas que choverão em você daqui a pouco. - Brian começou a imitar duas pessoas se agarrando, me fazendo quase chorar de rir.
-Menos cara, menos! Primeiro: meu pai disse que só posso levar essa história de postar vídeos se não me atrapalhar na escola e, segundo, caso você tenha esquecido, eu terminei um relacionamento a pouco tempo. Não quero outro tão cedo.
-Ainda com a Lauren na cabeça, Shawn? Supera vai! Vai fazer três meses que ela se mudou e você ainda tá na dela?
-Ela é importante pra mim, tá legal? Vamos mudar de assunto, vai jantar lá em casa? - olhei para ele que resmungava alguma coisa baixinho
-Não, valeu. Minha mãe tá me esperando para uma "reunião de família". Acho que fiz alguma merda. - parei em frente a sua casa
-Você ainda acha? - comentei rindo e recebendo um dedo do meio do Brian no meio da cara
-Até amanha cara.
-Até.

Brian entrou em casa e eu me preparei para estacionar no outro lado da rua. Pelo barulho, minha irmã tinha visitas essa noite. Peguei minha guitarra no banco de trás e entrei em casa.
-Mãe, Pai, cheguei! - assim que abri a porta, quatro cabecinhas se viraram para mim e me encararam com os olhinhos brilhando como cachorrinhos admirando o frango assado. Festa do pijama, eu mereço. - Oi meninas, boa noite.
-Boa noite Shawn – elas responderam em coro sem parar de me encarar. Aaliyah revirou os olhos e estalou os dedos, chamando atenção das amigas. Vai ser uma longa noite...

Fui até a cozinha, encontrando meus pais conversando enquanto preparavam o jantar. Dei um beijo em minha mãe e abracei meu pai antes de me sentar na bancada ao lado do meu pai.

-Festa do pijama, é sério? Hoje? Cade a história do "só no final de semana?" - sussurrei, fazendo ambos rirem.
-Relaxa garoto! É só hoje. - meu pai deu dois tapinhas nas minhas costas numa tentativa de me reconfortar.
-Você diz isso porque não tem que lidar com várias delas olhando embabacadas pra você. - reclamei indo em direção a minha guitarra na porta da cozinha.
-Acostume-se meu filho. Você vai lidar com muitas ainda. - minha mãe caminhou até mim e me deu um beijo da testa.
-Vou para o meu quarto, me chamem quando o jantar estiver pronto. - peguei minhas coisas e subi.


Joguei minha mochila em um canto e cai na cadeira em frente ao computador. Peguei meu caderno e abri na página em que tinha copiado os versos que ouvi a duas semanas atrás mas que não saiam da minha cabeça:

So if you're out there I swear to be good to you
But I'm done lookin', for my future someone
Cause when the time is right
You'll be here, but for now
Dear no one, this is your love song

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Música: Dear No One - Tori Kelly

One MississipiOnde histórias criam vida. Descubra agora