4.

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Eu – Estás parvo ou quê? – Com a aflição nem reparei que falei português.

Um rapaz loiro, alto e muito bem arranjado saiu disparato do carro e foi ao meu encontro.

XXX – Desculpa, peço imensas desculpas! Estás bem? Queres que te leve ao hospital?

Fiquei calada a olhar muito fixamente para aquele rapaz. Mas o que é isto? Primeiro, quase fui atropelada, segundo, aquele rapaz acabou de falar português em plena Nova Iorque e terceiro, ele parecesse-se imenso com aquele cantor australiano… o Cody Simpson.

XXX– Estás bem? – Ele ouviu o barulho das buzinas e virou-se para trás. – Estamos a parar o trânsito! Anda, entra no meu carro. – Agarrou-me no braço suavemente e levou-me até o carro. Abriu-me a porta e eu entrei, depois deu a volta ao carro e entrou do lado do condutor. – Ainda não falaste comigo. – Ele destravou o carro e começou a conduzir. – Estás bem? Estou seriamente preocupado.

Eu – Sim estou bem, obrigada. – Foi a única coisa que consegui dizer.

XXX– Estás a falar pouco porque sou um desconhecido ou és sempre assim?

Eu – Não, é mesmo porque quase fui atropelada; porque tu estás a falar português comigo em pleno centro de Nova Iorque; porque tu te pareces imenso com o Cody Simpson e porque estou no carro de um desconhecido a ir não sei para onde. – De súbito, as palavras voltaram-me.

Ele sorriu. – Pelo “quase foi atropelada” peço desculpa, estava muito escuro e eu não consegui ver-te; por estar a falar contigo em português é porque eu adoro a língua portuguesa e sei falar muito bem; o facto de ser muito parecido com o Cody Simpson não é um facto, eu sou mesmo o Cody Simpson e como já te disse quem sou já não sou nenhum desconhecido. – Ele fez uma pausa. – Ah, e estamos a ir para minha casa.

Wow! Ele é mesmo o Cody Simpson? Não posso acreditar!

Eu – A sério? És o Cody Simpson? O Cody Robert Simpson?

Cody – Podes acreditar, sou mesmo eu.

Eu – Prova-o!

Cody –   Every minute, every second, every hour of the day, iyiyi, every hour of the day, iyiyi, every time that I’m away, iyiyi, missing you, missing you. Every moment that is stolen, it can never be repaced, iyiyi, even if it’s for a day, iyiyi, I’m a text you up to say, iyiyi, missing you, missing you.

Oh deus do céu, eu estou ao pé do Cody Simpson! Natacha, be cool once in your life.

Eu – Ok, já não tenho dúvidas!

Cody – Chegamos. – Sorrindo, parou o carro.

Eu – Eu não te quero incomodar, de certeza que tens muitas coisas para fazer, e eu na verdade tenho que ir para casa, as minhas amigas estão á minha espera. – Ele saiu do carro e eu fiquei sentada à espera de saber o que iria fazer.

Cody – Deixa-te de tolices! – Ele abriu-me a porta e eu sai do carro. – Uma rapariga tão linda como tu nunca me incomodaria! E se as tuas amigas estão á tua espera, manda-lhes uma mensagem a avisar que chegas mais tarde. Quero saber tudo sobre ti, afinal, eu quase te atropelei e nada acontece por acaso. – Ele largou um grande sorri.

Eu – Está bem, eu vou avisar. – Peguei no iPhone e mandei uma mensagem para Alexandra a dizer: “Aconteceu uma coisa incrível! Nem vão acreditar quando vos contar! Está tudo bem comigo, não se preocupem. Vou chegar mais tarde a casa. Beijinhos!”.

Entramos em casa dele, aquilo era enorme! Tinha imensos teclados, guitarras, skates, livros e estava tudo muito bem decorado com “beach stuff e music stuff”.

Cody – A casa não é muito grande, nem arrumada porque só cá vivo eu e passo a maior parte do tempo no estúdio ou em viagens. – Ele fechou a porta e levou-me até à sala.

Eu – Estás a brincar certo? A tua casa é enorme!

Cody – Bem, não viemos cá para falar da minha casa! – Ele sorriu e encaminhou-me para o sofá. – Senta-te, põe te á vontade.

Sentei-me e ele sentou-se ao meu lado. – Obrigada.

Cody – Ainda nem sei o teu nome.

Eu – Oh, pois! Chamo-me Natacha, mas todos me chamam Dacha.

Cody – Ah, já sei a razão por falares português.

Eu – Sim sou portuguesa. Na verdade só cheguei cá ontem.

Cody – Vejo que tens uma grande história para contar, podes começar. – Ele sorriu.

Eu – Está bem. Bem, eu e mais duas amigas acabamos este ano o secundário e viemos para cá para…

Cody P.O.V.

Não sei o que se passa mas estou impressionado com esta rapariga! Os olhos dela atraem-me, os lábios chamam por mim e o destino diz que tenho que conhece-la. Nada acontece por acaso e eu não a vou largar.

Continuamos a conversar e parecia uma história dos filmes, o que lhe aconteceu hoje. No final da noite já nós conhecíamos bem e acho que começamos uma grande amizade… ou mais.

Dacha – E ponto, é esse o meu número de telemóvel.

Eu – Apontei. Já tens o meu, liga-me sempre que precisares. – Guardei o número dela no meu iPhone e fiquei a olhar mais uma vez para ela. Meu Deus, como é linda.

Dacha – Igualmente. – Ela olhou para o relógio, já era tardíssimo, passavam vinte e três minutos da uma da manhã. – Agora acho mesmo melhor ir para casa, já está tardíssimo.

Eu – Claro, eu levo-te.

Dacha – Obrigada.

[…]

Eu – Bem, estás estregue.

Dacha – Obrigada. – Ela sorriu timidamente.

Eu – Podemos ver-nos amanhã? – Arrisquei ao perguntar, afinal eu só a conheci hoje e ela pode pensar que me estou a atirar a ela, mas bem, já está feito e agora é só rezar para que seja um sim.

Dacha – Claro! – Disse ela muito rapidamente mas depois viu que exagerou e tentou compor. Algo me diz que tenho hipóteses. – Quer dizer, sim, sim podemos.

Eu – Então venho buscar-te para almoço, ao meio dia. Está bom para ti?

Dacha – Sim, está ótimo.

Eu – Então até manhã, princesa. – Aproximei-me dela e dei-lhe um beijo muito suave na bochecha, consegui sentir a sua respiração e as pernas a tremer.

Dacha – Até manhã. – Ela corou e sorriu. Depois abriu a porta e entrou.

Dacha P.O.V.

Isto está mesmo a acontecer? Ainda não consigo acreditar, acho que só quando acordar amanhã e vir que não é um sonho é que vou conseguir.

Entrei em casa e vi a Alex e a Liza sentadas no sofá com caras sérias.

Eu – Olá meninas!

Alex – Olá meninas?! Mas isto é assim? Chegas há uma da manhã a casa e dizes olá?!

Eu – Preferes boa noite?

Liza – Calem-se lá e conta o que aconteceu!

Eu – Nem vão acreditar! – Sentei-me no sofá ao lado delas.

Alex – Como é que queres que nós acreditemos se ainda não contas-te o que é?!

Eu – Eu conheci o Cody Simpson

Alex/Liza – Não acredito.

Eu – Eu explico. Assim que saí de casa…

Contei tudo e elas ficaram de boa aberta a olhar para mim! Se tivesse-se no lugar delas também ficava assim. Deitamo-nos eram três da manhã. Eu adormeci logo e com sorte sonho com o almoço de amanhã!

Nova Iorque, Nova Vida ➵ c•sOnde histórias criam vida. Descubra agora