Capítulo III

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Assim que se olharam, amaram-se; assim que se amaram, suspiraram; assim que suspiraram, perguntaram-se um ao outro o motivo; assim que descobriram o motivo, procuraram o remédio.
-William Shakespeare

Robert

Não entendi o que houve naquela noite na cafeteira. Mas com toda certeza foi muito bom. Aquela menina despertou um desejo em mim que ninguém, até agora, havia despertado.O melhor de tudo foi vê-la com raiva por eu ter lhe chamado de menina. Confesso que irritar ela foi bom, mas não fiz propositalmente. É evidente que ela não é nenhuma menina. Aquele corpo e aquelas curvas, não são de uma menina. Entretanto seu rosto é tão angelical!!
Depois daquela noite, fui para casa e dormir como nunca. Era como se aquele rosto tivessem acalmado. Não sei explicar.
Adormeci pensando nela. **Como seria bom aquele rostinho gemendo meu nome, e aquela cara irritada se desmanchando enquanto ela alcança sua libertação...**

Acordo em meu horário habitual e faço minha higiene. Alguns dizem que eu acordo muito cedo, mas eu não acho. Um homem como eu, precisa dá exemplo e chegar antes de todos! Não é possível você cobrar uma coisa se você não faz como exemplo.Visto um terno azul marinho feito sob medidas. E um sapato preto. Para um promotor de justiça-como eu- sua presença precisa ser algo que intimide. E faço isso com maestria. Tomo o meu café e vou para o escritório.


Chegando lá Marcelle me passa toda a agenda de hoje. E como sempre , muitos e muitos processos para serem analisados. O tempo passa e eu nem percebo, como sempre. Já é hora do almoço quando dois armários entram na minha sala.

-Iai cara, como é que tá? Não lembra mais da sua mulher não? (Diz Diego com todo seu censo de humor apurado.)

-Velho, se você continuar atrás dessa mesa por muito tempo. Eu juro que mando te internar. (É a vez do Adam,  já indo em busca da bebida, no meu pequeno bar ao lado da sala.)

-Primeiro, não falei com você esses dias meu amor, me desculpe, te prometo uma foda gostosa esse final de semana. ( Digo rindo da cara do imbecil do Diego que manda o dedo para mim ) E segundo, não é vício e sim muito problema para resolver.

Sempre é assim, Diego e Adam são meus melhores amigos. Nós conhecemos na época da faculdade e estamos juntos até hoje. Juntos, nos parecemos a liga da justiça, eles são altos como eu e a academia nos dá uma apresentação impecável(Falando nisso não fui essa semana, preciso me organizar). Diego é juiz e Adam é advogado. Os dois são bastantes profissionais, assim como eu. Mas, insistem que eu sou pior e ultrapasso os limites. Eu não concordo, claro, mas fazer o que?

-Tá meu amor, só te perdôo se disser o que vai fazer no sábado ? (Diego diz se sentando na cadeira a minha frente.)

- Por que? Vocês têm algo em mente ?
( Sempre tem... E não há como negar, eles não aceitam um não como resposta.)

- Abriu um pub novo chamado "The night" estão dizendo que é muito bom bora? ( Agora foi a vez de Adam falar)

- Se eu não for você aponta uma arma pra minha cabeça não é mesmo ? ( Falo rindo, com a frase costumeira já decorada)

-Exatamente! (Ele confirma)

-E então já comeu? Tô morrendo de fome e o Adam não quis me alimentar. Você sabe né um cara gostoso como eu precisa ser bem alimentado(diz Diego piscando o olho, esse cara é uma figura mesmo)

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