Capítulo VI

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"Com as lágrimas do tempo e a cal do meu dia eu fiz o cimento da minha poesia."
-Vinicius de Moraes

Emma

Entro no café, desesperada. O que foi que eu fiz? Não sei o que me deu. Pensei no que a Kim e a Cel faria e pronto agir como uma maluca e beijei Robert. Foi maravilhoso, aquela barba na minha pele, sua língua travando uma batalha silenciosa com a minha. Quando eu pensei ter acabado ele me puxou outra vez. E senti o desejo se acumulando entre minhas pernas. Suas mãos na minha coxa subindo e descendo sem ultrapassar meus limites. Que homem é esse? Me despeço dele. E ele me dá um beijo casto nos lábios. Saio do carro com as pernas bambas. Dou uma olhada no vídeo do carro e vejo meu estado. Lábios vermelhos e cabelos bagunçados. MEU DEUS, SÓ FOI UM BEIJO E EU ESTOU NESSE ESTADO.
Dou uma breve arrumada nos cabelos e aceno para ele. E ando apressada para dentro do café.
Hoje não consigo prestar atenção em nada. Meus lábios estão anestesiados.  E minha mente não para de reviver a tarde inusitada. Teve momentos que me vi em pânico. Quando ele me perguntou o porque que eu vim para Joinville, e o motivo o qual me fez sair de Gramado. Mas acho que ele não percebeu o meu inferno interior. E inventei algumas desculpas. Tirando isso , foi uma tarde incrível. Até fotos juntos ele tirou. Gostei muito da companhia dele. Porém, não posso perder meu tempo com esse homem. Ele é incrível, gentil e um conquistador nato. Todavia, não posso ter relacionamentos. Tenho uma missão que não posso deixar de lado por uma paixão boba.
As horas voam e já é fim do expediente. Dia de sábado o café não fica até tarde. Tia Mary diz que sábado não é um belo dia para café e a sextas-feiras lucram bem mais que os sábados. No domingo também não abrimos. O que torna o trabalho tranquilo e sem muitas cobranças. Frank me leva para casa como sempre . E hoje eu não escuto as suas histórias, estou revivendo a minha tarde.E nem escuto quando o Frank me chama.

-Emma, e então você aceita?

-Desculpe Frank, mas não entendi. O que você disse?

-Eu perguntei se podemos ir ao cinema no próximo sábado, você sempre está tão focada na universidade que não vejo saindo. Então pensei que seria uma boa pegar um cinema. E então o que me diz?

-Frank, eu não estou com cabeça para sair.

- Vai Emma é só um cinema. Você precisa se divertir mais.(Frank sempre foi carinhoso comigo e é apenas o cinema)

-Tudo bem Frank , eu aceito.

Chegamos na minha casa eu me despeço dele e vou para dentro. A casa está vazia, já estou acostumando.
Tomo banho, e visto algo leve. Eu preciso pensar melhor. Minha vida está levando um rumo contrário ao que eu realmente preciso.Tenho que manter o foco ou tudo pode dar errado.
Faço um sanduíche e vou procurar algo interessante para assistir. Quando percebo meu celular com uma notificação.  E para a minha surpresa é de Robert. Não imaginei que ele me mandaria mensagem hoje. Quando abro fico feliz em saber que ele gostou do beijo, tanto quanto eu. Abro a imagem que ele me mandou e fico impressionada com a beleza dele. Na foto eu estou fazendo careta e ele c uma cara séria, porém com um sorrisinho de lado. Ele é assim , durante o nosso passeio percebi que ele fica sério , mas basta fazer alguma infantilidade seu sorriso se abre. É bem eu sou mestre em ser maluca , como ele mesmo disse.
Respondo a mensagem e na mesma hora sou correspondida.
É Emma acho que o garanhão gostou mesmo de você. Troco mais algumas mensagens com ele e resolvo voltar para o meu inferno pessoal. Ficar assistindo não vai me ajudar em nada.

Entro no meu quarto e continuo trabalho, observando cada detalhe. Preciso achar as pessoas certas para prosseguir com os meu planos. O quanto mais rápido , melhor. Pego o arquivo com o nome Emma Parker Laffaiete. E vamos lá querida Emma.

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