Fúnebre

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Corvos de carmesim
festejam no vermelho jardim
A cor purpura dessa pupila se apago
Mãos pálidas, mãos frias
O céu estava a fitar 
pela iris dilatada 
que ficou presa em seu olhar
O céu agora chora, sem cor, sem aurora
E negro como a vista dela ficou
Com ausência de vida
Com ausência de cor
As gotas de chuva que molham 
um corpo sem vida
uma alma que foi embora corrompida
Os corvos carmesim estão a grasnar
Não parece mais uma festa
mas um rito fúnebre de amedrontar
A chuva passou e tudo se foi
Até os corvos carmesim abandonaram o jardim
Somente um corvo pequeno ficou para depois do fim
Este era azul, e não carmesim.  

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