Eu não sou o único viajante
nessas terras áridas e distantes
Quando foi que perdi a mim mesmo?
Não sinto mais há um longo tempoQuando foi que tudo se tornou cansativo?
Eu sou apenas um viajante exausto
passando mais um dia a procura de nada
Nunca sabendo qual caminho seguir
pisando em areias traiçoeiras e profundasO que eu poderia chamar de felicidade
que porcaria eu esperava me acontecer?
Enquanto eu estava perdendo a mim mesmo
encontrei você vagando tão solitária de siMas que porcaria eu estava pensando
antes mesmo de poder melhor te conhecer
ansiei por cada gota de sua existência
Eu não via as sombras do seu profundo sofrer
de toda a areia que te afundava aos poucosFui perdendo pouco a pouco de mim
para me encontrar totalmente em você
mal poderia imaginar o que iria acontecer
Não percebi a tempestade vindo devorar
eu devia ter visto o que você odiava verMe afogando em todas aquelas lagrimas
em todas as suas tempestades vorazes
Você foi me naufragando pouco a pouco
enquanto me arrastava para junto de tiMinhas razões tornaram-se novamente vazias
mas seus fantasmas ainda me perseguiam
aonde quer que vá ou tente me esconder
por mais que eu tente não sentir mais nada
eu ainda sinto tudo que vinha de vocêEu tinha tudo de mim e de você
mas que porcaria poderia acontecer
sem que ao menos eu percebesse
você se esvaia por entre meus dedos
e voltava a sete palmos do meu desesperoEu tinha todos, eu tinha você, eu tinha tudo
agora eu não tenho nada, nem a mim, nem você.
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Poemas Mortos
ŞiirNão penses que ao abrir esta porta encontrara flores, belas cores e cálidos amores de verão, aqui só veras a mais bela, nefasta e torta escuridão. Se queres algo gentil vá escrever sobre o desabrochar dos lírios na primavera do seu coração! Ah e se...