Já se sentiu derrotado? Já pensou em desistir de tudo por notar que não tem mais forças para continuar? Já se sentiu incapaz? Pois era como eu me sentia.
Chorava sozinha com o meu silêncio, achando que era minha única solução, e depois que as lágrimas me levavam o ar e me trazia uma calma momentânea, levantava e me olhava no espelho. Dizia para mim mesma que tudo iria dar certo, que precisava seguir em frente. Mas só palavras não bastavam e agir não conseguia mais.
Os pensamentos ruins e pessimistas voltavam, em com ele, aquela dor no peito que parece que nunca vai passar independente do que se faça. As vezes da vontade de olhar pro céu e xingar seja lá quem for que tiver lá em cima e questionar o porquê que tinha que ser assim.
Sai do banheiro e segui em direção para o meu quarto, quando ia abrir a porta Dinah segurou em meu pulso me fazendo olhar pra ela.
- Achei isso no sofá. E seu?- me mostrou uma cartela de remédio.
- Sim. - quando fui pegar de sua mão ela guardou no bolso.
- Mila, a cartela está pela metade. Quantos comprimidos você anda tomando?
- Dois por dia.
- Dois por dia? - sua voz ficou um timbre mais alta.- você sabe que isso faz mal. O que está acontecendo com você?
- Nada.
- Como assim nada? Você está com olheiras, anda quieta que quase não conversa mais com a gente e está tomando remédio para dormir mais do que devia. Você sabe que se estiver com alguma problema pode contar.
Ela me olhava, esperando que dissesse alguma coisa. Mais as palavras estavam pressas na garganta, impedidas de passarem e serem ditas pela boca.
Entrei no meu quarto rapidamente e o tranquei. Não queria mais ser sufocada pela razão.
- Camila, abre a porta por favor.-disse batendo na mesma.
- Me deixa sozinha.
- Abre, só queremos o seu bem.
As meninas se juntaram a ela mas depois de um tempo se deram por vencidas e pararam de bater.
Inútil, incapacitada. Era isso que rondava em minha mente enquanto olhava pro teto e tinha a sensação da minha cama está no mesmo jeito da minha cabeça. Girando.
Fiquei a tarde inteira me culpando por estar a cinco meses sem serviço, não recebia mais email e nem ligações e já fui para os quatro cantos dessa cidade atrás de um emprego. Tentativas falhas. Mas precisava colocar o resto de esperança que tinha no lugar e sabia a onde teria pessoas para me ajudarem com minha situação.
Entrei no meu carro e segui o caminho um pouco mais tranquila do que estava antes, quando cheguei no local, toquei a campainha torcendo que tivesse alguém ainda acordado pois já era noite. Meu pedido foi atendido, a porta estava sendo aberta.
- Filha ?
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A Máscara - Camren
Misterio / SuspensoCamila Cabello não sabia se estava vivendo ou se estava sonhando, se realmente ouvia vozes ou estava delirando. Sua única certeza é que aquilo não era um simples pesadelo e que seus objetos te levariam a resposta.