Capítulo 1.

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Um mês antes:

P.O.V. Victor Montenegro 

Era o jogo mais importante da temporada, a final da Copa do Brasil.

Lá estava eu, com a bola no pé e indo em direção ao gol, faltava apenas cinco minutos para o jogo acabar, dois a um para o meu time. Passo para o Léo que passa de novo pra mim, quando ia chutar e fazer o bendito gol, um carinha do time adversário vem pra cima de mim com tudo.

Acabo caindo no chão, falta, tento levantar, mas não sinta minhas pernas, Léo chega do meu lado e pergunta se está tudo bem. Pareço estar bem?

Os paramédicos estão correndo em minha direção, mal consigo ouvir, parece que caí em um buraco e está tudo longe demais, vou fechando os olhos e acabo desmaiando.

[...]

P.O.V. Raphaella Lins

Estava vendo o último episódio da minha série preferida, quando meu telefone toca.

-Raphaela Lins?- Perguntou alguém do outro lado da linha.

-Sim, quem gostaria?- Pergunto.

-Aqui é do Hospital, sentimos muito em te falar que alguns dos seus parentes morreram em um acidente de carro e seu sobrinho está no hospital.- Quando o cara termina de falar, eu começo a chorar. Como assim eles morreram?- Eu preciso que a senhora venha ao hospital o mais rápido possível.

-Claro-soluço- mas vai demorar- mais um soluço- eu estou na Europa.- Eu explico soluçando por causa do choro.

-Tudo bem, sinto muito. – Depois disso o cara desliga.

Vou correndo pro meu quarto e arrumo minha mala enquanto tento parar de chorar.

[...]

Atualmente:

P.O.V. Victor Montenegro

Estava mais uma vez no hospital. Depois daquele acidente em campo, eu acordei no hospital, me disseram que eu não foi tão grave, mas alguns dias depois eu voltei por causa de dores fortes e me disseram que eu tinha fraturado uma costela.

Agora eu tenho que vir uma vez por semana durante dois meses, por causa do tratamento errado que eu tive.

-Victor Montenegro.- A médica me chama, entro na sala com a mesma atrás de mim.

-Olá.- Eu digo.

-Oi, como se sente? Muitas dores na região fraturada?- Ela pergunta, olha pro meu rosto, depois minha ficha e tenta não olhar diretamente pra mim após isso.

-Até que não.

-Ótimo, só vou anotar uma coisa no seu prontuário e te dar uma nova receita, só um minuto. -Ela me fala.

Prestando atenção no modo como ela escreve, me lembra alguém, uma pessoa que eu gostava muito. Olho seu nome no crachá, Raphaella Lins. Sim, era ela, a menina que eu gostava, mas mesmo assim humilhava, a "Nerd" da sala. Talvez seja por isso que ela não olha na minha cara, essa mulher deve me odiar.

-Aqui está, tenha um ótimo final de semana.- Ela me estende a receita e dá um sorriso.

-Igualmente. -Respondo e vou em direção ao estacionamento, onde Léo está me esperando.

[...]

P.O.V. Raphaella Lins

Depois da notícia que eu recebi, voltei ao Brasil correndo. Comprei uma casa e pedi para uma amiga me mandar as coisas que eu deixei na Europa. Agora eu cuido do meu sobrinho, trabalho em um hospital perto de casa e estou tentando ter uma vida feliz com meu sobrinho.

Estava no meu emprego, chamo o próximo paciente.

-Victor Montenegro.- Chamo o mesmo, ele entra na sala e o sigo.

-Olá. -me cumprimenta.

-Oi, como se sente? Muitas dores na região fraturada?- Eu pergunto, olho pro seu rosto, depois sua ficha e tento não olhar diretamente pra ele, o cara que transformou minha vida escolar horrível, mas que mesmo assim me deixou apaixonada pelo mesmo.

-Até que não. –Me responde.

-Ótimo, só vou anotar uma coisa no seu prontuário e te dar uma nova receita, só um minuto. -Eu falo, ele deve achar que eu o odeio, afinal não estou nem olhando na sua cara. -Aqui está, tenha um ótimo final de semana.- Eu estendo a receita e lhe dou um sorriso.

-Igualmente. -Fala e vai embora.

[...]

Após eu atender todos meus pacientes, eu vou em direção ao estacionamento e depois passo na escolinha do Daniel, meu sobrinho.

Chegando na frente da creche, vejo Dani me esperando com a mochila nas costas.

-Daniel, sua tia chegou.- Fala a mulher que fica lá na frente.

-Titia.- Dani em correndo e me abraça.

-Oi amor, vamos?- Pergunto o pegando no colo.

-Vamos, tchau tia Chris.- Ele fala.

Vou em direção ao carro e o coloco na cadeirinha.

-Como foi seu dia, querido?- Pergunto dando a volta no carro e sentando no banco do motorista.

-Legal, eu fiz uma amiguinha.- Dani, conta contente, afinal ele é novo na escolinha e não tem muitos amigos.

-Como é o nome dela?- Pergunto dobrando na rua de nossa casa.

-Larissa.- Ele fala, enquanto entramos com o carro na garagem.

Desço do carro, o tiro da cadeirinha e entramos na casa.

Na sala vejo caixas fechadas e pouca coisa nas estantes, o resto da casa está na mesma situação.

Subo pro meu quarto e deixo minha bolsa em cima da cama, tomo um banho rápido, coloco um pijama. Faço a mesma coisa com o Daniel.

Após isso, desço e começo a fazer o jantar e arrumo um pouco da cozinha, com um pensamento só na cabeça, Preciso de uma empregada.

[...]

P.O.V. Victor Montenegro

Após encontrar Léo no estacionamento do hospital, fomos buscar minha filha na escolinha mais cedo.

Não demoramos muito á chegar lá na frente.

Saio do carro e ando em direção ao portão da escolinha. Peço a moça da portaria chamar a Larissa, espero alguns minutinhos e vejo minha filha vindo na minha direção com sua mochilinha nas costas.

Quando ela vai pular para eu a pegar no colo, se lembra que machuquei as costas e para.

-Oi, papai.

-Oi, querida.- pego sua mão e vou em direção ao carro.- Como foi seu dia?

-Legal, eu fiz um amiguinho novo.- Ela fala sentando na cadeirinha, que sempre fica no carro do Léo. Arrumo seu cinto e dou a volta no carro, sentando no banco do passageiro novamente.

-Quem é seu novo amiguinho?- Leonardo pergunta a minha filha e logo volta a prestar atenção no trânsito.

-Ele é novo na escolinha, o nome dele é Daniel e ele mora com a tia.- Minha filha diz.

-Chegamos.- Léo diz parando em frente a minha casa.

Eu e a Larissa descemos do carro e entramos na casa, subo com ela pro segundo andar, tomo um banho, ajudo minha filha a tomar banho e colocar seu pijama.

Deito em minha cama e olho pela janela, minutos depois vejo minha nova vizinha chegar em casa. Quando a mesma sai do carro, eu vejo ela.

Esqueço isso um pouco e durmo, uma hora e meia depois acordo com alguém batendo na porta, é só mais uma empregada me chamando para jantar.

Desço as escadas, vou para sala de jantar, como minha comida e subo para o meu quarto.

A Médica e o JogadorOnde histórias criam vida. Descubra agora