Capítulo 7.

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[...]

P.O.V. Victor Montenegro.

Depois de falar com a Dona Benedita, que não ia almoçar em casa, saio novamente e atravesso a rua. Assim que bato na porta, escuto um "entra".

-Voltei. - Falo assim que entro na cozinha. Vejo a Rapha fazendo o almoço. - Cadê o Daniel?

-No quarto dele, pode subir, é a única porta aberta no corredor. - ela fala e vou lá pra cima.

Lá em cima, vejo uma porta aberta e vou em direção à ela, escuto o choro baixo do Daniel, bato na porta.

-Vai embora, tia, eu quero ficar sozinho.- ele fala com uma voz fraquinha.

-Não é sua tia.- Eu falo entrando no quarto e sentando na cama ao seu lado.

-Mesmo assim, eu quero ficar sozinho.- ele fala.

-Que pena, eu ia te convidar pra jogar bola.- eu falo.

-Eu não sei jogar.- Me assusto, como uma criança dessa idade não sabe jogar bola?!

-Eu posso te ensinar, pode ser?- eu pergunto.

-Não.- ele fala. Okay, não está sendo fácil, mas não podemos desistir no meio do jogo.

-Tem certeza, quando a Lari chegar da escola, podemos jogar eu, sua tia, a Lari e você.- eu tento mais uma vez.

-Okay, mas você vai ter que me ajudar.- ele fala tirando a cara do travesseiro. Sua cara estava inchada por causa do choro e seus olhinhos estavam vermelhos.

-Então vamos, vamos lavar esse rosto, almoçar e depois jogar bola.

-Okay.- ele levantou e seguiu para o banheiro, subiu em um banquinho e lavou seu rosto na pia.

Depois de lavar o rosto, descemos e fomos para a cozinha.

Na cozinha, senti um cheiro bom de comida. Raphaella estava de costa pra gente e nem percebeu quando chegamos lá.

-O que você 'tá fazendo de comida, tia?- Daniel perguntou e a Rapha deu um pulo de susto.

-Nossa, nem vi vocês chegando.- ela virou para a gente, que estávamos sentados à mesa.- Massa com carne, amor. Que bom que você saiu do quarto, o que o Victor te falou para sair de lá?

-Ele disse que vai me ensinar a jogar bola.- Daniel falou com um sorriso gigante e olhinhos brilhando.

-Legal. A comida já vai ficar pronta, então podem me ajudar a colocar a mesa? - ela perguntou, acenamos que sim com a cabeça e a ajudamos a arrumar a mesa.

Com tudo arrumado, ela pegou a panela com massa e colocou na mesa, pegou na geladeira o queijo ralado e um suco.

-Tia, você quer jogar com a gente depois?- Dani pergunta.

-Melhor não, eu tenho que arrumar a casa, aproveitar que estou de folga hoje.- ela fala, vejo Daniel desfazer aos poucos o sorriso.- Além disso, eu não sei jogar.

-Não tem problema, Tio Vi te ensina, né Tio?- Ele fala sorrindo novamente, vejo Raphaella suspirar.

-Tudo bem, mas já vou falando que eu não sei jogar muito bem.- ela fala sorrindo pro sobrinho.

-Mas você não jogou no campeonato de futebol na escola?- eu pergunto e ela olha pra mim.

-É joguei, mas foi só pra completar o time.- ela falou.- E além do mais, faz muito tempo que eu não jogo.

A Médica e o JogadorOnde histórias criam vida. Descubra agora