Capítulo 10 - Lembranças que machucam

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Bárbara estava de joelhos no chão diante do altar, pedia uma luz, algo que ela pudesse se agarrar naquele momento, Uma inspiração para não sumir de Bella Cruz novamente.

Ele entrou e viu aquela mulher no chão frágil, precisando de atenção e de uma orientação, lentamente ele se aproximou e a segurou pelos braços fazendo com que ela se levantasse.

Barb: Você!- o Padre Prudêncio, era irmão de Josefina, conhecia Bárbara desde sempre.

Padre: Vem vamos conversar lá dentro- apontou para a sacristia.

Barb: Veio para cá depois do seminário?

Padre: Eles me mandaram por 5 anos missionar pelo mundo, quando chegou minha vez pedi para vir para casa.

Barb: E como você está?

Padre: Estou bem. Mas hoje você precisa mais de Deus. Como você está? Viu Arturo?

Barb: Dêncio eu não sei mais o que fazer o amo, mas ele destruiu tudo. Quando cheguei aqui queria o sangue dele, mas ontem eu me entreguei a ele.

Padre: Eu sei Fina me falou, e sei também de Raúl, ele é u menino Bárbara.

Barb: Eu sei, só brincamos. Mas eu estou tonta com que ouvi agora pouco, Estava com Fina quando Arturo chegou e contou que a ninfeta dele está gravida e que ele quase perdeu a cabeça, ele iria bater nela.

Padre: Nos últimos 15 anos Arturo se tornou quem mais detestava, ele é a copia do pai. Bêbado, mulherengo, jogador, perdeu uma fortuna no cassino, e só não perdeu mais por que dona Virginia está a par de tudo, e administra o pouco que restou.

Barb: Ela sempre foi uma mulher de fibra. Mas o que aconteceu com Arturo.

Padre: Você! Ele soube que você se casou e teve um filho. Achou que seu filho, era dele, mas soube que o teve depois que casou. ele queria ir atrás de você, mas seu pai veio a Bella Cruz e contou que você estava casada e estava grávida do marido. Ele sofreu tanto.

Barb: Ele se casou logo que eu fui. Ele se casou e teve uma filha.

Padre: Ele foi obrigado a se casar com Mariana, ela estava grávida dele, foi muito rápido, o casamento deles era só por conta da menina, ele nunca amou Mariana. Conversamos, mas o pai dela e o dele foram implacáveis.

Barb: Posso imaginar. Mas eu estava gravida dele quando deixei Bella Cruz, mas perdi o meu bebê de tanta tristeza.

Padre: Eu sinto muito. – ele a abraçou e ela chorou, chorou como não chorava a muito tempo, depois que ela se acalmou, tomaram um café conversando. – Está tarde, vem te levo pra casa.

Barb: Pode deixar estou de carro, acho que consigo chegar em casa.- eles se despediram, depois que Bárbara falou com seu amigo, agora padre ele entendeu algumas coisas, mas mesmo assim não iria perdoar Arturo,

Ela chegou em casa e deu de cara com o filho, ele estava sentado no sofá esperando por ela, queria conversar algo que o estava perturbando.

Val: Oi mãe, por onde andou. Desde que chegamos, mau nos vemos. Anda ocupada demais nessa cidade. Norma chegou.

Barb: Me desculpe meu amor, estou com tanta coisa, essa cidade mexe comigo. – falou deixando a bolsa na cadeira e indo sentar com o filho.

Val: A cidade ou certas pessoas dessa cidade? Mãe, não quero que sofra, vamos voltar para casa, deixa isso aqui pra lá, o tio Pedro estava aqui. Queria falar com você.

Barb: Aquele idiota, o que ele queria, não te quero perto dele, ele é macabro, nunca gostei dele, desde que ele tentou me...- ela parou de falar na hora sentiu o corpo tremer, tinha medo, ódio, raiva e nojo do tio. – Bom deixa isso, você comeu? Estou com fome, podemos fazer um lanche?

Val: Benta fez o jantar, vamos comer estou com fome, mas me conta, o que tanto tem nessa cidade? Arturo sei que é um assunto pendente seu.

Barb: Assunto findado. E você o que fez de bom. Vamos falar de coisas boas.

Mãe e filho conversaram durante o jantar, Valentin contou que andou com Rufino pela fazenda, ele mostrou o funcionamento total e os silos novos para armazenagem da soja. Era tudo moderno, tudo em sistema digital, sabiam exatamente quanto tinha em silo, o quanto iria para a cooperativas, e quando exportavam. A empresa era moderna, mas como uma grande empresa os mais velhos sabiam mais.

Rufino administrava bem, Bárbara gostava disso, mas o filho iria herdar tudo e aprender era seu dever naquela cidade, aprender a lidar com que um dia será dele.

Depois do jantar Bárbara ligou para Norma, marcaram de ser ver na manhã seguinte, depois ela estava entrando em seu quarto quando o celular tocou, ficou olhando, atendeu, mas nada falou eles ficaram ouvindo a respiração um do outro, ele suspirou e ela também. Nada foi dito, ela desligou o telefone entrou em seu quarto, foi direto para o banho.

Bárbara ficou ali por cerca de trinta minutos, estava saindo com um robe preto, olhou pela janela como se quisesse ver alguém ali, ela sorriu, quando jovem Arturo vinha escondido para ficarem juntos

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Bárbara ficou ali por cerca de trinta minutos, estava saindo com um robe preto, olhou pela janela como se quisesse ver alguém ali, ela sorriu, quando jovem Arturo vinha escondido para ficarem juntos.

Quando ela se virou, sentiu o mundo parar, seu corpo congelou, o medo que um dia sentiu estava ali novamente, ela não consegui se mover, gritar impossível, sua voz não saia.

Pedro: Vim dar boa noite para minha sobrinha.  

  

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