Era um dia típico de Outono, nem muito calor nem muito frio. O trabalho corria normalmente, até que uma visita inesperada apareceu.
Avistei o Salvio com o Lisandro e atrás deles vinham a Magali e o Valentino todos sorridentes, como sempre. Pensei eu "OMG, o que é que eles estão aqui a fazer? Vieram logo ao meu trabalho? Não posso crer", olhei para trás e disse:
- Pedro.. Pedro, o Salvio vem ali com a família.
- É normal, eles costumam cá vir – respondeu o Pedro e eu com cara de chateada disse
- E só me dizes isso agora?
- Não me lembrei, desculpa.
Eles aproximaram-se, sorriram e eu retribui. Até acho que esbocei ainda mais o sorriso estampado na minha cara. Dirigi-me a eles como faço com todos os clientes:
- Boa tarde, cartão continente?
O Salvio apresentou de imediato o cartão e a Magali disse:
- Tu não és a menina que esteve connosco no domingo no estádio depois do jogo?
- Sim sou, estava com o Pedro que está ali – apontei na sua direção enquanto acenavam – não esperava ver-vos por aqui.
- Costumamos vir aqui às compras – respondeu o Toto – quer dizer nós até variámos para não ir sempre ao mesmo sítio.
- Fazem bem, assim não andam sempre atrás de vocês. Têm mais privacidade.
- Si, isso é verdade.
Reparei que o Valu estava olhar fixamente para mim, então peguei num chupa e disse:
- Olá Valu, pega é para ti.
Pegou no chupa, sorriu e a mãe disse:
- Valu, como se diz? – ele veio na minha direção disse obrigada, deu-me um beijinho e eu retribui – como se chama?
- Carolina.
- Muito obrigada Carolina, és muito simpática.
- Não têm que agradecer e voltem sempre que quiserem.
Despediram-se e foram à vida deles. Foi uma visita bué agradável, acho que já ganhei o dia J Olhei para o Pedro e não parecia estar bem, como não podia ir a beira dele, mandei uma mensagem:
Para: Pedro
- O que tens?
De: Pedro
- Nada! Estou cansado!
Para: Pedro
- Nada? Passa-se alguma coisa, mas logo falamos pessoalmente. Kiss <3
No fim do trabalho, como sempre encontrávamo-nos à porta do Continente e hoje não era exceção. Convidei-o para jantar comigo mas ele recusou, disse que estava cansado e que precisava de ir para casa descansar. Achei isto muito estranho e perguntei:
- Podes-me dizer o que se passa por favor? E não digas nada porque sei que isso não é verdade.
Olhou para mim e respondeu baixinho:
- Ciúmes
- O quê? – Perguntei eu pasmada.
- Fiquei com ciúmes.
- De quê? E de quem?
- Da tua felicidade quando viste o Lisandrinho e o Salvio.
- Sabes bem que os sentimentos são diferentes, não tens que ter ciúmes. O Salvio é o meu ídolo e tu és das pessoas mais importantes – puxei-o para junto de mim e dei-lhe um beijo na testa – senão a mais importante tono.
Sorriu enquanto me agarrava bem junto a ele e disse:
- Eu sei, mais foi mais forte que eu! Ver-te ali, a sorrires, e estares toda feliz com outros rapazes sem ser eu deixou-me assim, inseguro. Desculpa princesa! – Encheu-me a cara de beijinhos.
- 'Tás desculpado, mas para a próxima diz-me logo o que se passa e não digas "nada" que eu não gosto. – demos um beijo daqueles que corta a respiração – olha e que história é essa de Lisandrozinho?
- Eu bem vi os olharzinhos e sorrisinhos que te mandava, ele não me engana.
- Só tu, mouro, para repares nisso.
- Tenho que andar atento e ele que não abuse.
- Não vamos voltar ao mesmo, pois não?
- Não, estou a brincar.
- Já jantas comigo ou ainda estás cansado?
- Janto contigo.
Fomos para minha e casa, quando lá chegamos deitamo-nos e adormecemos. Acordei com o meu telemóvel a tocar, era a Magda.
- Estou! – Disse baixinho para não acordar o Pedro, enquanto me dirigia para a cozinha para poder falar à vontade.
- Tudo bem?
- Sim e contigo? Tenho novidades!
- Com dores de cabeça. A sério? O quê? Tu conta-me tudo.
- Estás como sempre. O Salvio e o Lisandro hoje foram lá ao continente.
- A sério? Que fixe! – Contei-lhe tudo e também o ataque de ciúmes do Pedrosa.
- Olha uma coisa, tens falado com o Ni.. Osvaldo?
- Não, tenho tido muitos testes.
- 'Tás a gozar?
- Não, tenho pelo menos um por semana.
- Podias ter falado pelo menos um dia.
- Ah isso falei, mas nunca mais lhe respondi.
- Coitado, deve pensar que morreste para a vida. E estás a espera de quê para lhe responder?
- Oh já sabes como sou, prefiro falar cara-a-cara.
- I know, mas enquanto não é possível podias responder ao moço.
- Tá bem, eu respondo. Mas digo o quê? "Olá tudo bem?".
- Não, diz "Desculpa a demora, mas estou com muito trabalho na faculdade e também não te quero chatear. Por aqui está tudo bem e os teus treinos como têm corrido?"
- Ok chefe.
- Mas manda mesmo.
- Sim eu mando. Não há mais novidades?
- Deixa-me só ver se o Pedro continua a dormir para te contar a ideia que tive – espreitei e continuava a dormir como um anjinho – pronto ele dorme já te posso contar.
- Que ideia maluca tiveste agora?
- Até parece! Pensei em fazer uma surpresa aqui ao lisboeta já que ele me fez da outra vez.
- E já pensaste em como vais fazê-lo?
- Sim, tive duas ideias: ou salto de paraquedas ou rafting e terminar com um piquenique.
- Pessoalmente, gosto mais da primeira.
- Eu também.
- Então escolhe essa, mas depois quero ver o salto.
- Sim, depois mostro-te.
- Olha vou ter que desligar. Até amanhã!
- Até amanhã! Responde ao outro cromo.
- Ei, ele não é nenhum cromo! Depois falamos.
Olhei para as horas, já era tarde então preparei algo rápido para eu e o Pedro comermos para depois ele ir para casa.
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Será que ele gostará da surpresa?
Será que a Magda respondeu ao Nico?