(Magda)
Como o meu pai não poderia ir ver o jogo, convidei os meus dois amigos para irem comigo e eles aceitaram. Passava pouco das seis da manhã quando a Olivia chegou a minha casa, fomos buscar o Tomás e seguimos viagem. Fomos diretos para casa da Carolina, deixamos as nossas coisas e depois fomos passear até à zona do Rossio, estacionamos o carro numa rua lá perto e andamos a pé, mas antes paramos no Starbucks para tomar alguma coisa.
- Devíamos ter ficado em casa a dormir – resmungou o Tomás
- Sempre a queixar-se – respondi eu
- Não sejas assim acordaram cedo – disse a Carolina
- Ele veio a viagem toda a resmungar. Ou porque a música estava alta ou porque estava frio ou calor. Já não o podia aturá-lo
- Olivia, como aguentaste uma viagem até aqui?
- Não foi fácil, mas quando na Mealhada troquei com a Magda para ela conduzir adormeci no banco de trás e não os ouvi mais
- Sorte a tua - riram-se
- Que ricas amigas que eu tenho não haja dúvida
- Ohhhh – disseram em coro e abraçaram-se a mim – gostamos muito de ti
- Graxa agora não resulta
- Vamos masé passear que estás a precisar – disse o Tomás.
Levantamo-nos, saímos dali e começamos a nossa visita: primeiro fomos ver o Teatro D.Maria II e a Praça do Rossio, descemos pela Rua Augusta até à Praça do Comércio, de seguida fomos até à Sé de Lisboa e subimos até ao Castelo de São Jorge, onde não entramos pois já estava na hora de almoço e teríamos que voltar para junto do carro para depois irmos para o estádio. Nesta última parte andamos um pouco perdidos pois nenhum de nós, nem mesmo a Carol sabia o caminho certo até lá. Como já era uma e meia da tarde quando regressamos à Praça do Rossio acabamos por almoçar no McDonald's de lá e depois fomos para o estádio.
- Não me acredito que vim ver um jogo destes tipos – disse o Tomás
- Vens para estar com os teus amigos
- Venho ver o coiso a jogar mal e o Maxi a dar cacetadas
- Já te disse que ele tem nome e tomará o Porto ter um jogador como o Nico
- Temos o Brahimi que é melhor
- Muito melhor não haja dúvida – respondeu a Carol
- Têm noção que eu não sei quem é quem, não têm? – perguntou a Olivia e rimo-nos
- Não tem problema, eu vou conversando contigo que isto não me interessa para nada – disse o Tomás
- Vai começar – disse eu a Carol e rimo-nos
- Que estão praí a inventar?
- Nada nada. Vamos masé entrar no estádio que hoje vamos ver o jogo em zona vip
- Tem comida?
- Já não estás a pedir de mais, Tomás? – acenou que não – bilhete de borla ainda quer comida de borla que lata
- Tenho que ocupar o tempo
- Vês o melhor do mundo a jogar
- Lol Carolina! – continuamos a conversar enquanto entravamos no estádio.
Era a primeira vês que ia para os camarotes, a zona onde os familiares e amigos ficam sempre, por momentos senti-me importante mas sabia que ia morrer de vergonha mal visse algumas das esposas dos jogadores ou mesmo eles. Mal entramos, tinha uma grande sala cheia de petiscos, bebidas, sofás, mesas, tudo muito requintado e confortável. Já lá estavam algumas pessoas, como o Luisão acompanhado da mulher e filhas, a mulher do Júlio César, a mulher do Jardel com o seu pequenito, a mulher do Lima, a mulher do Fejsa e a do Ola John, entre outros que não reconhecemos. Fomos diretos ao nosso lugar pois queríamos ver o aquecimento, tiramos logo imensas fotos para recordar aquele momento, o ambiente (era diferente do que se vivia perto da claque), a nós, a tudo basicamente. Quando entraram para o aquecimento levantamo-nos e batemos palmas, porque além de serem nossos amigos é o nosso clube e apoiamos incondicionalmente.