(Carolina)
Quando chegámos ao aeroporto, demos logo de caras com o Lisandro que estava na entrada à nossa espera. Dirigimo-nos para a zona de chegadas onde nos informaram que o voo estava um pouco atrasado. Aproveitamos, então, para ir ao café que lá tem.
- Ainda não me explicaste como arranjaste o número do irmão do Nico – disse eu
- Tenho os meus truques.
- Andas a mexer no que não é teu? Isso não se faz, Lisandro Ezequiel
- Se assim não fosse, não havia surpresa para ninguém. Por favor não me chames isso.
- Mas é o teu nome
- Ele não desconfia de nada? – perguntou a Magda
- O Nico? Não, ainda na segunda ele falou com o irmão ao telefone e não suspeitou de nada.
- Fizeste um bom trabalho, obrigada
- Não o elogies senão não se cala com isso – disse eu fazendo careta ao Licha
- Que engraçadinha que estamos
- Sempre meu amigo – conversamos mais um pouco até anunciarem que o voo tinha chegado.
O Germán chegou ao pé de nós, abraçou o Lisandro e este apresentou-nos a ele. O irmão do Nico era igualzinho a ele, só que um bocadinho mais gordo.
- Muchas gracias por invitarme para el cumpleaños de mi hermano. Creo que él vá adorar la sorpresa – disse o Germán à Magda
- Espero que sí. Él me dice que gustaría mucho tener la família aqui en esto dia muy especial. Muchas gracias por ayudarme com la sorpresa - Combinamos tudo direito para o dia seguinte: passaríamos em casa do Licha para ir buscar o irmão do Gaitán que vai passar lá a noite, uma vez que o primeiro já estaria em estágio para o jogo, e depois iríamos ver o jogo do Benfica. Passava pouco das nove da manhã quando a minha amiga me acordou. Coitada ela mal dormiu com o nervosismo.
- Carolina levanta-te, já estamos atrasadas!!
- Calma Magda, são nove da manhã, temos imenso tempo.
- Não consigo, estou muito stressada. Quero que seja tudo perfeito.
- E vai ser, confia na tua amiga. Agora se queres aliviar o stress que tal prepares um super pequeno-almoço para nós as duas?
- Ganda lata!!! A aproveitares-te das fragilidades da tua amiga, isso não se faz. Mas pronto, hoje é um dia especial, por isso, eu faço. Mas levanta-te - quando terminava a frase atirou-me com a almofada à cara e, assim, começamos uma mini guerra de almofadas.
Depois de finalmente me ter levantado, tomei o pequeno-almoço com a Magda enquanto víamos televisão, em seguida ela foi tomar banho e eu fiquei a arrumar o resto da casa e depois fui tomar banho para sairmos de casa. Tal como combinado, fomos buscar o Guido, deixamos o carro nas garagens do estádio com uma credencial que o Licha nos deixou e fomos almoçar ao Colombo, como ninguém o conhecia o almoço foi descansado e sem interrupções com os fãs a pedir autografos ou fotos.
- O Nico, joga à bola desde pequeno, não é? – perguntou a Magda
- Sim, desde pequenito que ele andava sempre com a bola atrás dele, onde fosse a bola ia com ele.
- E tu não quiseste ser jogador?
- Não, não tinha tanto jeito mas jogava com ele e os nossos amigos do bairro onde morávamos
- Deve ser um orgulho enorme para vocês ver o crescimento dele como profissional?
- Com certeza, ele trabalhou bastante para chegar até aqui.