7h30 e o despertador toca, acordar tão cedo a um sábado, ninguém merece! Hoje vou fazer uma surpresa ao Pedro. Combinei com a mãe dele que as 8h passaria por lá para o acordar e irmos sair, espero que não acorde rabugento.
Quando cheguei lá, toquei à campainha e dona Margarida abriu-me logo a porta, ela e o marido já estavam de saída para o trabalho. Despediram-se de mim e saíram. Dirigi-me até ao quarto do Pedro, já conhecia a casa como a palma da minha mão de tantas vezes cá vir.
Ele dormia como um anjinho até dava pena de o acordar, mas tinha que ser, ainda tínhamos que ir para Figueira de Cavaleiros, no Alentejo, o salto está marcado para as dez. Sentei-me junto à cabeceira da cama, comecei a encher a cara dele com beijinhos e disse-lhe ao ouvido:
- Mouro – ele virou-se para o outro lado – mouro acorda!
Ele disse:
- Hoje não trabalho, deixem-me dormir.
- Já não reconheces a minha voz? Acorda masé mouro – puxei os lençóis para trás, abanei-o e lá ele abriu os olhos e disse:
- Tu aqui? Estou a ter um sonho?
- Não, não é nenhum sonho – ia-me levantar para abrir as precianas mas ele agarra-me, deita-me a beira dele e enche-me de beijinhos.
- Melhor maneira de acordar – disse ele.
- Não parece, nem reconheceste a minha voz nem os meus beijinhos.
- Desculpa princesa, mas estava dormir tão bem que pensei que a chata da minha mãe me estava acordar. Mas o que fazes aqui? E que horas são? – pegou no telemóvel viu que passavam das 8h – Oito e tal e tu aqui?? Estás bem?
Levantei-me da cama e disse:
- Levanta-te e arranja-te, enquanto preparo o pequeno-almoço, depois explico onde vamos
- Sim chefe – ele foi para a casa de banho e eu fui até a cozinha, mas a mãe dele já tinha deixado tudo pronto, até nos deixou uma saca com petiscos para o almoço, a senhora é mesmo uma querida. Então fui para a sala ver televisão enquanto esperava pelo Pedro.
Passados uns quinze minutos saímos de casa, entrámos no carro e lá fomos nós.
- Carol, mas afinal onde vamos?
- Já vais ver-
- O que inventaste desta vez?
- No fim agradeces, como sempre.
- Convencida.
Continuou a viagem toda a perguntar onde íamos, mas eu sempre sem lhe dizer. Quando estávamos a entrar no Skidiving Center ele diz:
- O que é isto? Onde me trazes? Isto é deserto...
- Deixa-me estacionar e já vais ver. Não suspeitas de nada?
- Tenho uma ideia, mas não tenho a certeza – saímos do carro.
- Qual é a tua ideia?
- Isto não é um aeródromo?
- Que inteligentes que estamos!
Aproximou-se um senhor até nós e perguntou:
- É a menina Carolina?
- Sim, sou – cumprimentou-nos
- Sejam bem-vindos, já temos tudo pronto para o salto.
O Pedro olhou para mim com um ar de espanto e perguntou: