14º Capítulo - ela...ela apertou-me a mão

37 2 0
                                    

(Magda)

Cheguei a casa, deixei as coisas na entrada e fui direta ao sofá. Senti-me como se tivesse meses sem estar em casa, uma questão para dizer "lar doce lar". Peguei no telemóvel para tentar saber mais sobre o avião que teve que aterrar de emergência, não passou tudo de um susto, foi uma pequena avaria e ninguém se magoou. Pelo que li, o avião já estaria de novo a caminho da Argentina. Acabei por adormecer aqui mesmo até a minha mãe me chamar para jantar, ai que saudades da comida da mamã! Quando já estava na cama para dormir, fui dar uma espreitadela nas redes sociais e vi a foto que o Lisandro publicou com o Nico dizendo que já estavam em casa, deixou-me muito mais descansada.

Passaram três dias e estávamos no natal. Como todos os anos, vou passá-lo em casa com a família, um natal simples e em boa companhia, não ligamos muito a esta festividade. Recebi roupa, dinheiro, uma gola e um livro sobre biologia celular e molecular. Faltava uma saca preta, que fiz questão de deixar para o fim, era a prenda que o Gaitán me tinha dado. Quando abri não queria acreditar no que os meus olhos estavam a ver!! Deu-me um relógio vermelho da swatch com a bandeira da Argentina. Meu Deus como eu adoro relógios!!! Ele acertou em cheio!!!

 Meu Deus como eu adoro relógios!!! Ele acertou em cheio!!!

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

- Quem te deu isso? – perguntou o meu pai

- Foi o Nico.

- O boquinha de sapo tem bom gosto.

- Pai, pára de lhe chamar isso – disse em tom de chateada

- Mas ele parece um sapinho

- E tu pareces um australopiteco, queres que te comece a chamar isso????

- Não abuses – continuamos com as picardias

- Desculpa, descontrolei-me um pouquinho.

- E tu que lhe ofereceste? – perguntou a minha mãe

- Nada

- Nada?!? O rapaz dá-te um presente e tu não lhe dás nada?

- Eu não sabia que ele me ia dar!!

- Então vê se depois lhe compras alguma coisa.

- E o que lhe ofereço?

- Porque não lhe dás uma peça de roupa? Uma sweat, uma camisa – disse a minha tia

- Não era mau pensado, mas tenho que ver bem é que ele tem um estilo muito desportivo. Adora aquelas camisolas de carapuço

- Procuras uma gira e dás-lhe. Se quiseres posso-te ajudar.

- Aceito a ajuda, até estou a ter uma ideia, mas depois falo melhor contigo tia.

- Está bem, olha até aproveitamos e damos a nossa voltinha a pé.

- Combinado – os meus pensamentos recaíram sobre o que lhe oferecer, mas também pensava se lhe haveria de dar ou não um presente. Por um lado, acho que devia comprar não só para retribuir o gesto dele como eu própria tinha gosto em oferecer-lhe algo. Por outro, continuo chateada com a atitude dele no hospital, não consigo compreender a reação dele, mesmo que goste de mim, o que duvido, não tinha razões para o fazer. Deitei-me no sofá a ver um filme e acabei por adormecer.

Rumo novo nesta estradaWhere stories live. Discover now