Capítulo seis

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Confiança

Gabriela acorda com o barulho de seu celular tocando na cabeceira. Se levanta esfregando as mãos nos olhos e o pega. A luz faz com que fique piscando. Quando clica para escutar um áudio do grupo da sala de aula.
Áudio: Genteeee eu to chocada com essa foto. _na mesma hora ela arregala os olhos.
_QUE FOTO? _outras pessoa pergunta. _De Bruno e Gabriela.

Ao ouvir seu nome ela se apavora e abre totalmente o olho, rola a conversa até em cima. Até chegar a tal foto. E fica paralizada em cima da cama. Sem saber o que fazer, o que falar. Rebeca havia colocado no grupo da sala, de madrugada, a foto que tirou dos dois no dia anterior. Mesmo sem expressão alguma no rosto, Ella sente gotas de lágrimas caindo em seu pijama e uma em seu celular. As enxuga, joga o aparelho na cama e corre para a mesa do computador o ligando desesperadamente. Ella sabia o que iria a deixar melhor. Ela não confiava em ninguém somente em Rebeca, e ela havia quebrado a confiança dela. Confiança é como se fosse um diamante, uma vez quebrado, quebrado para sempre. Tirando Rebeca desabafava em seu diário virtual.

"7 de fevereiro de 2012
A pior coisa me aconteceu, não consigo acreditar no que a minha melhor amiga de infância fez, ela acaba de postar uma foto minha com o tal Bruno de quem admiti gostar ontem. Eu não acredito que ela foi capaz. Estou aos prantos. Eu preciso de ajuda, não vou para a escola hoje, mas não vou poder faltar para sempre. Não sei do que o Bruno é capaz de fazer sabendo disso. Estou com medo, muito medo. E inconsolável."

A cada palavra digitada, uma lágrima caia. Gabriela chorava como a muito tempo não o fazia.
Desligando o computador se deitou. Ela não queria olhar o celular. Ela pensou em Hugo vendo essa foto e chorou. Pensava em Gustavo.
_Filha, o que aconteceu ? Não vai para a escola não ? _a mãe de Gabriela entrava no quarto em direção a cama.
_Oh meu Deus ! O que houve ?
_Sai mãe, eu não quero conversar. E não vou pra escola hoje.
_Eu sou sua mãe, quando quiser conversar eu estou aqui. Seja la o que for, vai passar.
_Você não entende... mas obrigada mesmo assim. Agora me deixa sozinha. _Gabriela tinha parado de chorar, ao pedir pra ficar sozinha, soluçou e forçou-se a não derramar uma lágrima sequer.
O resto do dia, Gabriela passou deitada, seu celular estava no silencioso, por isso não viu as milhares de mensagens e ligações que recebeu de várias pessoas, inclusive de Rebeca, de Bruno, de Carol e de Esther. Havia também uma mensagem de Hugo. Mas não estava interessada em checa-lo deixou la, de lado.
A mãe de Gabriela voltou ao quarto perto do anoitecer, o quarto começava a ficar mais escuro com cores alaranjadas entrando pela janela.
_Filha, você não comeu nada, só bebeu um suco. Desce para comer, se não quiser eu trago. _A senhora disse sorrindo. Gabriela a olhou e sorriu também, percebendo o quão idosa a sua mãe estava ficando, cansada, a aparência de uma pessoa não muito feliz. Por mais que o seu sorriso cativasse os dos outros.
Gabriela desceu sentando-se à mesa. No meio da refeição, alguém bateu em sua porta.
_Deixa que eu atendo, pode continuar sentada mãe.
Gabriela se levanta e abre a porta.
_Precisamos conversar. _Disse Bruno, ele estava de casaco preto e capuz, porém alguns fios de seu cabelo estava molhada por conta da chuva.
_Tudo bem, entre. Mãe podemos ir ao meu quarto ? _ A senhora assentiu.
Eles subiram. Gabriela não tinha fechado a porta, mas Bruno a fechou com força.
_ O que foi aquilo ? Confiava tanto na sua amiguinha que ela postou a foto, voce não foi hoje, mas eu fui. A escola inteira está sabendo. E no jornal da escola ? Pois é a sua amiguinha fez questão de fazer um jornal especialmente com a capa sendo a NOSSA foto. Ta feliz agora ? _ele deu uma pausa, a essa hora Gabriela já estava de braços cruzados e chorando. _Por que não atendeu minhas ligações e não respondeu minhas mensagens ? Nem a de ninguem né, você sumiu o dia inteiro. Rebeca fez isso tudo e não teve coragem de ir pra escola, por isso estou aqui para te pedir o endereço dela.
_Não vou te dar o endereço, você está nervoso e pode fazer algo sem pensar. _ela disse se aproximando e colocando as mãos nos ombros de Bruno.
_Eu não quero me acalmar. _ele disse jogando os braços dela. _Eu quero ensinar ela a não brincar com pessoas que ela não conhece.
Bruno disse isso olhando para o quarto como se procurasse algo. E pegou o celular de Gabriela, ela relutou em dar, mas ele era mais forte. Procurou em vários lugares e não encontrou nada, nem uma pista sequer. Com força pegou Gabriela pelo braço e a tacou na parede a imobilizando.
_Onde ela mora ? Eu não vou perguntar de novo. _Gabriela se manteve do mesmo jeito até ele apertar o seu punho.
_Tudo bem, ela mora naquela rua de palmeiras quatro ruas depois da escola perto da praia, casa amarela do lado esquerdo a única da rua. _Gabriela disse, sentindo um aperto em seu coração.
_Muito bem linda, obrigado. _disse Bruno, a beijando e saindo do quarto. Descendo as escadas acenou para a senhora que continuava sentada em sua mesa, com uma cara pensativa. Ela não retribuiu o aceno apenas sorriu Não querendo sorrir.
Bruno foi em direção a casa da Rebeca. Tocou a campainha, uma mulher atendeu. Empregada.
_Boa noite, o senhor quer falar com quem ?
A empregada era baixinha e muito simpática, com um sorriso gentil nos lábios.
_Rebeca se encontra ? Sou um... amigo da escola, estou aqui para pegar matéria. _Bruno sorriu. Ela acreditou o deixando entrar.
A casa era grande, Rebeca era de família rica. Bruno pensou.
_Rebeca não sabia que o senhor viria, mas já está descendo.
Rebeca pensava que seria Gerson, mas se fosse a empregada falaria,pois o conhecia. Ela não pensou nisso.
Rebeca desceu as escadas brancas e douradas saltitante, vestia um vestido azul. Ao olhar e se deparar com Bruno parou. Bruno se aproximou.
_Saia Deyse. _ela disse à empregada. _O que faz aqui ? _Rebeca disse em um tom de confiança, erguendo uma sobrancelha. Por dentro tremia de medo.
_É você que gosta de postar fotos alheias ? Vamos acertas as contas! _Bruno disse com um sorriso malicioso nos lábios.

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