138| pov

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- April -

Penteei o cabelo para a frente dos ombros colocando as mexas para trás das orelhas. A casa de banho do hospital está perfeitamente limpa sem um único vestígio de sujidade.

Observo o meu reflexo no espelho enquanto espero os meus cílios postiços secarem para poder colocar mais uma camada de rímel neles. As minhas sobrancelhas estão perfeitamente delineadas e eu consegui iluminar o canto inferior do olho com o truque que a Scarlet me tinha ensinado antes.

Isto parece tudo demais para alguém que acabou de ter alta de um internamento longo, mas adivinhem; eu sou notícia em todos os telejornais, estou em todas as televisões e provavelmente lá fora há imensos jornalistas há minha espera. É claro que não posso sair de qualquer maneira, ainda pra mais quando o Matthew Espinosa me vem buscar.

Não me perguntem, nem eu sei de onde veio esta preocupação toda. Mas desde que eu acordei o Matt tem sido extremamente protetivo quanto a mim, até de uma maneira possessiva.

Acabei de passar o batom quando o ouvi bater do outro lado. "Ei, April, eu não te queria apressar nem nada mas estou com fome."

Reviro os olhos, começando a guardar tudo na minha bolsa. "Estou a ir."

Abro a porta, dando de cara com o loiro impaciente enconstado à parede com o telemóvel nas mãos. Os olhos dele observam-me de cima a baixo e eu riu quando um sorriso malicioso cresce nos seus lábios.

"Acalma-te, dino, a tua namorada não vai gostar." Digo irônica e ele logo muda a expressão.

O seu maxiliar trava enquanto ele guarda o telemóvel para dentro dos bolsos das calças descaidas. "Enquanto a vida for minha, eu fodo-a da maneira que eu quiser."

Ele vem até mim, sem desviar os seus olhos castanhos dos meus verdes. Eu sei o que ele vai fazer e por mais que ache que é errado não faço nada para o parar.

A sua mão encaixa-se no meu queixo e ele sobe o meu rosto, cuidadoso. "Tu não devias estar a fazer isto..." Eu murmuro.

Ele sorri. "Queres que eu pare?" A sua cara aproxima-se mais da minha deixando-nos a centímetros. Ele sabe o que faz, sempre soube.

Deixo a minha mala cair no chão para poder envolver os braços à volta do pescoço dele, puxando-o para baixo. Os nossos lábios finalmente se unem numa sintonia perfeita. Eu não tinha ideia do quanto sentia falta disto antes de ele me beijar tão delicadamente como está a fazer.

Eu nem me importei com o facto se estarmos no meio de um corredor do hospital, e que em algum momento qualquer pessoa poderia aparecer e ver-nos. Eu não queria saber de nada, não quando estava com ele.

O Matt ri contra mim quando eu lhe mordo o lábio inferior, chupando-o. As suas mãos apertam as minhas ancas e eu gemo quando ele desce para o meu rabo, apertando-o.

"É bom estar viva." Eu brinco, quebrando o nosso 'pequeno' deslize.

Segundos depois um homem vestido de bata passa por nós, olhando-nos curioso. Ele lá segue o seu caminho, deixando-nos novamente sozinhos.

"Ouve, eu quero que saibas q-que..." Ele engasga-se. "Que me importo contigo, está bem? Eu gosto realmente de ti, April."

Eu sorrio. Por que outra razão ele agiria tão protetoramente se não se importa-se? Mas eu percebo-o, ele quer mostrar que está aqui para o caso de eu querer cometer mais alguma loucura.

"Vamos?" Desvio o assunto.

Ele assente, colocando o braço por cima dos meus ombros guiando-me para a saída. Por mais estranho, que pareça eu estou feliz. De verdade.

Social life | Matt EspinosaOnde histórias criam vida. Descubra agora