Capítulo 3

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Estou muito feliz porque nesse sábado não precisarei trabalhar com meus pais, estarei livre para passar o dia e dormir na casa da tia de Tao. Arrumei minha mochila colocando apenas uma muda de roupa, duas cuecas e o pijama, além de escova de dente e desodorante. Sehun, quando me viu arrumando as coisas, cismou que queria ir junto e que iria ligar para Tao e pedir sua permissão, mas eu dei um tapão nas costas dele e o ameacei, dizendo que contaria ao papai que ele quebrou a gaveta da geladeira. Sehun não protestou mais.

Às uma da tarde, Kris apareceu na minha porta com sua mochila nas costas e sorriso empolgado no rosto. Fomos juntos, porque a casa da tia de Tao fica num lugar mais nobre, em DongBaek. Pois é, eu moro longe da civilização, o metrô não passa aqui. Por outro lado, aqui no bairro de Jongil tem as melhores peixarias (50% é peixaria), e os melhores restaurantes de frutos do mar. A viagem de ônibus durava apenas cinco minutos. Precisávamos pegar ele para chegar em JungDong, porque apenas lá tinha uma linha de metrô até DongBaek.

O metrô estava vazio àquela hora, o que me deu a liberdade de contar a Kris sobre a festa.

– Festa à fantasia em Seongbuk? É claro que eu quero ir! – ele se empolgou. – Quando será?

– No próximo sábado. O meu amigo Luhan vai levar o meu irmão, achei que com você lá, eu me sentiria menos estressado.

Claro que eu não contaria a ele sobre a ameaça de Chanyeol. Vou dar um jeito nessa história antes que a notícia se espalhe. Isso se Luhan não abrir a boca.

– Perfeito! – ele abriu um sorriso largo. – Já tem ideia do que fantasia vai usar?

– Não, eu não tenho fantasia. Vou ter que improvisar uma.

– Bem, eu vou alugar uma para mim. Podemos ir juntos à loja. Pode ser uma fantasia de casal, o que acha?

Meu rosto esquentou na mesma hora. Ele quer usar fantasia de casal?!

– Seria perfeito! – mas logo me desanimei. – O problema é que eu não tenho dinheiro para alugar nada. Você sabe, tô gastando muito com passagens.

– Isso não é problema. Pago a fantasia como retribuição pelo convite.

É por isso que eu me apaixonei por ele!

~~ * ~~

Kris e eu fizemos um trato de não contar do baile a Tao, porque ele com certeza vai querer ir e eu não tenho como levá-lo, uma vez que só é permitido um acompanhante por estudante. O sábado foi divertido. Fizemos uma maratona da saga Harry Potter. Kris não queria assistir, mas o obrigamos, no fim das contas, ele sempre chorava nas partes tocantes. Ele é tão sensível!

– Essa Hogwarts me parece menos assustadora que Seongbuk – comentei durante o último filme. – E esse vilão é bem menos imbecil do que o Chanyeol. E mais bonito!

Tao me perguntou quem era Chanyeol, e eu lhe contei o acontecido, omitindo a parte de que eu teria que pedir desculpas em público. Tao riu de mim, mas eu sei que foi de brincadeira.

Após a maratona de filmes, nós encomendamos uma pizza porque ninguém estava a fim de fazer uma janta. Quando terminamos de comer, Tao teve a ideia de passear pelo condomínio só pelo prazer de ver as casas maravilhosas e se sentir, por um momento, no mundo dos ricos. Um mundo distante para nós.

Havia um maravilhoso jardim de lazer, com mesas e cadeiras de ferro em volta de um lago artificial. Um ótimo lugar para relaxar, ler um livro ou bater um papo. Conversamos bastante. Contei sobre a minha nova escola que, apesar de ter aquela peste, era maravilhosa. Kris contava sobre o curso de francês que estava fazendo e Tao contava suas frustrações.

O Príncipe de HaeundaeOnde histórias criam vida. Descubra agora