O sábado chegou e o nervosismo fazia parte de John.
Era um sentimento compreensível, dado que seria seu primeiro jogo pelo time do colégio! Porém, a motivação da ansiedade era outra...
Desde a quarta-feira, em que Sherlock apareceu na cafeteria, ele não parou de pensar no cacheado! O modo estranho como o garoto agiu martelava em sua mente, da mesma forma que o anseio em saber se ele apareceria ou não para o jogo.
Watson resolveu não contar a ninguém sobre o encontro com Holmes. Era difícil para ele próprio assimilar o que havia acontecido, então não estava pronto para falar sobre em voz alta.
Aliás, ele nem ao menos falava sobre o término! Interrompia qualquer um que quisesse introduzir o tema e evitava pensamentos acerca.
Era tão doído que ele preferia guardar esse sofrimento em um compartimento de seu cérebro, quase intocável. Quanto menos pensasse ou falasse, menos pior seria.
Todavia, Sherlock aparecer em seu local de trabalho, agindo diferentemente de quando terminaram, não ajudava nessa missão. Ele nem sabia o que esperar do garoto!
Racionalmente, gostaria que o moreno sumisse da face da terra. Seria mais fácil de superar e seguir em frente. Mas quando o via... Seu coração se comprimia e ele desejava ser notado.
Esse segundo sentimento era incontrolável, capaz de destruir todo o controle que ele tentava montar. E era o que causava tanto nervosismo.
Próximo ao horário em que o jogo iria começar Molly, Philip, Harry e Sally esperavam por Mary no portão do colégio. A garota viera do interior para ver o melhor amigo jogar, alegando que não poderia perder esse momento por nada!
Gostaria de ter encontrado com ele antes que os jogadores iniciassem a preparação, mas seu trem atrasou mais que o esperado.
Quando o táxi a deixou próximo ao colégio, não hesitou em correr para encontrar os outros amigos do ex namorado. Eles foram gentis em espera-la na entrada, já que a garota não conhecia nada do local.
Ela já os conhecia, de duas vezes nas quais foi visitar John, e gostaram-se facilmente. A única coisa que a desanimou, ao encontra-los, foi ver que Sherlock não estava junto ao grupo.
- Enfim você chegou! Atrasada como sempre, Little Mary. – Harry falou alto, já chamando a garota com uma das mãos. – Venha, vai começar logo.
- Olá para você também, Big Harry! – ela riu relembrando os apelidos de infância, abraçando a garota de lado.
Logo cumprimentou os demais e os seguiu para dentro do colégio.
- Vou ao banheiro antes. Onde fica? – Mary perguntou a Molly, que deu coordenadas bem definidas.
- Estaremos na última fileira das arquibancadas. – Anderson avisou.
- Não demore muito! – Sally gritou enquanto já se distanciavam.
A garota seguiu atentamente as direções de Hooper e encontrou o destino com facilidade. No caminho de volta, algo lhe chamou a atenção.
Avistou Sherlock!
Ele estava com um homem mais velho e visivelmente entediado com a conversa. Entretanto, diferente de quando estava com outras pessoas, ele controlava suas expressões.
"Aquela pessoa deve ser insuportável!", pensou Mary.
E com a melhor das intenções, resolveu salvar o ex namorado de seu melhor amigo.
- Sherlock? – ela sorria grande, já puxando o cacheado para um de seus abraços.
- Mary! – a surpresa foi genuína.
Se não fosse a situação complicada na qual estava, teria ficado feliz. No momento estava um tanto assustado.
- Olá... – a loira se virou para James, sem saber qual era seu nome.
- Sou James Moriarty, professor de biologia aqui no colégio. – ele sorriu simpático, encantando automaticamente a garota. – Vejo que não é uma de nossas alunas, certo?
Ela riu e negou com a cabeça.
- Sou uma intrusa. – ela esticou a mão para apertar a dele. – Meu nome é Mary Morstan.
- É um prazer conhece-la, Srta. Morstan. – Moriarty a cumprimentou e logo se virou para Sherlock. – Vou deixa-los conversarem um pouco. Vou guardar nossos lugares.
Holmes acenou levemente, suspirando aliviado quando este foi embora.
- Achei que eu estivesse te salvando de uma conversa enfadonha. Mas esse professor é bem interessante... – Morstan comentou, rindo em seguida.
- Acredite, você me salvou. – ele disse sem qualquer consciência. E quando esta lhe veio, percebeu que deveria calcular as palavras. – Bem, acredito que veio assistir ao jogo por conta de John.
- Observador como sempre. – ela olhava o rosto do garoto. – E você?
A pergunta incomodou Holmes e isso foi perceptível.
Assim como todos os conhecidos do casal, a garota demorou para acreditar quando soube do término. Eles pareciam tão felizes...
Mas e agora, o que Holmes estava fazendo lá?
- Apoiar o time do colégio.
A frase foi dita de forma vazia e obviamente mentirosa. Sherlock sempre falava com desprezo das pessoas do colégio!
Olhando como ele reagiu àquela pergunta, tudo parecia ainda mais estranho.
Ela gostaria de falar sobre um assunto aleatório, porém, não conseguia manter a dúvida que todos pareciam manter.
- É... Posso ser indelicada?
O cacheado deu uma risada nasalada, já esperando aquele comportamento da garota. Ela era tão observadora quanto ele, entretanto, sempre se prendia às questões emocionais. Não queria magoar ninguém e procurava por mil formas de falar o que queria, de uma forma mais suave.
- Seja.
- Você veio pelo John, não foi?
Sherlock arrependeu-se imediatamente.
Ele não devia ter permitido! Antes, Mary percebeu que os dois se gostavam antes mesmo deles terem ciência sobre isso! Claro que a garota saberia que algo estava errado.
- Ele faz parte do time, não faz? – o tom ríspido fez os olhos da loira arregalarem.
Ela estava certa. A evasão do garoto confirmou!
- Creio que já esteja na hora de irmos para as arquibancadas. – Sherlock se apressou em dizer, já iniciando passos.
- Claro... – Mary o seguiu, parando próxima a parte que dava acesso ao local em que os amigos estavam. - Olha, me desculpe, tá? Eu não devia ter tocado nesse assunto.
Ele parou para olhá-la.
Dividia, na verdade, seu olhar entre a garota e o Moriarty. O professor estava longe, mas não queria que ele imaginasse que estivessem conversando sobre John! Nem queria que Mary também fosse atingida pelas insanidades de Moriarty.
- Não precisa se desculpar. De verdade.
A garota estava pronta para insistir, porém os jogadores entraram em campo e toda a torcida se alvoroçou. Eles deviam ir para seus lugares.
- Foi bom ver você, Sherlock! – ela disse alto, para que ele conseguisse escutar.
- Igualmente. – Holmes deixou um sorriso pequeno aparecer.
O jogo seguia animado.
Greg chegou a tempo de assistir os últimos quinze minutos do primeiro tempo. Ele se juntou aos amigos do loiro e à prima, incrementando a torcida pelo time do colégio.
John mostrou-se verdadeiramente habilidoso, dando a maioria dos passes definitivos para os gols. E seu time estava com dois gols de vantagem sobre o outro quando o horário do intervalo foi anunciado.
- Ele não pode vir falar conosco? – Harry perguntou, impaciente para falar com o irmão.
- Ainda não. Só depois... Para não desconcentrar. – Molly estava ao seu lado, bateu de leve em seu ombro para que se acalmasse.
- Bem, eu estou morrendo de fome. E vocês? – Greg se levantou da arquibancada, querendo correr até a cantina.
- Eu também. – Donovan se pronunciou, levantando-se e puxando Philip consigo.
- Vocês querem algo? – o grisalho perguntou às três garotas que ficariam.
Elas fizeram seus pedidos e os outros três se dirigiram a cantina. Molly, Mary e Harry conversavam sobre o jogo, comentando o quanto estavam impressionadas pelo talento de John, até que Mary mudou de assunto.
- Eu queria comentar uma coisa...
- Comente, ué. – Harriet deu de ombros, sem entender aquela hesitação.
- Vocês convivem mais com eles e devem saber melhor do que eu, mas... Notaram algo estranho em Sherlock depois do término com John?
A Watson deu de ombros, demonstrando não ter tido mais contado com o cacheado. Todavia, a feição pensativa de Hooper claramente foi suficiente para que Morstan entendesse não estar errada.
- Eu não converso sobre esse assunto com ele, porém entendo o que quer dizer. – ela concordava com a cabeça, compreendia exatamente a impressão da loira.
- Eu falei com ele antes do jogo.
- Sobre John? – Harry a olhou com os olhos arregalados e ao receber um aceno positivo de cabeça, começou a rir. – Parabéns, garota! Você teve mais coragem do que todos esses pirralhos juntos.
Molly lançou lhe um olhar de reprovação, fazendo-a diminuir a risada. Por outro lado, também estava curiosa por mais detalhes de Morstan.
- Bem, como foi?
- Primeiro eu o livrei de uma conversa chata com um professor gato de vocês... De biologia. Depois, perguntei se ele estava aqui para ver John e ele me deu uma resposta super evasiva!
Molly e Harry se entreolharam.
- Ele estava conversando com o professor de biologia? – o cenho de Hooper estava franzido. – James? Tem certeza?
- Absoluta! – Mary concordava com a cabeça e buscou os dois pelas arquibancadas. – Aliás, ali eles dois!
As três olharam para a região que a menina apontou e tiveram a confirmação.
- Esse não é o professor que ele não gostava e isso incomodava John? – Harry perguntou à Hooper.
- Ele mesmo. – disse em um tom desconfiado, sem tirar os olhos dos dois.
Por que Sherlock estaria na companhia dele? Foi convidado e quis ser educado?
- O garoto é louco. – Harriet deu de ombros, balançando negativamente a cabeça.
Ela não se conformara com a péssima forma de Sherlock em terminar o relacionamento. Inclusive, constantemente deixava essa opinião bem clara para todos ao seu redor.
- Ah... Eu não sei. Deu pra notar que ele ainda sente algo pelo John e que está bem machucado. – Mary choramingou, ainda olhando para o cacheado.
- Como ele pode estar machucado se foi ele quem deu o pé na bunda do meu irmão? – a garota resmungou, mas logo viu que não precisava dessa atitude defensiva com Mary. – Desculpe, eu entendi o seu ponto. É que...
- Está sendo difícil para todos nós. – Molly adicionou.
O silêncio foi a forma das três concordarem com a última sentença. O término não fora difícil apenas para o casal, mas também para todos ao redor. Eles adoravam a forma como os dois estavam felizes e era horrível vê-los sofrendo.
Greg, Philip e Sally voltaram, quebrando o clima desanimado que havia se instaurado. Cheios de comidinhas e guloseimas, se aconchegaram a arquibancada bem a tempo de ver os times voltando para o campo.
Do outro lado, Sherlock assistia ao jogo sem nenhuma atenção. Ele gostaria de torcer por seu amado, mas não ao lado daquele crápula. Ele nem ao menos sabia o que esperar daquele homem!
James passou todo o tempo observando suas reações, estudando-as. Seus pensamentos eram imprevisíveis, assim como suas futuras ações. Holmes preferia se resguardar, além de... Além de não se torturar.
Se colocasse toda a sua atenção naquele jogo, com certeza não tiraria seus olhos de cima do loiro baixinho. O uniforme, que deixava as coxas grossas e os braços levemente musculosos de Watson a mostra, não deixariam.
E, acima de tudo, ele não queria ver John ali, tão perto e saber que está inacessível. Muito menos com a possibilidade de seus simples olhares serem capazes de despertar a loucura de Moriarty.
A partida foi encerrada, consagrando o time do colégio como vencedor. Não fora muito difícil, mas qualquer vitória era algo a se comemorar!
Em meio a toda a gritaria e correria, Sherlock permitiu que seu olhar pousasse em John. Todavia, não esperava que o garoto também estivesse o olhando e então...
Os olhares fixos acenderam algo em seus corações.
Ao mesmo tempo em que pareciam haver borboletas em seus estômagos, uma pressão surgia no peito. Estavam tão perto mas, simultaneamente, tão distantes!
Holmes foi o primeiro a quebrar o momento, fechando com força seus olhos. Engoliu a seco, tentando fitar qualquer outra coisa naquele espaço.
- Vamos embora? – disse firme, perto do ouvido de Moriarty.
- Mas já? Não quer comemorar com o pessoal do time? – o cinismo estava presente na voz.
- Não. – a palavra saiu entredentes. Como de costume, o cacheado necessitou de muito controle para não proferir uma resposta pior.
- Sem problemas, amor. – o apelido fez com que o maxilar do garoto quase trincasse. – Vamos aproveitar a distração de todos e sair juntinhos.
Ele colocou a mão sutilmente nas costas de Sherlock e o guiou pela multidão, até o estacionamento. Para o alívio do mais novo, ele sabia que seria deixado em sua casa e estaria livre da companhia do outro pela noite.
O time foi comemorar a vitória em uma lanchonete perto do colégio. Vários dos torcedores foram junto, lotando o estabelecimento. Ficaram por lá cerca de duas horas, até que aos poucos foi se esvaziando.
John adorou ver seus amigos ali, juntos por sua causa. Ficou ainda mais feliz por ver que Mary conseguira chegar a tempo de vê-lo jogando!
Quando já era noite, os ex namorados e melhores amigos estavam sozinhos no apartamento de Greg. O grisalho saíra para jantar com Mycroft e não tinha previsões para voltar, deixando-os bem à vontade.
- Pode ficar tranquilo que eu não vou tirar a minha roupa para você. – Mary riu, lembrando-se da situação desastrosa da última vez em que estiveram sozinhos no local.
- Eu agradeço bastante por isso. – ele a acompanhou na risada, jogando-se no sofá e sendo imitado por ela.
E logo o silêncio veio.
Watson sentia a cabeça pesada, cheia de informações. Entretanto, o que mais pesava era a lembrança de seu olhar encontrando o de Sherlock, ao final do jogo.
Ele realmente foi! Mas por quê? Por que ele havia sugerido na cafeteria? Ou já estava dentro de seus planos, independentemente de John?
- Você o viu hoje, não é? – Morstan comentou, mantendo os olhos fechados e o corpo relaxado.
Normalmente, John tentaria cortar o assunto no mesmo instante. Falaria de alguma coisa banal e focaria em outros pensamentos.... Mas era Mary e eles sempre falavam sobre tudo!
Além de que, especialmente naquele momento, ele sentia necessidade de desabafar.
- Sim. – disse após um longo suspiro. – E na quarta-feira ele foi até a cafeteria na qual trabalho.
- Ele o que? – a loira se sentou imediatamente no sofá, fitando o amigo com as sobrancelhas arqueadas. – Você não me contou isso!
John deu de ombros.
Perguntava-se porque sentia algo estranho ao ver Sherlock. Era bom e ruim, algo ambíguo, agridoce.
- Eu só... Está sendo tão difícil, Mary.
Antes mesmo que percebesse, lágrimas se acumulavam nos olhos do garoto. Era mesmo difícil.
- John, você precisa falar sobre isso. – Morstan se aproximou, até conseguir pegar as mãos dele. – Eu admiro muito a força que você vem tendo, mas sei que é impossível ser forte assim vinte quatro horas por dia.
Mary estava tão certa que chegava a doer. Ele queria aparentar estar forte, não apenas para os outros, mas principalmente para si mesmo. Era horrível sofrer pelo primeiro grande amor, que fora muito mais que um namoradinho de escola, e ele se sentia perdido por não conseguir conversar com ninguém sobre o assunto.
De fato havia bloqueado o tema, mas também não se sentira à vontade com ninguém. Felizmente, Mary estava ali, disposta a ouvi-lo.
- Eu ainda não entendo porque ele fez isso, sabe? Mas eu ficava repetindo todos os dias que ele devia ter seus motivos, que devia estar se sentindo sufocado... Que havia acabado e ponto. – ele mordia os lábios, a fim de controlar as lágrimas. – E então, ele aparece no meu trabalho e ao jogo? É demais!
Ele respirou fundo, como se tivesse feito um grande esforço para fazer tais confissões.
- E você tinha que vê-lo falando comigo na cafeteria. Não era a mesma pessoa com quem eu conversei no hospital! Era o Sherlock de antes!
Dizer aquelas coisas em voz alta tornou a situação mais dolorosa. Ele pensava naquilo tudo, apesar de tentar esconder tais pensamentos bem no fundo de sua consciência.
- Você não é o único a se sentir confuso com as ações dele. – Mary levou uma das mãos ao ombro do loiro, tentando acalmá-lo.
- O problema é que eu era o namorado dele, Mary. – ele finalmente a olhou, com os olhos vermelhos e cansados. – Eu deveria entender.
Morstan já imaginava que o amigo estava sofrendo, mas vê-lo daquela forma... Ele estava destruído!
Parte de si se surpreendeu com a habilidade dele em fingir estar tão normal, cheio de atividades. Todavia, o modo como o corpo tremia e as lágrimas escorriam constatavam que era tudo uma farsa.
O que ela poderia dizer? Nada seria suficiente. Qualquer um enxergava o quanto os dois se completavam, não era um namoro ordinário, era especial. Ela sabia que não iria adiantar dizer que John encontraria outra pessoa porque... Sherlock era único, insubstituível.
Sendo assim, ela não disse coisa alguma. Apenas passou os braços pelo corpo de John e o aconchegou em um abraço, que duraria longos minutos.
Ela gostaria de dizer sobre sua observação de mais cedo, quando conversou com Sherlock, mas... Aquele não era o momento. Watson estava tão frágil que ela não queria fazer nada que pudesse piorar a situação.
Decidiu por concentrar suas energias em animar o amigo, propondo assistirem a filmes e séries até que pegassem no sono. Essa seria a sua contribuição e, quem sabe, seria capaz de arrancar um sorriso de Watson? Era a sua prioridade no momento.
Para o conforto de John, Mary foi embora apenas no Domingo à noite.
Os dois puderam aproveitar o tempo juntos para fazer todas as atualizações necessárias sobre suas vidas, principalmente as fofocas na cidade da garota, além de matarem a saudade. Morstan deixou uma série de recomendações, a fim de monitorar o emocional do garoto. Queria que ele a considerasse uma confidente sobre todos os sentimentos que lhe atingissem em relação a Sherlock!
Ela sabia que não era saudável ignorar tais pensamentos e sensações, então iria ajudar da maneira que pudesse! Mesmo que a ajuda viesse do simples ato de escutar.
E na Segunda de manhã Watson já se sentia melhor, com menos peso em seu peito. Ele continuava com seus questionamentos, mas se sentia aliviado por ter conversado com alguém sobre o término do namoro. Era difícil estar guardando tudo para si mesmo o tempo inteiro!
Naquele mesmo dia, no horário do intervalo do colégio, o loiro foi chamado pelos outros jogadores do time de futebol para tirar algumas fotos. Estavam montando um álbum do time e, apesar dele ser novato, queriam sua presença. Principalmente depois dele ter marcado três gols no jogo do final de semana!
Enquanto isso, seus amigos seguiram a rotina de sempre.
- Onde está o John? – Molly chegou um pouco depois a mesa, sentando-se ao lado de Anderson.
- Ele foi tirar umas fotos com o pessoal do time. – Sally informou, mordendo seu pêssego logo em seguida.
- Falando no John... Se eu falar uma coisa, vocês prometem não me odiar muito? – Philip perguntou olhando apreensivo para as duas.
Ambas estavam ligeiramente receosas pelo que estava por vir. O garoto sempre falava besteiras astronômicas!
- Se pudermos te odiar pelo menos um pouco, tudo bem. – Donovan brincou, cutucando a barriga do namorado em seguida.
Ele reclamou do cutucão, fazendo a provocadora rir.
- Ei, para. É sério! – ele fez sinal com as mãos para ela ficar em silêncio. – Vocês repararam que Sherlock e John ficam se olhando o tempo todo? Durante as aulas, durante o intervalo e tal?
Molly mordeu o lábio, respirando mais fundo.
Primeiro Mary, agora Anderson... Ela definitivamente não era a única a reparar nessas estranhezas! A insistência no assunto era algum tipo de sinal?
- Por exemplo, agora. Holmes percebeu que John não está com a gente e não para de olhar, como se estivesse o procurando! – o garoto adicionou, olhando discretamente para o cacheado. – Sejam discretas.
As garotas obedeceram. Dando um tempo até que se atrevessem a comprovar o comentário de Philip. O moreno realmente estava procurando algo com o olhar.
- Vocês sabem que até agora eu não consegui entender o que deu no Holmes. – Donovan cruzou os braços, encostando-se completamente na cadeira. – E com ele fazendo isso, só dificulta!
A mesma dúvida em várias pessoas.
Era um mistério, daqueles que apenas Sherlock conseguia desvendar. Entretanto, sendo ele o alvo da investigação, ficava difícil para reles mortais chegarem à uma resolução.
Molly tinha tal conhecimento, mas estava disposta a desafiar todas as probabilidades e conseguir respostas.
Mais pessoas estavam desconfiando que alguma coisa não estava certa. Não podia mais ficar parada!
- Eu percebi também. E conversando com Sherlock, vejo que ele está diferente. – ela se debruçou levemente sobre a mesa. – Acho que deveríamos tentar descobrir o que está acontecendo.
Os três se olharam, concordando com a cabeça.
Estavam preparados a iniciar tal aventura! Se acostumaram a ter o casal por perto e, primordialmente, torciam que os dois se resolvessem e voltassem à felicidade de antes.
- Melhor não falarmos nada para o John por enquanto, né? – Philip alertou.
- Concordo. – Hooper proferiu, enquanto deixava a mente focar no assunto. – Então...
- Precisamos de ideias. – sorriu Donovan, visivelmente animada com a aventura.
Molly avisou que adicionaria Mary e Harriet aos planos e começou a contar tudo o que imaginou ser pertinente. Mais tarde, recolheria informações adicionais com Mary, pois a garota passara o final de semana com Watson e com certeza teria mais detalhes.
Logo se desenvolvia uma série de planos, dispostos a encerrar aquela dúvida tão presente de uma vez por todas.
Os motivos do comportamento tão avesso de Sherlock seriam descobertos!

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Don't Go Away
FanfictionSherlock BBC | Teen!lock | Johnlock | Continuação de Wonderwall | TW: Relacionamento abusivo/obsessivo Desde que iniciaram seu namoro, Sherlock e John vivem ótimos momentos. Estão cada vez mais próximos, unidos e dependentes do amor um do outro. E...