VIII

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Oie!

Queria dizer que parte desse capítulo eu escrevi escutando a música Skinny Love, na versão da Birdy. Ela me deu muita inspiração para a parte mais final (com angst), então, se alguém quiser escutar/lembrar enquanto lê, fique a vontade.

De resto, desejo uma ótima leitura pra vocês! :)
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Aquele havia sido o ápice. Moriarty destruíra a única esperança do cacheado.
O homem era muito mais inteligente do que Sherlock julgara... Muito mais perspicaz, manipulador e repugnante.

A pedido de Mycroft, o homem ficara para jantar com eles.
Comentou, de forma muito casual, ser professor de Biologia de Sherlock, tendo ficado envergonhado com a possibilidade do garoto não se lembrar dele e, por isso, não teria se apresentado devidamente.

O funcionário do governo se divertiu com a presença de James, que sempre sabia como agradar a todos. O tão ranzinza Holmes mais velho ficou mesmo feliz em receber o amigo da adolescência!
Relembraram os tempos nos quais estudaram no colégio no qual Sherlock estava, as tardes em que Moriarty era seu tutor... Uma sessão de nostalgia. Uma noite quase perfeita.

Em breves flashes, o cacheado até duvidava que James era o monstro que apenas ele conhecia. Parecia uma pessoa normal, amável e animada...
Entretanto, quando Mycroft deixou o aluno e o professor sozinhos para chamar um táxi para James, a realidade voltou a atingir o mais novo.

O homem deixara claro que imaginou que o garoto pediria ajuda ao irmão e que se algo desse tipo acontecesse, iria se encarregar de destruir a carreira do mais velho.
Se gabou de inúmeras lembranças constrangedoras, e até transgressoras, do outro Holmes. Afirmou com veemência que seriam suficientes para o mais velho não poder trabalhar em qualquer cargo público!

Ainda, como se não houvesse causado o dano esperado, disse estar completamente cansado da relação de John e Sherlock. Sendo assim, deu um ultimato: Se o cacheado não terminasse com o loiro até a última aula do dia seguinte, consequências ocorreriam.

E dito isso tudo, retornou à sua máscara de normalidade quando Mycroft voltou a companhia deles.
O funcionário do governo percebeu certo desconforto por parte do irmão, principalmente pelo garoto ter se apressado em ir para o quarto, mesmo antes do táxi do professor chegar.

Ele até tentou engatar uma conversa após a saída do antigo amigo, mas Sherlock se recusou. Disse que não havia mais nada para conversarem, que tudo estava perfeitamente bem.

Infelizmente, aquele era apenas o garoto tendo que retomar a postura que tivera o dia inteiro: Fingir que estava bem.

Ele não tinha ninguém a quem recorrer. Ninguém.

Tudo pareceu acontecer em um universo paralelo. Era horrível demais para ser realidade.
As palavras de Moriarty rondavam sua mente, colocando-o em um transe. E as que mais doíam eram as relacionadas a John.
Como ele poderia terminar com o garoto? Ele era seu único suspiro, o refúgio que o fazia se sentir bem, sua wonderwall.

Apesar de todo o controle emocional que parecia ter, já era declarado que Sherlock estava desesperado.
E, como há muito tempo não fazia, naquela noite, permitiu que as lágrimas encharcassem o travesseiro.
Não tinha mais o que se fazer, não havia mais saída. Ele teria que aguentar aquele inferno, pelo menos até que conseguisse pensar em outra alternativa.
Mas a esperança estava distante, muito distante. A simples menção em perder John fez seu Palácio Mental colapsar, mostrando que não conseguiria pensar em nada até que conseguisse se recuperar de tal abalo.

E dentro do transe, deixou que o corpo agisse por conta própria.
Foi assim durante toda a madrugada, quando o despertador tocou indicando que deveria se arrumar para o colégio e ao chegar no mesmo.
Não se importou ao enfrentar trânsito para chegar ao local e nem ao menos parou para conversar com John. Apenas acenou em retorno ao "Bom Dia" que o loiro sussurrou e sentiu-se aliviado pelo professor de literatura já estar na sala, não permitindo diálogo.
Estar perto de Watson o deixou nervoso.

Don't Go AwayOnde histórias criam vida. Descubra agora