Capítulo 6

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Mais um dia estava a começar, e eu estava a ir a pé para a escola.
Ainda faltava um pouco para chegar. Estava cansada.

Ouço um motor de uma mota, a desligar, mesmo ao meu lado.

Olho e vejo que é o Logan.

-Não me ligaste.- disse enquanto retirava o capacete da cabeça.

-Esqueci-me.- disse, não era mentira.

Eu no dia anterior, quando sai da escola, adicionei o número dele aos meus contactos, mas depois esqueci-me de ligar.

-Duvido que te tenhas mesmo esquecido.

-Por acaso esqueci-me mesmo, mas eu não te ia ligar de qualquer das maneiras. Eu não te conheço, por isso não me ia encontrar contigo sozinha. Vamos fazer o trabalho juntos mas é na biblioteca da escola.

-Calma, estás nervosa.

-Eu estou nervosa, desde que os meus pais...-calei-me de imediato.

-Desde os teus pais?

-Não te posso dizer.

-Tu vais ter de me dizer.

-Não me vais obrigar a nada.

-Mas lembra-te que o trabalho que vamos ter de realizar, é para conhecermo-nos melhor. Vais ter de me contar da tua vida.

Não, não, não.

Olhei para o meu relógio de pulso. Estamos atrasados.

-Porra, estamos atrasados. Já tocou. Tenho de ir rápido.
Até já.- e fui me embora, com o passo largo e acelerado.

-Ei, espera. - olhei para trás -Eu dou-te boleia.

A ideia de ir agarrado a ele, não me confortava muito, mas não tinha muito tempo. E a professora de biologia odeia atrasos.

-Okay, só porque já estou atrasada.

-Vá, confessa que a ideia agrada-te.

-Não, nem um pouco.

Ele entregou-me um capacete. O capacete dele.

-Tens outro capacete para ti, certo?

-Não, não costumo levar ninguém na minha mota.

-Mas tu tens de ir com capacete.

-Estás preocupada comigo? Estou chocado.- disse rindo. Estúpido.

-Tu também pareces estar preocupado comigo para me dares o capacete e tu ficares sem.

-Mas tu és mais frágil.

-Frágil? Quem te disse que sou frágil? Posso ser forte.

-Nota-se.- deu algumas gargalhadas e eu revirei os olhos -Sobe, senão vamos perder a aula.

-Vai devagar, eu nunca andei de mota.

Coloquei o capacete, só que estava com dificuldades em aperta-lo. Pedi-lhe ajuda. Ele estava perto de mais, enquanto me estava a apertar a pequena fivela do capacete, conseguia até sentir o cheiro dele. Uma espécie de cheiro a tabaco misturado com um ótimo perfume. Ele estava com muito cuidado a apertar, e depois certificou-se de que estava bem apertado.

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