The Kidnapped || h.s

Capitulo 3 ✔

"Solto ou preso?" Perguntou uma cabeleireira que veio cá de propósito para me arranjar o cabelo.

"Talvez preso?" Fingi um sorriso.

"Vou fazer uma coisa linda! A menina tem um namorado perfeito." Ela sorriu-me e depois mordeu o lábio.

O meu coração apertou-se. Ela achava que eu era namorada daquele monstro? Eu podia notar que ela estava cheia de desejo por causa da maneira que mordia o seu lábio inferior. Lágrimas vieram à tona dos meus olhos e só me apetecia desabar. Eu não quero ser a prisioneira-mascote dele. Por que é que a minha família ainda não me procurou? Por que é que a polícia ainda não veio em cima dele?

Imensas perguntas corriam a minha cabeça, mas por mais que quisesse, nenhuma delas tinha resposta. Fechei os olhos enquanto inspirava e expirava devagarinho. A cabeleireira pareceu não notar no meu desconforto, apenas sentia o ar quente do secador e a escova.

Os minutos foram passando e o meu penteado estava quase pronto. Uns batuques na porta foram ouvidos e a cabeleireira mandou entrar, como se ela fosse a dona daquela divisão. A porta abre-se revelando a pessoa que eu mais tinha nojo. Ele ao ver-me quase pronto sorriu e aproximou-se de mim. Instantaneamente o medo instalou-se no meu corpo e nem consegui olhar para ele. Os meus olhos focavam apenas o espelho, olhando a cabeleireira terminar o seu magnífico trabalho.

"Estás de tirar o fôlego, Annabeth." Sussurrou perto do meu ouvido e num ato instintivo fechei os olhos, como se isso me fizesse parar de ver um pesadelo.

Senti os seus lábios no lóbulo da minha orelha e depositou lá um beijo, fazendo todo o meu corpo ficar alerta.

O barulho do secador imediatamente pára e sabia que o meu penteado estava pronto. Olhei-me bem ao espelho, era fantástico. Ela realmente tinha umas excelentes mãos para esta profissão.

"Acabei o meu trabalho." Disse para nós os dois.

"Acabou? Porra, jurei ter pensado que ao telemóvel tinha dito que era cabelo e maquilhagem." Ironizou.

"E-eu-" A mulher atrapalhou-se.

"Então trate já disso." Interrompeu, sem dar opção de escolha à pobre mulher.

Ela olhou para mim e para os produtos que estavam em cima da mesa.

"A menina tem uma pele linda." Elogiou e eu baixei o meu olhar, claramente envergonhada.

"Vamos realçar esses olhos verdes."

Ela começou por pôr uma creme hidratante na minha cara e depois uma base muito clara, visto que a minha pele é muito branca. De seguida espalhou um pouco de blush nas maçãs do meu rosto. Ela continuava o seu trabalho muito focada no que fazia, apesar de ter sido vitima de ironia. Já não consegui mais ver o que ela estava a aplicar, pois mantinha os olhos fechado para que ela pudesse prosseguir.

Senti um metal frio nas minhas pálpebras e deduzi rapidamente que ela estava a pôr-me pestanas postiças. Após mais uns 5 minutos ela manda-me olhar para o espelho. Abro lentamente os olhos e fico, novamente, espantada com o seu trabalho. Ela pintou os meus olhos com uma sombra bastante escura e com brilhantes. As pestanas falsas davam um certo encanto aos meus olhos e nos meus lábios estava um batom vermelho claro. Eu estava linda, nem parecia a mesma pessoa. Realmente a maquilhagem faz milagres.

"Gostou ou acha que deva alterar alguma coisa?"

"Está perfeito." Sussurrei incrédula.

Ela sorriu mais uma vez e eu retribui sinceramente.

"Talvez devesse chamar o seu namorado..." Ela sugeriu.

Ela continuava com aquela ideia. Como iria dizer que ele não era nada a mim? Talvez ela me ajudasse a fugir daqui, se calhar ela era a minha salvação.