Capítulo 18

5.8K 451 30
                                    

Passei o resto da semana trancada neste quarto. A Sra. Roberts de vez em quando vinha fazer-me alguma companhia, e falava-me da sua juventude; ou então era para me trazer alguma refeição.

O Harry nunca mais meteu cá os pés, e eu estou inteiramente agradecida por isso. Lembro-me da risada sarcástica dele quando lhe disse para me beijar. Ele é inteligente, e ganhar a sua confiança vai ser muito difícil.

Estou deitada na cama, a encarar o teto e à espera que o tempo passe. O meu único entretenimento é espreitar através da janela, mas nem esta consigo abrir. Já vasculhei esta área toda e não tem nada de interessante.

Apesar de aqui ter mais condições, confesso que sinto saudades de algumas raparigas da cave. A Bridget era quase a minha melhor amiga aqui.

Ouço a porta abrir, o que faz captar a minha atenção. Pensei que finalmente o Harry me viesse ver, e ameaçar-me sobre algo. Mas solto um suspiro assim que vejo a sua empregada.

- Bom dia, menina. - Ela cumprimenta-me. - Dormiu bem?

- Dentro dos possíveis. - Dou de ombros.

- O Sr. Styles mandou-me vi-la buscar. - Ela sorri-me.

- O quê? Porquê? - Mil e uma coisas passam-me pela cabeça. Será que ele vai finalmente matar-me?

- Ele não me disse... - Consigo ver que ela está com pena. É uma senhora muito bondosa, nem sei como consegue trabalhar para aquele monstro.

Suspiro em desagrado, e levanto-me, pegando num robe que ali tinha. Estava extremamente frio, e eu apenas trazia uma camisola fininha.

A do dia em que fui raptada.

Ele nunca teve a decência de dar roupa às prisioneiras dele. Queria lá saber se a roupa estivesse suja ou cheirasse mal.

Antes de sair do quarto, a senhora pegou na minha mão e apertou-a, num sentido de reconforto.

- Ele tem andado perturbado, talvez se lhe obedecer desta vez, ganhe a sua confiança. - Ela informa-me, e dá-me um sorriso ao qual eu retribuo.

- Muito obrigada. - Murmuro.

Eu tinha-lhe contado que queria fugir deste sítio, e disse que teria que ganhar a sua confiança para tal. Ela apenas compreendeu-me, dizendo que me apoiava em qualquer coisa.

Saímos do quarto, e andámos pelos enormes corredores que esta mansão tinha. Parecia quase um labirinto. Para que quererá ele tantos quartos?

Este percurso não me parecia familiar, e estava a entrar em pânico por não saber em que zona da casa estava. Sinto o meu coração bater mais depressa que o habitual, e as minhas mãos meias trémulas.

Parámos em frente a uma porta. A Sra. Roberts olhou para mim e deu-me um último reconfortante sorriso antes de bater à porta. Um preguiçoso "entre" foi pronunciado na seguinte divisão, pela sua tão temida voz.

A sua empregada abre a porta, e eu respiro uma última vez antes de entrar. Antes que pudesse ver a cara dos meus recentes pesadelos, observei todos os cantos à divisão. Era nada mais do que um simples escritório de trabalho pessoal.

- Annabeth. - Ouço-o pronunciar o meu nome inteiro. - Senta-te.

Obedeço-lhe, e sento-me numa cadeira que lá havia. Tenho medo do que ele tem para me dizer.

- Como tens passado a semana? - Ele pergunta casualmente, e eu olho para ele um bocado irritada com a sua pergunta desnecessária.

- Pensei que tivesses uma câmara instalada no quarto para ver se não estou a fazer asneiras. - Respondo um bocado áspera, mas rapidamente arrependo-me de o ter feito.

The Kidnapped || h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora