Neste momento estava num dos quartos desta mansão, à procura de algo para me entreter. Lembrei-me de uma vez ter pegado numa caixa que estava debaixo de uma cama, mas não tinha a certeza se foi neste quarto. Levantei o cobertor e o lençol, e espreitei para debaixo da cama. Estava vazio.
Bufei em frustração, não sei mais o que fazer à minha vida. Não há maneira de eu me conseguir entreter, nem ninguém com quem conversar.
Fui em direção à janela, na tentativa de ver alguma paisagem reveladora, mas apenas tinha vista para outra casa. Tentei abrir a janela, mas esta parecia bloqueada.
Ouvi a porta abrir e dei um salto com o susto. Olhei para trás e vi o psicopata que me mantém em cativeiro.
Depois de umas quatro ou cinco horas sozinha, ele decidiu visitar-me.
- Tentativa de suicídio? - Ele comentou com uma expressão de gozo na cara, enquanto apontava para a janela.
- Eu ainda tenho amor à minha vida, ao contrário de ti. - Cuspi.
Vi a sua expressão facial mudar de brincalhona para mais tensa, e mentalmente amaldiçoei-me por ter sido responsável por isso. Ninguém quer um Harry mal humorado, como há horas atrás na cozinha.
Ele aproximou-se de mim, e eu, inconscientemente, recuei até as minhas costas baterem na janela.
A sua mão viajou até ao meu maxilar, acariciando-me. Os seus olhos verdes fecharam-se e ouvi-o a soltar um suspiro.
- Como te sentes? - Ele murmurou, levantando as suas pálpebras.
- Melhor. - Confessei um pouco desconfiada da sua atitude.
Não sei porquê, mas o meu sexto sentido estava a dizer-me que ia acontecer merda. Quando o Harry finge ser preocupado, é porque vem aí coisa má.
- Eu preciso que estejas totalmente boa até ao final da semana. - A sua voz pronunciou-se cada vez mais baixa, e os seus olhos adquiriram um tom esverdeado mais escuro.
Será que é este fim de semana que ele vai tentar... alguma coisa comigo? Estremeci só de pensar fazer sujidades dessas com uma pessoa que não amo.
Que detesto, profundamente.
Senti os seus dedos escorregarem de forma lenta pelo meu pescoço, afastando o meu cabelo do mesmo. Um arrepio de cócegas percorreu aquela área.
A sua cabeça pousou no meu ombro, e senti os seus lábios encostados à minha pele. O corpo ficou tenso e as minhas pernas enfraqueceram com o medo.
Ele começou a depositar pequenos beijos no lado esquerdo do pescoço, enquanto as suas mãos estavam nos meus ombros a fazer um pouco de força contra a janela.
- Gosto de ver esta pele, - Ele sussurrou e passou a língua numa zona específica do meu pescoço. - Marcada por mim.
A minha respiração prendeu-se quando senti os seus dentes a mordiscarem-me de forma menos agressiva do que o costume.
Ele levantou o seu rosto e mordeu o meu lábio, puxando-o para fora. Os seus olhos estavam bem abertos, e tentavam encarar os meus, mas eu fechei-os antes que esse tipo de contacto permanecesse durante um tempo indesejado.
A sua língua percorreu lentamente os meus lábios, humedecendo-os. O seu hálito a café misturado com hortelã batia no meu nariz e fazia o meu estômago dar reviravoltas.
- Gosto dos teus lábios carnudos. - Ele continuou com esses comentários num tom sedutor.
Engoli em seco, por mais incrível que pareça, eu estava com medo dele. A sua língua tentava entrar dentro da minha boca, mas eu apertava os meus lábios, impedindo-o que tal aconcesse.
Ele apercebeu-se que eu o estava a rejeitar, e parou imediatamente o que estava a fazer.
- Que merda? Porque não me correspondes? - Ele questionou e a sua voz começou ficar assustadora.
- E-eu... Eu não quero... - Respondi baixinho, mas ele ouviu-me na mesma.
Uma gargalhada saiu da sua boca, e as suas mãos descaíram dos meus ombros. Ele parecia estar realmente a divertir-se com o que eu disse, ou então o seu nível de sarcasmo é mais alto do que eu pensava.
- Annabeth, - Ele disse, entre os risos doentios. - Isto não se trata do que tu queres. Tu apenas obedeces-me, entendes? - Mais uma pequena risada saiu. Ele estava a falar comigo como se eu fosse sua filha, como se eu o conhecesse de algum lado, ou até mesmo lhe devesse alguma coisa.
- Não entendo, desculpa. - Suspirei, já cansada de tudo.
- Eu faço-te entender melhor: é assim, minha menina, tu aqui tens uma única opção para evitares punições ou ferimentos graves que é deixar-me fazer tudo o que eu quiser. - A sua voz produzia sons muito mais altos, chegando-me a assustar nalgumas partes. - Acredita, Annabeth, esta vai ficar registada para a tua primeira vez. Vai preparando o teu físico. - Ele terminou e virou as suas costas para mim, caminhando em direção à saída desta divisão.
Pensei seriamente no que ele disse, se quisesse sair daqui viva, teria que fazer as suas vontades e ganhar a sua confiança. Tinha que me mentalizar que esta vai ser a única maneira de eu sobreviver. Podemos jogar os dois ao mesmo jogo.
- Ok, espera! - Chamei-o, e notei o seu corpo parar, virando a sua cara para mim. Antes de pronunciar esta palavra, apertei os meus punhos e inspirei. - Beija-me.
*
*Omg, eu adorei escrever este capitulo. O que acharam deste momento entre eles os dois?
Acham que a Anna vai conseguir suportar o seu próprio plano de fuga? Será que o Harry vai descobrir as suas verdadeiras intenções?
Digam-me o que acharam :3
LY ♡
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The Kidnapped || h.s
Fanfiction"Nada nos faz acreditar mais do que o medo, a certeza de estarmos ameaçados. Quando nos sentimos vítimas, todas as nossas ações e crenças são legitimadas, por mais questionáveis que sejam. Os nossos opositores, ou simplesmente os nossos vizinhos, de...