Treat you better ×× Shawn Mendes

c a p í t u l o 17

[...]

Hoje de manhã Harry saiu com Louis bem cedo. E mais um dia fiquei sozinha. Era injusto. Era tão injusto eu estar aqui, nesta cama de hospital sozinha apenas porque tentei ser feliz.  Será que algum dia eu conseguirei? Será que Shawn estará  disposto a esperar por mim? Será que eu amo Shawn? Eu gosto da companhia dele,ele trata me como nunca fui tratada. Eu realmente gosto dele. Mas amor? Amor é uma palavra muito forte! Não acho que seja amor! Não acho que esteja preparada para amar. Não sei se algum dia vou estar. Será que é justo para Shawn? Será que ele merece? Será que ele me ama?

-Bom dia alegria! - disse o Dr. Peter enquanto entrava no quarto.

-Doutor! Bom dia! Nunca estive tão feliz pelo ver! - disse sorridente. Peter levantou uma sobrancelha e sorriu. - Hoje Shawn vai se atrasar um pouquinho, porque hoje é dia de prova dos meninos e eles saiem sempre mais tarde. Anne tá a trabalhar hoje. E Elijah disse que só conseguiria vir cá amanhã. Então hoje eu vou ficar mais sozinha do que é normal. E sabe o que eu estava a pensar?

-Tenho uma leve impressão que me vai pedir algo que não posso aceitar mas vou acabar ir aceitar porque ninguém neste hospital lhe consegue dizer não. - disse interrompendo-me e rindo

-Ah! Jamais eu faria isso! -fingi-me ofendida mas logo ri também- eu estava a pensar em me deixarem sair deste quarto. Eu já respiro bem sem a máscara! E estou cansada de estar aqui! - disse e fiz beicinho.

Dr. Peter revirou os olhos e disse:

-E onde a menina quer ir?

Pensei um pouco. Não sabia ao certo onde ir.

-Já sei! Eu quero visitar as crianças! O lugar onde as crianças que estão aqui internadas passam o tempo. Por favor! - pedi e fiz a minha típica carinha de gatinho do Shrek.

-Por isso que o Harry faz tudo por si! Eu ainda achava que era por causa dos seus olhos azuis! Que nada! É pela carinhade bebé! -disse e rimos-  Pode ir! -

Festejei animada mas logo que o Dr. retomou a fala eu parei.

-MAS... Eu tenho uma condição. Tem de levar a bolsa do oxigénio consigo. Não posso arriscar uma recaída.

Revirei os olhos. Mas logo me levantei e abracei Dr. Peter.

-Obrigada! Obrigada!

××

Depois de duas horas mais ou menos finalmente pude sair daquele quarto. Caminhei pelos corredores. Era horrível. Eu odiava hospitais. Mães choravam a perda dos filhos. Filhos choravam notícias das mães. Os enfermeiros e médicos pareciam imunes aquilo. Talvez para eles era normal, talvez eles conseguiam ignorar a dor alheia. Mas eu não, era horrível ver tantas lágrimas. Era horrível saber que ali era um íman de desgraças.

E de modo incrivelmente contraditório era possível ver sorrisos. Mulheres que finalmente conseguiram engravidar ou doenças que finalmente foram curadas. Esse era o lado B da vida. Isso é a esperança. Parei um pouco. Os meus pulmões ainda não aguentavam tanto tempo a andar. Sentei- me num dos bancos e voltei a observar tudo a minha volta. Sentada com uma cadeira de distância estava uma rapariga, devia ter por volta da minha idade e chorava agarrada a uma outra senhora, possivelmente sua mãe. Ela vestia uma camisola cinzentas e um casaco de couro preto, umas botas pretas com uma corrente delicada. Os seus cabelos pretos, com duas pequenas tranças cobriam o seu rosto. Um médico se aproxima de nós.

-Família do Sr. Blake?- disse o médico

A menina que estava do meu lado logo se levantou.

-Como ele está? - perguntou a senhora mais velha.