CAPÍTULO 12

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Fomos para casa depois da visita. Eu cheguei e sentei em minha cama, agarrei meu Velho polvo de pelúcia com olho de botão, encarei o boneco já sujo com um pouco de teia de aranha, era uma pelúcia de anos, eu costumava a abraçá-lo quando me sentia com medo, mas olhando para aquele treco, notei o quanto o tempo passou, só então eu notei que eu já estava grandinha pra ter medo de certas coisas, eu sempre tinha medos bobos que todos nós temos, medo de ter algo debaixo da cama, mas meu medo não ficava debaixo da cama e sim dentro de uma pequena porta onde havia um mundo completamente insano que queria me prender para sempre.

Escuto barulhos de Wybie na cozinha preparando o jantar, no meu relógio do lado do retrato de meus amigos, vejo que já são 7:00 PM. As horas passam rápido. Enquanto Wybie tenta dar uma de mestre cuca, olho ao meu redor, nunca tinha parado para reparar meu quarto, vejo umas fotos antigas, uns livros nunca lidos na prateleira, é, preciso de um tempo, depois de ter olhado as coisas de meu quarto, inclino levemente minha cabeça e deito em minha cama em uma posição não confortável, mas devido ao cansaço, dou um leve cochilo.

Estou andando pelo Palácio Cor de Rosa, sigo sua trilha até o poço porém, não me aproximo dele, algo em mim me fez com eu eu travasse minhas pernas e minha respiração, eu não conseguia me mover, sentia um pingo de suor escorrendo pela minha testa, minhas mãos paralisadas. A única visão que eu tinha era do poço que estava em minha frente. Do poço eu vi a mesma garota da minha visão anterior, ela estava sentada na beira do velho poço, foi aí que me surgiu uma dúvida, o que a garota estaria fazendo lá? Eu observei e vi que ela cantarolava uma musiquinha, a mesma que a "outra mãe" cantava. Quando eu menos esperei, sua cabeça se virava pra trás lentamente, mostrando então aquele sorriso pútrido e maligno. Como eu não conseguia me mover, comecei a tremer e tentei gritar socorro, mas minha garganta estava travada, mau conseguia engolir. No fundo eu escutava uma voz me chamar...

Coraline!? Coraline Jones!!! -Gritava Wybie ao meu lado.

O que está havendo com você menina, estou lhe chamando a meia hora e você parece que nem me escuta. -continua o mesmo.

_ Eu estava, ah... Deixa pra lá, o que foi? Aconteceu algo? - Questiono.

_Na verdade sim, acabou o gás, acredita? - diz Wybie com um olhar preocupado.

_Não se preocupe, minha mãe deve ter deixado o cartão dela em algum lugar, vamos pedir uma pizza, sei lá. - digo levantando.

Ando pelos corredores em busca do maldito cartão, olho no quarto dos meus pais, vejo a cama deles arrumada, desde que deixaram eu não entro no quarto deles, eu sento em sua cama e fico pensando, não sei se devo contar ao Wybie sobre esses pesadelos que eu ando tendo, olho pro criado-mudo e vejo o cartão, foi bem fácil.

_Wybieeee!!! - grito seu nome muito alto.
escuto Wybie correr em minha direção desesperado.

_ O que houve Coraline!? - ele diz suspirando.

_ Achei o cartão. - digo sorrindo pois sei que deu um susto nele embora numa situação dessas não seja uma boa hora pra brincar, mas, fazer o que né.

_ Você quase me matou de susto Menina. - ele diz levando sua mão ao coração.

Dou umas gargalhadas, pego meu telefone em meu bolso, procuro um número de uma pizzaria e ligo fazendo assim um pedido. Eu e Wybie comemos a pizza e mais uma vez ele liga pra avó dele dizendo que iria dormir em meu apartamento.

Coraline e O Mundo Secreto 2Onde histórias criam vida. Descubra agora