LEON HAVIA FICADO de boca aberta quando viu Felippa saindo daquele quarto de hotel. O vestido ficou exatamente como ele imaginara. Realçou as curvas e o quadril, deixando-os sensuais. A maquiagem era discreta que enaltecia os olhos de Felippa. O penteado de cabelo deixava o pescoço ainda mais gracioso do que era.
Quando haviam chegado ao baile, viu que atingiria às expectativas. Todos os anos, a empresa que a decorava deixava tudo impecável. Aquele não era o primeiro baile que Leon era convidado. Contudo, sentia que seria único, pois a mulher que mais desejava estava bem ao seu lado.
Thomas logo simpatizou com ela, assim como ele imaginava que Marcollo, Trevor e Christophe o fariam. Leon segurou novamente sua a cintura, um sinal primitivo para mostrar aos outros homens daquela festa, que ela pertencia a ele. Convidados endinheirados que a devoravam com os olhos, causando-lhe uma estranha irritação. Com toda sua inocência, Felippa parecia não notar isso. Ele não estava acostumado a sentir isso. Isso era ciúmes.
Leon tinha as mulheres que queria em sua cama. No entanto, desde que conheceu sua reencontrou, não conseguia deitar-se com ninguém. Sonhava com ela e tinha fantasias em pleno escritório. A sedução seria a solução para o desejo que ela o despertava e para que tudo voltasse a ser como era antes.
Felippa não tinha noção do que provocava nele. Leon habituara-se a mulheres que faziam tudo o que ele queria, sem ao menos protestar. Felippa, definitivamente, não. Recusava cada elogio ou presente que ele lhe oferecia, deixando-o cada vez mais ávido por ela. Ela possuía a língua ferina, e esse motivo fazia com ele estivesse disposto a domesticá-la. Além disso, tinha lábios e um corpo de tentar um santo. Ele nunca tivera tanto trabalho em conquistar alguém. Definitivamente, isso era uma novidade.
- O que acha de me acompanhar numa dança? – Leon convidou, segurando-o delicadamente pelo pulso.
- Para todos pensarem que estamos juntos? – Ela era desafiadora e estava o tirando do sério.
Leon lhe lançou um olhar zombeteiro.
- E se pensarem? Não se importe com isso! Felippa, é apenas uma dança!
Ela respirou fundo. Queria rejeitá-lo mais uma vez. No entanto, voltou para ele e olhou nos olhos verdes.
- Tem razão. – Felippa sorriu. – Que mal há numa dança?
Leon Lagomarsìno a puxou para si e a conduziu até o centro do salão. As luzes parcas douradas dos candelabros de cristal conferiam intimidade ao recinto. Os casais ao lado deles também dançavam em perfeita sincronia. Ele passou novamente o braço pela cintura dela e Felippa estremeceu em seus braços.
Ela era tão delicada, meiga. Leon nunca conhecera alguém assim, que fosse tão honesta e transparente. A inocência dela simplesmente o encantava. Seus olhos azuis escureceram e tornaram-se como um mar revolto. Os dois dançavam com perfeição, movimentando-se de um lado para o outro e conectando-se de uma maneira única.
Com destreza, ele a girou no ar e o vestido azul de Felippa balançou com o movimento. Leon dançou com ela por um bom tempo, o desejo que pulava em seu sangue estava mais intenso do que nunca e ele sabia que Felippa sentia o mesmo. A veia na base do pescoço feminino pulsava bastante, mas Felippa tentava a todo custo ignorar isso. A atmosfera entre eles estava tão tensa, que ele não sabia por mais quanto tempo suportaria.
O encanto foi quebrado quando uma mulher os interrompeu e pediu a atenção dos dois. Sem entender, Leon e Felippa pararam de dançar e a esperaram se pronunciar. Ela tinha o cabelo negro na altura dos ombros e olhos verdes, estando muito maquiada.
- Perdoem-me por interrompê-los, mas há algo que tenho a dizer.
- Desculpe, senhora. Não estamos entendendo. – Disse Felippa à mulher. – Há algo errado?
- Não, de maneira alguma. – Explicou-se rapidamente a senhora. – A questão é que a senhorita se parece muito com uma amiga minha de Roma. Você parece uma sósia dela.
Leon voltou-se a Felippa e a viu ficar pálida. A cor sumiu do seu rosto e ele sentiu que seu pulso acelerou. Preocupado, ele a questionou.
- Você está bem, Felippa?
Ela o olhou depois, para a senhora.
- Desculpem-me, mas tenho de me retirar.
Leon viu que Felippa deixou uma lágrima furtiva cair e em seguida, ela deixou ele e a mulher. Apressou o passo e correu em direção a uma sacada grande e aberta do salão.
- Com licença, senhora. – Leon se despediu da mulher.
Leon também se apressou, a fim de segui-la, afinal, não entendia o motivo pelo qual ela fugiu e porque estava chorando. O que havia de errado com ela? Ele passou por entre os casais que estavam dançando, andou mais um pouco, até que a alcançou. Felippa estava apoiada no parapeito de mármore da sacada, de costas para ele. Leon se aproximou e ela virou-se para ele. Foi então que ele notou que ela estava muito triste.
- O que aconteceu? – Leon perguntou-lhe, de maneira preocupada. – Foi algo que eu disse ou fiz?
- Não, não, Leon. Não é nada relacionado a você. O que aquela mulher disse lembrou algo que pensei ter esquecido.
Leon não entendeu e insistiu.
- Por acaso conhece aquela mulher?
- Não, nunca a vi em minha vida. – Respondeu Felippa, limpando as lágrimas.
- Por favor, não chore.
- Desculpe-me por ser tão sentimental. Acontece que isso é um assunto que eu talvez nunca virei a conhecer a verdade.
- Estou aqui se precisar de mim.
Leon a puxou para si e a abraçou forte. O perfume doce acordou os sentidos dele e o desejo retornou. Quando Felippa se afastou dele, Leon passou a mão próximo aos seus olhos e limpou a última lágrima que caiu. – Talvez isso possa ajudá-la a sentir-se melhor.
Sem esperar resposta, ele enlaçou a cintura dela e a outra mão segurou a nuca. Leon baixou a cabeça e juntou suas bocas de maneira selvagem. Sem perceber, Felippa o abraçou e suas mãos ganharam vida, passeando pelas costas fortes de seu chefe. Leon penetrou seus lábios com língua habilidosa, levando-a à loucura. Como naquele dia em Volterra, o beijo de Felippa foi tão inocente que várias sensações dominaram Leon e ele não esperava por isso.
O beijo foi a demonstração do desejo contido e da paixão avassaladora que sentiam um pelo outro. Felippa beijava como se fosse uma inocente e Leon fez questão de tomar as rédeas da situação. Essa carícia fez seu coração bater fortemente no peito. Em seguida, Felippa se afastou com os lábios inchados e o rosto muito corado.
- Não posso fazer isso, Leon!
Sentindo-se frustrado, ele respondeu.
- Por que não? É óbvio que essa energia entre nós é mútua.
- Não precisa citar a total falta de profissionalismo que acabamos de demonstrar!
- Estou disposto a ignorar isso. – Falou Leon firmemente.
- Não posso fazer isso, adeus!
Que mulher difícil! Leon nunca precisou se esforçar tanto para conquistar uma mulher.
Felippa correu novamente, como a Cinderella no baile da meia-noite. A diferença era que ela não havia deixado nada para trás e não era meia-noite. Mesmo com saltos daquela altura, ela correu entre as pessoas que dançavam alegremente no salão, até que ela alcançou a porta de entrada. Leon tentou alcançá-la, mas várias mulheres passaram a cercá-lo. Felippa sumiu de vista e quem agora corria por entre as pessoas era ele. Quando passou pela porta principal, Thomas lançou-lhe um olhar de que ele sabia que algo estava errado.
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A Amante Inocente - Série Apaixonados e Poderosos - Livro 1 (COMPLETO)
RomanceAtenção: livro não está revisado! Futuramente, passará por uma nova revisão e edição! "Homens poderosos, afetados por paixões arrebatadoras." Felippa Ventimiglia, criada em um orfanato italiano, sempre se questionou sobre suas origens. Com o apoio d...