A Amante Inocente - Série Apaixonados e Poderosos - Livro 1 (COMPLETO)

Capítulo 10

LEON ESTAVA QUASE sem ar. De todo o jeito, tentou nadar na neve a fim de se salvar. Controlou a respiração e movimentou os pés e braços para se impulsionar. Se não se mexesse, iria morrer em poucos minutos.

As fixações de ski ainda estavam presas no seu pé e quando viu uma árvore, se agarrou a ela para tirá-las e permaneceu apenas com as botas. Com os pés livres, ele emergiu e começar a andar sobre o terreno instável. Sua maior preocupação agora era Felippa. Não tinha ideia de onde ela poderia estar. Se não fizesse algo, poderia acontecer o pior. Isso se já não acontecera.

A neve caía sem cessar e os caules dos abetos estavam cobertos pelo gelo. Leon respirou com dificuldade e começou a olhar pelo local e encontrava algum indício de Felippa. Observou novamente e nada. Ele passou a mão pelo capacete, preocupado.

Não suportaria perdê-la.

Leon começou a suar frio e o coração bateu rápido.

- Felippa!! – Ele gritou e o eco foi audível por toda a base da montanha.

Ninguém respondeu.

Pela terceira vez, ele olhou pelo ambiente frio em que se encontrava e viu o longo cabelo de Felippa sobre a neve. Leon correu em sua direção e começou a cavar o gelo.

Quando o rosto dela enfim apareceu, Leon sentiu-se empalidecer ao pensar que algo estivesse errado com ela. Ele tirou o capacete dela e o rosto estava muito frio. Por sorte, Felippa ainda estava respirando. Em seguida, Leon tirou o restante da neve que cobria o corpo e o puxou para superfície. As roupas térmicas a protegeram do frio, mas se ficasse mais tempo coberta, a temperatura do corpo de Felippa iria descer gradativamente.

Leon pegou Felippa no colo e a aninhou contra o peito, na tentativa de aquecê-la. Tentou andar rápido sobre o gelo, mas o terreno era instável e poderia acontecer algo pior a qualquer momento. Mesmo sentindo-se menos forte do que estava acostumado, Leon estava profundamente agradecido por ter sobrevivido àquela avalanche. Esperava fervorosamente que Felippa se recuperasse logo também.

O corpo dela era leve como uma pluma e se ajustava perfeitamente ao dele. Teria de encontrar ajuda e não sabia o que fazer. O instrutor de ski havia comentado algo de que a face noroeste da montanha era inconstante. No entanto, apesar do risco, eram poucas as chances de isso ocorrer frequentemente. Fato que infelizmente não se aplicou no momento em que Leon e Felippa desciam a montanha.

Para que lugar a levaria? Leon perguntou-se, olhando de um lado para o outro em busca de algum sinal de civilização.

Se não encontrasse ajuda logo, os dois morreriam de frio.

Avançou mais um pouco pela neve e sua cabeça encheu-se preocupação sobre Felippa. Caminhou mais e viu uma cabana de madeira ao longe. A visão estava turva, uma vez que muitos flocos de neve caíam e Leon precisou se aproximar mais. Passou entre as árvores congeladas e finalmente, conseguiu ver a casa nitidamente.

O telhado estava todo congelado, mas ainda era possível ver o tom escuro das paredes externas de madeira e a varanda. Estava escura e parecia não haver ninguém dentro. Aquela era a salvação dele e de Felippa. Ele não poderia permitir que ela sentisse mais frio. Se a casa estivesse sendo usada, pediria para o dono abrigo por apenas uma noite ali. Se não estivesse, ficaria ali até que a neve diminuísse.

Quando chegou à varanda da casa, Leon notou que a janela da frente estava com os vidros congelados. Mesmo carregando Felippa nos braços, Leon conseguiu subir os dois pequenos degraus e acercou-se da porta. Bateu na porta, na tentativa de ser recebido. Esperou alguns minutos e nada. Não lhe restou outra alternativa, a não ser com um empurrão, entrar na casa e com um chute, fechou a porta.