Capítulo X

188 44 112
                                    


Existe um segredo, não se sabe o mínimo detalhe do que seja ou muito menos qual é o mistério que aterroriza essa família. Serve-se de consolo, todos nós temos os nossos próprios demônios e dentro de cada um existe em algum lugar a pior de nossas piores versões, ou seja, nós não temos o mínimo direito de julgar, essa tarefa não está predestinada a nós simples e meros mortais.

Aquela cena de mistério e suspense mexeu com a mente de Justine, ela não sabia qual decisão iria tomar, ela apenas sabia que todos guardavam segredos e que por mais pura que fosse a pessoas, todos escondiam algo que jamais se orgulhavam.

Contar ou não contar; eis a questão!

— O que você está escondendo, Justine? — Essa pobre garota tomou a pior surpresa da sua vida. A pergunta do seu pai, fez com que ela revelasse o que, todavia, ela jurava para si que manteria em segredo. — Por favor, não me minta, eu sei muito bem quando as minhas filhas estão mentindo para mim, e nesse momento, Srta. Justine Bennett Sanders, quero apenas a verdade e nada mais. — Quando o Sr. Robert falava o nome completo de suas filhas estava claro que a situação era delicada.

— Eu não sei do que o senhor está falando. — Justine, estava jogando. E nesse caso nada melhor do que aproveitar sua velha tática de usar seu excêntrico humor para fugir dos problemas.

— Dessa vez não irá funcionar princesa... Ou você fala a verdade, ou irei descobrir, tu querendo ou não, eu não me importo. — Revelou Robert. Contudo, o terror estava estampado na face de Justine, e com seus lábios ela pedia socorro, embora dos mesmos não saísse nem um som se quer, todavia seu pai advertia-lhe que olhar fixamente para Isabeli e pedir ajuda não iria adiantar nada, pois, o problema só se agravaria e cedo, ou tarde a verdade viria à tona.

— Então, meu querido papai: o senhor terá que usar sua infalível técnica para descobrir o que nem eu sei. — Zombou. — Mas deveras meu amável pai o que o senhor deseja saber? Eu, lamento, mas infelizmente fica difícil lhe servir. — Explicou Justine balançando seu leque colorido infinitamente.

Robert não engoliu nem uma palavra daquele conto narrado por sua filha mais velha, ele sabia que ela estava jogando, e como não tinha outro remédio, ele também decidiu usar do mesmo armamento que sua filha. Em questão de jogos sendo eles bons ou ruins, Robert Sanders era um excelente jogador.

— Pare de atormentar nossas filhas, Robert. — Disse Mary enquanto beliscava uma guloseima que estava exposta sobre a enorme mesa de carvalho emoldurada com louças vindas de sua última viagem à Europa. — Você não pensa que está velho demais para esses jogos? — Questionou.

— Velho! Eu? — Murmurou. — É agora que eu estou começando a viver querida. — Enfatizou roubando um doce das mãos da esposa. — Mas esse assunto merece medidas drásticas, — Revelou já mais sério. — eu não estou brincando, estou descobrindo a verdade, porque sei que minhas filhas escodem algo. — Assim que finalizou, Robert tomou sua caneca de chá, herança de seus costumes ingleses que ele jamais perdeu e foi para a biblioteca onde ele estava planejando seu próximo ataque para encurralar de vez sua doce filha, Justine.

As duas irmãs tinham segredos: Isabeli mantinha um relacionamento amoroso com um lacaio de origem italiana que, todavia, não era nem um segredo para Justine, pois, a mesma era sua cúmplice. Entretanto, embora não cobrasse, Isabeli desejava de Justine que a mesma lhe contasse o que, todavia ela escondia de seu pai, porém isso era quase impossível, porque Justine não iria abrir o jogo, não era de sua natureza, o seu normal era proteger nem que isso muitas vezes lhe custasse um valor muito alto a ser pago.

— Você não vai me contar o que está acontecendo, Justine? Por acaso não confias em mim? — Toda manhosa Isabeli questionava sua irmã.

— Sem dramas minha irmã! Não se faça de vítima porque se existe alguém aqui nessa família que esconde um segredo, é você! E não eu. — Alertou ironicamente. — Então não venha com esse conto barato de irmãzinha sofredora, porque a única que está sofrendo sou eu... E não você, Isabeli Bennett Sanders. — Justine foi dura, mas no momento foi à única maneira encontrada para afastar sua querida irmãzinha do que nem ela ao menos sabia, mas tinha certeza que iria se machucar, e se fosse preciso, estava disposta a dar sua vida para proteger sua querida irmã. Afinal, desde pequena ela tinha como lema: "proteger e proteger", doa a quem doer, mas sua irmã era seu tesouro mais precioso, por ela seria capaz de abandonar tudo para que sua irmã a quem ela tanto ama fosse feliz.

E Se Você Ficar Onde histórias criam vida. Descubra agora