Capítulo XIX Parte III

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 Jimmy Adams


Eu não posso, eu não aguento mais, lamento... gostaria que tudo fosse diferente, porém, nem sempre as coisas saem como planejamos.

Sem que ninguém percebesse, na manhã do dia 7 tomei uma decisão muito difícil, os boatos haviam se espalhado, embora negados todos acreditavam que o Lusitania levava mais do que passageiros para a Europa, aquele navio tinha em seu porão um poderoso armamento de guerra.

— Sr. , posso saber o que deseja?

O meu corpo estremeceu, senti que estava metido em sérios problemas, ou seja, eu nem tinha se quer uma desculpa em mente. — Eu, posso explicar! — Respondi com o coração na mão.

— Por favor, meu velho amigo e sem problemas, eu sou o rei do Champagne francês e sei muito bem os males do qual está sentindo. — Aquele bom e rico homem abriu um baú e entregou em minhas mãos um Colt 1894 Bisley. — Faça justiça meu bom rapaz e quando chegarmos ao nosso destino tenha a Srta. Bennett como sua esposa.

Eu beijei aquela arma, eu tinha a minha vingança se concretizando, pois, a mesma já não era um sonho e sim uma realidade.

Contudo, me enganei ou melhor me equivoquei, de fato, não estava sozinho, assim, que o rei do champagne se afastou, pressenti que mais alguém estava observando-nos.

Quem está aí? Fale? Quem está aí?

Naquele tolo e sombrio momento até pensei em disparar a arma como resposta em um tiro de advertência, mas logo calculei o risco do perigo e compreendi que naquele porão havia armamentos de guerra, e nesse caso, um tiro poderia causar uma destruição total, e foi assim, que mesmo com muita ressalva e cautela guardei a arma em minha cintura e subi para as minhas acomodações.

— Posso saber o que você faz em meu quarto, Glenda? — Perguntei todo desconfiado e de certa forma já aproveito a oportunidade para tragar meu tradicional e velho charuto cubano.

— Eu...

A pobre garota começou a gaguejar, na verdade, sua respiração era ofegante, pois segundos atrás ela flagrou-me no porão do navio falando com o rico e importante rei do champagne.

— Senti sua falta por isso resolvi lhe fazer uma surpresa, Jimmy. — Respondeu enquanto usava seu leque como disfarce pela mentira que contava.

— Uma surpresa? — Indaguei.

— Sim... uma surpresa! — Enteou aflita.

— Então o que tem para mim?

A desconfiança já pairava sobre meu espirito, mas agora com o nervosismo de Glenda seguido de suas desculpas, comecei a entender toda a jogada de minha tola e fiel amante, não foi preciso muito esforço, já que em poucos segundos decifrei o enigma, Glenda Carter, estava no porão e o flagrara-me diante daquelas munições.

Eu te amo, Jimmy! E por essa razão, eu estou aqui diante de você. — Disse a ingênua garota com os olhos todo lacrimejados.

Admito não havia razão ou muito menos explicação, contudo o novo homem a qual me converti não aceita traições e a pobre e inocente Glenda estava prestes a conhecer o seu drástico final.

— Mentira! — Respondi enfurecido e além de gritar com aquela frágil garota, apontei o revólver sobre a cabeça da mesma. Glenda Carter: estava condenada, sua pena; culpada, sentença final; pena de morte.

— Por favor, não me mate. — De joelhos suplicou. — O meu único mal foi te amar, Jimmy! Por favor, tenha piedade.

"O meu único mal foi te amar, Jimmy! Por favor, tenha piedade".

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