Capítulo XI

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Isabeli Bennett/ narrador oculto


O que estava acontecendo? Porque, eu estava-me fazendo essa pergunta. Não sei, talvez, eu esteja louca, ou simplesmente seja paranoia da minha cabeça. Na verdade, faltaram alguns mínimos detalhes para meu pai Robert e o senhor Emanuel partirem para as agressões físicas.

— Não me importa o que senhor faz ou deixa de fazer, mas suas acusações estão-me ofendendo e dessa maneira não há outro remédio se não romper nesse momento essa sociedade. — Foi um verdadeiro golpe baixo, mas nesse momento Robert estava pressionado e caso ele quisesse mesmo manter essa sociedade, teria que aceitar as condições do barão Lessa.

— Senhor Lessa, eu, respeito muito vossa excelência, admiro sua família, mas disciplina, ordem e respeito veem em primeiro lugar. E no momento, querendo ou não o senhor terá que dizer a verdade, porque o seu problema tornou-se o meu problema! E quando atinge a mim, atinge a minha família; e com a minha família ninguém brinca. E quando ameaçam a minha família ou alguns dos membros desta, todos se sentem ameaçados, e por isso, senhor Lessa, eu não vou pedir de novo por que vossa excelência tem duas opções: ou fala a verdade, ou fala a verdade. 

ALGUMAS HORAS ATRÁS...

O que Justine não sabia é que ela havia cruzado o caminho de seu pai, assim que a mesma tomou o seu matinal café da manhã e saiu com a desculpa de ir caminhar, ela não considerou que seu pai poderia estar lhe observando bem de longe

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O que Justine não sabia é que ela havia cruzado o caminho de seu pai, assim que a mesma tomou o seu matinal café da manhã e saiu com a desculpa de ir caminhar, ela não considerou que seu pai poderia estar lhe observando bem de longe. Na verdade, ela só não cuidou dos detalhes, e foi assim, que a mesma acabou se entregando sem que percebesse.

Normalmente quando ela fazia esses passeios rotineiros tinha sempre como companhia, sua irmã, Isabeli, mas nessa manhã ambas não haviam combinado, e de fato, isso acabou trazendo desconfiança para velho Robert Sanders.

Assim que Justine tocou os pés na calçada; cuidadosamente Robert entrou em seu veículo e seguiu a garota com toda a cautela e tranquilidade que o mesmo possuía. Justine observou as vitrines das lojas, deu um bom dia para a velinha da banca de jornal, cumprimentou o florista da esquina e como de costume; comprou-lhe uma rosa. E, por fim, seguiu até residência da família Lessa. Sem que ninguém a impedisse, ela adentrou na residência, e por lá ficou um bom tempo. Só depois ela viria a sair da residência, assim como adentrou, da mesma maneira saiu. Porém, desta vez o seu semblante era de total preocupação, todavia como não estaria a pobre jovem, acabará de presenciar uma discussão na qual a família Lessa era guardiã de um terrível segredo.

Robert voltou para casa e logo de início foi ao jardim de sua residência e observou que a sua filha, Isabeli lia os seus livros de romance. Nos últimos meses esses livros haviam se tornado uma obsessão, embora não fosse motivo de preocupação, ele suspeitava que a garota estivesse apaixonada, só não fazia ideia de quem seria o pretendente a genro de sua princesa. Ao se aproximar da biblioteca e ir em direção ao seu escritório, o seu mordomo, Sr. René, informava-lhe que um homem de um humor não tão agradável lhe esperava afoitamente no escritório.

— O que deseja cavalheiro? — Perguntou Robert ao homem que estava no escritório de uma maneira como se estivesse em sua própria casa devido à atitude como o mesmo se comportava.

— Muito dinheiro para garantir o meu silêncio, vossa excelência. — O homem, que dias atrás fizera uma visita à família Lessa; em especial a Lorena Lessa, agora chantageava Robert com a promessa de revelar toda a verdade as suas filhas, embora, ele não fosse o grande culpado tinha sua parcela de culpa por, todavia nunca ter revelado a verdadeira história a suas filhas. Dessa maneira ele não tinha outra opção se não aceitar o acordo, do contrário Isabeli Bennett Sanders seria a mais prejudicada de todas as pessoas envolvidas nesse dilema. Assim que finalizou, o homem a quem era conhecido como Alessandro Meirelles entregou uma pasta com alguns documentos na mão de Robert na qual todos provavam que ele poderia a qualquer momento causar uma desgraça, caso não recebesse o que estava pedindo.

Robert estava apavorado, o medo de ser descoberto, a dor de perder tudo que havia construído ruir da noite para o dia era uma realidade, mas, ele devia agir, e se não entregasse uma alta quantia em dinheiro aquele sujeito, com certeza, o preço a pagar poderia ser mil vezes pior do que a própria morte.

Pensando apenas no bem-estar da sua família, Robert saiu do escritório, adentrou na biblioteca e ignorou totalmente a sua esposa que lhe chamava a atenção, pois a mesma estava muito preocupada e queria saber o aquele estranho homem queria tanto falar. Ele apenas retirou a pintura de Mona Lisa da parede; uma cópia é claro, mas muito bem-feita, e para quem não soubesse, diria que a mesma era a obra original. No final, ele abriu o cofre e de lá retirou uma grande quantidade de dinheiro, mas antes, ele observou o revólver que se encontrava junto com o dinheiro, e teve grande vontade explodir a cabeça daquele ser que estava causando terror em sua vida, mas ele conteve-se, respirou e saiu apressadamente, e novamente não olhou para sua esposa. E, assim como antes, deixou a mesma falando sozinha e foi para o escritório onde dentro de um envelope continha uma verdadeira fortuna, a qual foste entregue aquele cavalheiro.

— Conte se quiser? — Ordenou. — Mas para seu esclarecimento tomei a atitude de pagar-lhe em dólares americanos. Espero que isso não venha estragar o nosso acordo. — Emborra sorrisse, Robert estava morrendo de raiva, e se pudesse mataria aquele homem naquele exato instante.

— Foi um prazer negociar com vossa excelência, por favor, não me leve a mal, mas era necessário agir dessa forma. — O homem estendeu a mão, numa tentativa de quebrar o gelo e deixar o clima entre ambos um pouco mais agradável. Mas foi um verdadeiro fracasso, todavia por que Robert Sanders se negou a estender a mão para aquele vigarista.

— Por favor, senhor...

— Alessandro Meirelles... Senhor Robert. — Complementou o mesmo.

— Saia da minha casa e nunca mais se aproxime da mesma, por que da próxima vez não haverá dinheiro, ou muito menos uma conversa; da próxima vez, eu irei explodir a sua cabeça com balas de revólver e não me importarei em passar uns dias na cadeia, porque saberei que o seu corpo fedorento e imundo estará apodrecendo de baixo da terra e sua maldita alma estará queimando nas labaredas do inferno.

O homem agora estava apavorado, o jogo havia se invertido, pois o mesmo já não estava no controle. Assim que se retirou Robert gritou e ordenou para que René acompanhe-se aquele ladrão até a porta de sua casa e garantisse que o mesmo não retornasse.

Após ouvir os relatos de Robert, Emanuel não tinha outra possibilidade se não cooperar com o mesmo, e foi dessa forma que ele ficou num beco sem saída.

— Apenas responda a minha pergunta, senhor Lessa, o que a vossa família esconde? E o que é tão constrangedor a ponto das minhas filhas, em especial, Isabeli estar envolvida nesse maldito e perverso segredo? Por favor, responda?

O que? Eu estava envolvida naquele segredo? Eu, Isabeli Bennett Sanders. Isso só pode ser uma brincadeira, não pode ser verdade, nesse momento é eu que anseio saber a verdade sobre esse maldito segredo, pois, agora todos finitamente já passaram dos limites. 

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