Capítulo XX

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 Isabeli Bennett/ narrador oculto


"Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente." ( Martha Medeiros)


Foi o beijo mais doce e também o mais lindo, e num piscar de olhos, todo o encanto se acabou

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Foi o beijo mais doce e também o mais lindo, e num piscar de olhos, todo o encanto se acabou. Eu só queria saber o que estava acontecendo, o porquê daquele tumulto, o porquê de tanta gritaria e desespero. Meu pai do céu será que ninguém está me ouvindo? Por favor, Jesus Cristo tenha piedade!

Em minha mente roguei, eu supliquei e sobre esse transe de agonia e aflição pude então recordar os meus sentidos, o navio fora bombardeado e nesse exato momento o Lusitania estava afundando rápido demais para ser exato, em outras palavras, isso seria impossível, pois a marinha real inglesa jurou através das palavras do capitão Tunner que iria nos proteger dos alemães, mas nesse momento nem a guarda real ou Deus estavam a nosso alcance, todavia parece que iriamos perecer e nós meros mortais estavam sobre nossa responsabilidade.

Ao meu lado o desespero era total, eu só queria encontrar a pessoa que me fazia feliz e dizer para ela o quanto eu o amava e não podia viver sem a mesma, eu almejava, pois, no mesmo instante uma crise de raiva, nervos e choro invadiu meu espírito, minha alma estava flita, meu coração estava desesperado e apressadamente corri para o convés do navio na tentativa de encontrar Paolo, e quem sabe ele estivesse me procurando, foi assim, que pensei, e se eu fosse lá poderia abraçá-lo e dizer-lhe o quanto admiro e respeito.

— Por favor, senhorita coloque seu colete salva-vidas. — Um tripulante do navio me ordenou após eu ter esbarrado no mesmo.

Que salva-vidas... — Argumentei — Eu não ligo! Só quero saber onde está Paolo.

Afinal, quem se importa com essa porcaria? Como se este colete fosse me revelar onde está o homem a qual tanto amo e infelizmente agora não consigo encontrá-lo.

— Eu não sei senhora... — Ele respondeu friamente. — Só sei que estamos afundando. — Aquele marujo nem esperou minha resposta e da mesma forma como o diabo foge da cruz ele se afastou de minha presença, mas isso não me impediu de mandá-lo para o inferno.

— Srta. Bennett, por favor, use esse colete! — O que? Era só o que me faltava recebendo ordens do poderoso Sr. Alfred Vanderbilt.

— Leve seu colete para o inferno, Sr. Vanderbilt.

— Escute, senhorita! Estamos afundando, e nesse momento, eu só quero lhe ajudar, então, por favor, arranque esse maldito orgulho de seu coração e deixe que ao menos uma vez na vida as pessoas possam lhe ser útil.

As palavras daquele senhor marcaram a minha vida, ele tinha toda razão, esse maldito orgulho a qual eu tanto condeno era o mal dos males, e graças a esse sentimento perverso e horroroso estava prestes a morrer solitária sem nem ao menos revelar o quanto me sentia agraciada por ter o amor de Paolo Furlani sobre minha vida.

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